quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Crermemorial

Memória,

Espécie de tecido, manta que se instala como roupa cheia de bolsos onde encontro o que guardei sem perceber.

Deslembro, entretanto, o que não quero. Rápido fecho o bolso.

Velcro-imã-botão-zíper.                         

Circula somente o melhor perfume. Ativo e desativo o arquivo - lembrança antiga - por uma ação ou imagem qualquer que os sentidos capturam.

Abs(traio) sentimentos de pedra: ouro e prata sobre um prato de veneno; a ambição, o rumo às saídas loucas, o plano perfeito, a morte - condicional, na imaginação.

Creio formatar a construção/desconstrução desses puzzles diários; enrugar lembranças desconexas e construir castelos sobre vulcões imaginários. Ora, veja só: surto em linha reta a cada quadrado perfeito que desenho na mente na relação com o passado.

E assim conta o amor, o osso-ruro-de-doer: tutano das estranhas a escorrer na tarde de um dia inominado. O buco-osso-gordo-de-rorer, como o amor feito do brilho de platina refletida na lama; o ossobrusco.         

Romance de um livro sem palavras.

Memória,

superfície plana à espera do vento no deserto.

Memória-calma-como-o-mar-após-a-tempestade

Memória/luz/                                 

Congelada ao sol do meu poente.

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