segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

É BIG! É BIG! Clarice

1 anofotos Minha neta Clarice completou 1 ano no dia 24/12. Ela é linda! Vejam sua evolução em fotos desde o nascimento…

‘‘Estudantes Pedem Passagens’’

logo pre bienal Estudantes amapaenses continuam na luta para chegar ao Rio de Janeiro

Estudantes do Estado continuam na luta para chegar ao Rio de Janeiro, o 13º CONEB (Conselho Nacional de Entidades de Base.) e a 7ª bienal de artes, ciência e cultura da une estão cada vez mais próximos, os eventos produzidos há onze anos pela União Nacional dos Estudantes prevêem mobilizar mais de 25 mil pessoas entre estudantes, artistas, cientistas e comunidade em geral. Mas os estudantes amapaenses têm dificuldades: “para nós, amapaenses, sempre é mais difícil sair de nosso estado, pois encaramos uma viagem muito longa e temos que pegar no mínimo dois transportes, no nosso caso um navio (24h) e um ônibus (48h), além de sair muito caro e não termos condições nem patrocínio para chegarmos ao Rio, mas sempre quando conseguimos ir representamos bem o Amapá levando a nossa cultura e debatendo a educação brasileira com as nossas peculiaridades.” diz Nathan Zahlouth Diretor da UNE no Amapá, e por isso faz um apelo a sociedade amapaense.

Visando arrecadar fundos os estudantes fazem toda segunda feira um evento cultural no restaurante do carioca (fica no complexo Araxá, ao lado direito da concha acústica) com shows ao vivo e exposições artísticas, tendo confirmado nesta segunda dia 27.12.10 Rebeca Braga, Aline Coelho, Yan Fernando, entre outros cantores amapaenses “convidamos toda a sociedade amapaense para prestigiar a própria cultura do nosso Estado e ajudar os estudantes a chegar a esses grandes eventos (CONEB e Bienal da UNE), que se tornaram nos últimos anos a maior mobilização da America Latina de estudantes” diz Hayam Chandra assessora de cultura da UNE. Nesta semana que antecede o fim de ano os estudantes também promovem o Revellion da UNE

A importância dos acadêmicos participarem desse congresso (13º CONEB) se dá para traçar os novos rumos da educação tendo como experiência o que deu certo na última gestão da presidência e discutindo melhorias para a educação superior, além de debater os instrumentos que estão sendo reformulado no cenário nacional, como o Plano Nacional de
Educação e Reforma Universitária proposta pela UNE. E, posteriormente, a 7ª Bienal da UNE que é uma mostra cultural, artística e cientifica que vai trocar experiências da cultura de todo o Brasil “temos que representar a cultura amapaense em um grande evento, pois somos esquecidos pelo resto do Brasil”

Desse modo, os estudantes pedem a contribuição da sociedade amapaense, pedem que os empresários, políticos e sociedade contribuam com as passagens de 60 pessoas, entre acadêmicos, artistas e secundaristas. Para qualquer informação entre em contato com Nathan Zahlouth (Diretor da UNE) pelo numero 9148-8293 ou email nathanaelz@gmail.com ou entrem no blog www.uneap.blogspot.com

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A MORTE DO PIRULITEIRO

poço 01_ Perto de casa havia uma família de pessoas muito pobrezinhas. Três molequinhos saiam todas as tardes para vender pirulitos que a mãe deles, uma jovem viúva, fazia com capricho. Retornavam ao entardecer com luz suficiente para baterem uma bola na rua, pois nela nunca passava carro a essa hora.

Deviam ter oito, sete e seis anos quando os conheci. Eram branquinhos e tinham os cabelos louros e espetados, cortados do jeito militar. Pareciam ter vindo de bem distante, talvez do Maranhão ou do Ceará. Todos estudavam na mesma escola que eu, um grupo escolar público no centro da cidade, para onde íamos, nas manhãs, bem cedinho, descendo a ladeira com nossos macacões cáquis, o uniforme escolar que o governo do então Território Federal fornecia a todos, indiscriminadamente. Voltávamos às onze horas, quando a sirene da Olaria Territorial apitava exatamente na mesma hora que a campa da escola batia. Eu ficava admirado com aquilo. E vinha com eles, ávido para chegar em casa e almoçar, enquanto que eles não sabiam se iam comer alguma coisa, apesar de terem merendado. Só tinham a certeza de uma jornada de trabalho à tarde, quando iriam se dividir para vender os pirulitos lá pelas bandas da Doca da Fortaleza, na beira do rio. Depois jogariam uma pelada na rua e dormiriam cedo, pois nessa época não havia luz elétrica no bairro e nem se sonhava com televisão.

Um dia o mais novo deles desapareceu. Era inverno, a chuva fustigava a cidade alagando os terrenos baixos. O menino não chegara em casa e o alarme foi dado. Procuraram a noite inteira sem êxito. Seu corpo foi achado no dia seguinte, engatado no bueiro do meio da ladeira da nossa rua, uma tubulação que ligava um grande lago natural do bairro onde morávamos ao rio Amazonas. O vendedor de plantas notara uma camisa verde no acostamento da rua e adiante um tabuleiro de pirulitos vazio. Era véspera de Natal e foi grande a consternação das pessoas ao saberem do fato. A criança deve ter parado para tomar banho no pequeno igarapé, mas não conhecia a força da correnteza quando a maré baixava no tempo das chuvas, e se afogou.

Todos os moradores se entristeceram, pois o menino lourinho era muito estimado. – Um pequeno trabalhador que ajudava sua família. Coitadinho, diziam. Lembro que quase todo mundo foi ao enterro a pé. Na Missa do Galo o padre rezou por ele de novo e muita gente chorou de emoção, pois o comparou ao Menino Jesus, que ajudava o pai no ofício de carpinteiro.

Foi um Natal muito triste para mim. Achava um absurdo a morte daquele menino esperto que já lidava com dinheiro na sua pré-profissão de vendedor/piruliteiro, apesar de nem sonhar grandes sonhos ainda, pois não tinha estímulos em casa.

Ao visitar a casa de meus pais, onde moram meus irmãos, ontem, passei pelo bueiro no meio da ladeira. Parei o carro adiante e fui olhar o igarapé correndo no mesmo sentido, do lago para o rio. Alguns matupiris e carás-barbelos dançavam na água clara que margeia o fluxo das águas em velocidade, corrente que passa atravessando o terreno do seu Gama, até pegar o Igarapé das Mulheres e chegar finalmente ao Amazonas. Os peixes nadavam estranhamente, como a desenhar a figura sorridente do piruliteirinho louro no fundo do córrego. Veio-me, abrupto, um gosto de açúcar queimado na boca. Então me lembrei que o lago do Poço do Mato, de onde as águas vinham é um lugar de caruanas, habitantes/protetores do fundo das águas, que também são loirinhos como o piruliteiro que morreu num dia como o de hoje, às vésperas do Natal.

Imagem: Acervo pessoal - 1978

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal Tribuna Amapaense de 25.12.10

HIP HOP

O pessoal do hip hop foi contemplado com cinco projetos junto ao Ministério da Cultura. Todos os premiados são da Federação Amapaense de Hip Hop.

As categorias de premiação e projetos são: Correria – Batalha Amapá; Escola de Rua – Resistência hip hop; Conhecimento – Hip Hop invade a Universidade; Conexão – Afro-ritmos, e Personalidade – Poca.

JORNADA

Um alento para os artistas que ainda podem ganhar um cachezinho do Governo é o projeto “Jornada Cultural”, produzido pela Secult e Amcap com emenda parlamentar do deputado Evandro Milhomen.

Encerra em 26 de fevereiro com realização de shows musicais, dança e teatro, às quintas-feiras no Sesc Centro e às sextas no Mercado Central e Largo dos Inocentes.

UNITV

Vai ao ar neste fim de semana, na Rede Vida, o programa piloto UNITV, que vem sendo preparado por professores do curso de Comunicação da UNIFAP.

Segundo Aldenor Benjamim, coordenador do curso, o projeto irá ao ar regularmente a partir de janeiro. Visa dar informações e maior visibilidade sobre as atividades da instituição. Será apresentado por professores da área, tendo a professora Roberta Sheibe como âncora.

TAPÃO

No carnaval de 2002 o jornalista Humberto Moreira não gostou de um policial que queria dar uma “carteirada” para entrar na Caverna do Piratão, e questionou o cara. Dias depois, no sambódromo, o policial barrado deu um tapão no Humberto, que rodopiou e caiu no chão todo mijado.

No dia seguinte a jornalista Tica Temos foi contar ao Paulo Silva, na Rádio Difusora, o acontecido. Aí o Paulão disse: - Também, não? Com aquela monstra cara, como é que alguém vai errar um tapa?

FESTA NO LAGUINHO

O Banco da Amizade já prepara festa dos seus 39 anos para amanhã, no bairro do Laguinho.

A programação constará, como sempre, de alvorada festiva, música, apresentações folclóricas, churrasco, caldo, vinho e muita gengibirra, para nego nenhum botar defeito. Vai de 06h00 à meia-noite.

Os fundadores Sacaca e Rato não vão estar presentes, mas certamente serão lembrados pelo povo laguinense.

ZUNIDOR

Dia 30 tem o réveillon do Bar Rodapé, na Favela, e do Bar Du Pedro, no Mercado Central.

Comentário maldoso no balcão do Abreu: - Ainda faltam algumas impressões digitais na “Calçada da Fama” do bairro do Trem.

Esteve em Macapá fazendo consultoria a uma multinacional o economista Lino Dias, o Nolasco, que aos 75 anos de idade tem uma memória fabulosa sobre o Marabaixo de Macapá.

Padre Aldenor agiliza os preparativos para as comemorações dos 250 anos da igreja de São José, a 06 de março de 2011.

Quem chegou à cidade para rever familiares no Natal é o escritor e jornalista Ray Cunha. O professor e ator Marlúcio Mareco também.

Foi na quinta, 23, a apresentação da peça “O Menestrel à Procura da Estrela”, pelo novo ano consecutivo, com o Grupo Teatral Marco Zero. A peça é de minha autoria, com a direção de Daniel de Rocha.

Hoje e amanha passa no programa do Olímpio Guarany, na Band, o clip do show “Encantaria”, do Grupo Pilão.

Muito legal o show de lançamento do CD Instrumental das MPA.

Feliz Natal a todos. Inderê! Volto zunindo no sábado.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal Tribuna Amapaense em17.12.10

ESTREIA

A partir de hoje estarei com a coluna “Canto da Amazônia” aqui na Tribuna, a convite do jornalista Carlos Lobato. Mais uma experiência nessa labuta em jornais que já dura quase trinta anos, desde que comecei na revista “Observador Amazônico”, de Belém, escrevendo sobre o acidente do barco “Novo Amapá”, e depois no “Jornal do Povo”, do saudoso Haroldo Franco, em Macapá.

Continuarei a relatar notícias e fatos sobre Cultura e Arte, além de levar aos leitores informações semanais sobre a Academia, seus cursos e eventos, e também sobre o que for relevante historicamente para sociedade amapaense.

SINDUFAP REIVINDICA

No último dia 15 ocorreu a reunião coletiva do Sindicato dos Professores com a administração da UNIFAP. Nela foi apresentada uma pauta de reivindicações da classe, inclusive alguns itens emergenciais.

O Sindufap diz que saiu vitorioso da reunião porque a administração da IFES os recebeu e os ouviu. Além disso, houve um número bastante expressivo de alunos e professores participado.

SINDUFAP REIVINDICA 2

Dos itens emergenciais (eleição para diretor de departamento, professor voluntário, termo de ocorrência e segurança no campus), a administração afirmou que a partir de 2011 não existira mais professor voluntário na instituição, serão recolhidos os termos de ocorrência e a Pró-Reitoria de Administração já está providenciando novas medidas para a segurança do campus.

O único impasse se deu em função das eleições para diretores de departamentos, que a administração defende para o prazo de um ano, enquanto o sindicato quer para já. Por entender que nada justifica a figura do diretor pró-tempore.

DETENTOS NO ENEM

Cerca de setenta detentos do IAPEN participaram do Exame nacional do Ensino Médio (ENEM), específico para o sistema prisional do país. As provas foram aplicadas na Escola São José, que funciona dentro da penitenciária, nos dias 15 e 16 ( quarta e quinta-feira).

O exame aumenta a possibilidade dos apenados de concorrerem a vagas disponibilizadas na UNIFAP. Para a diretora da Escola São José, Ana Paula Lima, a participação dos detentos no ENEM demonstra o quanto eles estão dispostos a se ressocializar. Dois deles passaram na primeira fase do processo seletivo da UEAP e aguardam o resultado final.

ÚLTIMO PAGODE

Acontece amanhã na sede do Centro de Cultura Negra o último Pagode Vip do ano, sua 11ª edição, que é sempre realizada por membros da Associação Amigos do Laguinho.

O evento tem a finalidade de auxiliar moradores carentes do Poço do Mato, uma área de invasão em pleno coração do bairro do Laguinho. Nesse dia três grupos vão fazer a diferença: Sentimento Puro, Tirando Onda e Atitude, considerados alguns do melhores grupos de pagode da cidade. Durante o evento será gravado um CD e um DVD. E quem quiser entrar pode comprar o abadá e levar um quilo de alimento não perecível.

FESTIVAL UNIVERSITÁRIO

Depois de seis anos sem ser realizado vai acontecer em maio/2011 o Festival Universitário da Canção feito pela UNIFAP.

As primeiras reuniões da Rádio Universitária (que coordenará o festival) com representantes do DCE e da Associação dos Músicos e Compositores do Amapá, dão conta de um grande entusiasmo para reviver grandes festivais que marcaram a vida de muitos jovens, e que revelaram uma plêiade de novos artistas.

É voz corrente que a proposta é a de buscar a valorização dos músicos, intérpretes, compositores e letristas do meio universitário, bem como de toda a sociedade amapaense e da Amazônia, pois as inscrições estarão abertas a todos que nela residam.

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Os festivais de música sempre foram eventos reveladores de talentos emergentes, mas que, sem continuidade, fatalmente deixam a cultura abissal, e sem elo com as novas vertentes musicais que surgem no resto do país.

Creio que um evento dessa natureza e envergadura realiza a relação da UNIFAP com a sociedade de forma salutar e durável, pois é de responsabilidade dela promover o conhecimento e a cultura, inalienáveis que são para o desenvolvimento social. Além disso, já era hora de fazer um “mega agito” no campus, para a alegria da juventude que quer mostrar sua arte e ser reconhecida por isso.

ZUNIDOR

A escritora Simei Natércia convida para a noite de autógrafos do seu livro “Resíduos da Alma”, que será lançado hoje, no Centro Cultural Franco Amapaense, ao lado da Escola Danielle Mitterrand.

juliele  Vai ser na quarta-feira, dia 22, na Casa do Chorinho do Ceará da Cuíca o show da cantora Juliele, que está gravando novo CD com os arranjos do maestro Manoel Cordeiro. Inclusive já está tocando nas rádios a música “Balé de Luz”, o carro-chefe do disco, de nossa autoria (Fernando Canto e Manoel Cordeiro), magnificamente interpretada por ela.

Será amanhã o grande Reveillon do Bar do Abreu, tradicional empreendimento etílico-comercial da Avenida FAB. Frequentadores já estão ouriçados, inclusive o Tavares já mandou colorir os cabelos para não fazer feio no dia. Ronaldinho, da GMM, informa que a Tica Lemos deverá fazer um avant première do que vai apresentar no desfile do carnaval, quando sairá nos Piratas Estilizados homenageando o Bar. Ronaldos, tremei!

Tica Lemos Parabéns da coluna a Tica Lemos, pelo seu aniversário.

Ontem a SECULT e a AMCAP ofereceram um coquetel no SESC Centro para apresentar o projeto “Jornada Cultural”.

Inderê! Volto zunindo na sexta.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

CENA DE MACAPÁ

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É BIG! É BIG!- Nathália Uchoa

 Nathalia Nathália Uchôa, filha do meu amigo Tadeu Pelaes, aniversaria hoje. Alem do aniversário, Nathália, que está no 9º semestre da Faculdade, comemora a aprovação no Exame da OAB. Muitos parabéns para esta menina de ouro.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Alguns dias após o show

Escritor Osvaldo Simões Do blog Oswaldo Simôes (www.o-siomoes.blogspot.com)

Show Musical Encantaria – Grupo Pilão - dia 07\12
Ainda pairam sobre minha cabeça as imagens. Nos ouvidos o som dos tambores: carimbó, batuque, marabaixo e bois. Os sons vieram através de um pilão, alias, não de um pilão acessório de cozinha, instrumento de pilar, mas, de um grupo intitulado de pilão.
O grupo comemorou seus 35 anos de vida musical. Parece até que foi hoje, quando os três rapazes do morro do sapo (Fernando, Bi e Juvenal), se apresentaram no palco extinto da radio difusora em um festival da canção, onde defenderam a composição Geofobia (Fernando Canto e J. Monteiro).
A cantiga não foi à vencedora do júri oficial, mas, os piquenos do morro tiveram seus nomes assentados no coração e nas cabeças dos amantes da boa composição. Como se isso não bastasse, na ocasião os meninos utilizaram como instrumento de percussão um pilão. Pediam a todos que socassem paçoca pra gente comer, desembuchando o medo com cachaça “vê se acha cachaça pra gente beber”.
O medo da terra ficou em algumas cabeças. Nas cabeças dos meninos ficou a certeza que poderiam descortinar novos horizontes amapaenses, quando das suas manhas nubladas. Assim cresceram os meninos, que dos campos do America, Azevedo Costa chegaram dia 07\12 ao centro da UMA, e lá soltaram o canto construído em 35 anos através de um grupo já denominado\consagrado Pilão.
O grupo cantou musicas que embalaram outrora sonhos de crianças, as quais hoje adultas dançaram em pé com pés nos campos do laguinho. Falo porque vi filhos de integrantes (ia esquecendo os integrantes hoje são seis) no show dançando e, tenho conhecimentos que muitos (integrantes) ensaiaram suas gargantas nos punhos da rede de quando acalantavam seus rebentos...
Mas fiquei impressionado com cantar do grupo Pilão. Trouxeram roupas de negros antigos-saco-de-açucar como túnicas e um pedaço de pano nos ombros, trouxeram na verdade toda a inspiração que carregam em seus corpos. Cantaram, encantaram matinta pereira, acordaram a cobra que dorme sobre tumucumac, dançaram o Cuatá, invocaram a catirina através do som do boi e dentre tanta e por não satisfeitos cantaram e rezaram a folia de São Raimundo do São Pedro dos Bois...
Os piquenos do Pilão são danados. Não se acomodam em lugar nenhum. Vivem escarafunchando sons e fazeres de um povo que ainda clama por ser reconhecido em seus cantos e encantarias... Por isso, até agora ronda minha cabeça o som desse grupo. Parabéns a todos que foram ao centro de cultura negra... E a todos que fazem o Grupo Pilão.
Em tempo: o único pecado cometido foi o pequeno numero de musicas apresentadas. Em se tratando de show em comemoração aos 35 anos, deveriam cantar umas 40 musicas recortadas por causos vividos-contados. E o apresentador que pensei ser um maestro, mesmo assim a ele também parabéns!

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no Jornal “A Gazeta” de 10.12.10

NOVOS CURSOS PARA A UNIFAP

A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, que tem como titular o professor Oto Petry, levou à Brasília a proposta de criação de 13 novos cursos para a UNIFAP.

Os cursos a serem ofertados atendem as expectativas da sociedade amapaense que há tempos reivindica um horizonte maior para a formação profissional dos seus jovens. Entre eles estão os de licenciatura em Música, em Dança e em Teatro.

ANTECIPAÇÃO DAS PASTORINHAS

A apresentação do Cordão das Pastorinhas, de Mazagão Velho, foi antecipada para o dia 16 de dezembro, em função do prazo para a diplomação dos candidatos vitoriosos no último pleito político.

O auto das Pastorinhas é uma das inúmeras tradições de cunho religioso que ocorrem em Mazagão Velho, a exemplo das festas de São Tiago (julho),da Piedade (julho), e do Divino Espírito Santo (agosto).

PIZZA LITERÁRIA

Convite2010 Será lançado no próximo dia 155, na pinacoteca da Associação Paulista de Medicina, a coletânea “A Pizza Literária – Décima primeira Fornada”, da Sociedade Brasileira de Escritores Médicos, Regional de São Paulo, uma edição da Sobramedes-SP e a da Rumo Editorial.

Recebi por e-mail o convite feito pela escritora amapaense Josyanne Rita de Arruda Franco, que juntamente com o poeta Luiz Jorge Ferreira, fazem parte da coletânea.

Josyanne é filha do saudoso jornalista Haroldo Franco, superintendente do extinto “Jornal do Povo”.

MITERRAND ABRE INSCRIÇÕES

Estão abertas as inscrições para o processo seletivo do Centro de Língua e Cultura Francesa Danielle Miterrand. As inscrições podem ser feitas gratuitamente pelo site www.dmiterrand.ap.gov.br . O prazo para a inscrição é até 20 de dezembro.

Serão oferecidas 480 vagas para o primeiro nível do curso gratuito em francês. Os aprovados serão divididos em 24 turmas nos turnos da manhã, tarde e noite. Portadores de deficiência participarão do processo seletivo em igualdade de condições com os demais candidatos.

ENCANTARIA

DSC00759 O show “Encantaria”, do Grupo Pilão, realizado na terça-feira no Centro de Cultura Negra foi um sucesso. Centenas de pessoas compareceram ao evento para prestigiar o grupo, que não fazia show próprio há alguns anos, mas se apresentava esporadicamente.

A festa foi para comemorar os seus 35 anos de atividades musicais, que se iniciaram a partir o III Festival Amapaense da Canção, ocorrido no auditório da Radio Difusora de Macapá, em setembro de 1975.

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DSC00769 Com a produção artística de Sônia Canto Produções, a direção musical e arranjos do maestro Manoel Cordeiro e a cozinha bem estruturada dos músicos Alan Gomes (baixo), Bibi (flauta e saxofone), Fabinho (guitarra), Paulo Queiroga (bateria), Juninho (teclado) e Nena (percussão) o grupo tocou 20 músicas, das quais 11 são inéditas e deverão fazer parte do CD/DVD gravado ao vivo pela produtora Olímpio Guarani. O grande evento teve a participação de Tomé Azevedo (Direção de palco), Tica Lemos (Figurinos), Cláudio Rogério (design) e a impecável apresentação de Heraldo Almeida.

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DSC00779 Foram realizadas algumas performances no palco com as dançarinas do grupo folclórico Raimundo Ladislau e com o casal de mestre-sala e porta-bandeira da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho. O Pilão recebeu vários convites para apresentações, incluindo uma no exterior (Miami –USA). O grupo composto por Eduardo Canto, Bi Trindade, Orivaldo Azevedo, Juvenal Canto, Leonardo Trindade e Fernando Canto, agora pretende levar o espetáculo para o Teatro das Bacabeiras, Casa do Chorinho do Ceará da Cuíca e para outros locais como Mazagão e Fortaleza (CE). A ideia é divulgar e popularizar a música aqui produzida.

UNIFAP NA GLOBO

Está agendado para fevereiro de 2011 o início das filmagens do programa Globo Universidade, do poderoso sistema globo de comunicação, que vem ao Amapá fazer a cobertura das atividades de pesquisa desenvolvidas pela UNIFAP.

A equipe do programa vai acompanhar pesquisadores sociais que realizam pesquisas no Jari, e também os trabalhos feitos em laboratórios, no campus Marco Zero, como é o caso dos fármacos.

NOVO BOI-BUMBÁ

O ator, poeta e membro do Conselho Estadual de Cultura do Amapá, E o também ator Cláudio Silva estão organizando um boi-bumbá para ser encenado nos próximos meses, a partir do aniversário da cidade. Vai ser feito da carcaça do antigo boi “Surubim”, comandado há alguns anos no Laguinho pelo professor Idê Lino da Silva, pai de Cláudio.

A peça popular está sendo reescrita por Osvaldo e deverá absorver novos personagens, como a figura do “Mortetaxista”. Será composta por artistas do entorno da escola Azevedo Costa e do Poço do Mato, que pretendem reacender a tradição perdida no tempo.

ZUNIDOR

É hoje a confraternização do Sindicato dos Jornalistas do Amapá – Sindjor. O presidente Volnei Oliveira diz que “Essa pauta é uma festa”.

joão milhomem O Grupo Pilão agradece imensamente à imprensa (programas de rádio, TV e jornais) pelo apoio na divulgação do show e da nossa música; a todos os patrocinadores e em especial à SECULT, na pessoa do secretário João Milhomem.

Vai até dia 19.12 o VII Festival Imagem-movimento, com exibição de filmes, palestras e oficinas. Informações no site www.imagemovimento.org .

Será no dia 17.12, no auditório da reitoria da UNIFAP, o lançamento do livro “Amazônia, a utilização dos seus recursos naturais e a sustentabilidade”com textos de vários autores de IFES regionais. Entre eles está o professor Sílvio Wigwan Mendes Pereira, da UNIFAP.

Será no dia 16 a palestra “Utilização dos Recursos Hídricos de bacias Hidrográficas Amazônicas, também no auditório da reitoria, com a profª Drª Odete Cardoso dos Santos, do curso de Geografia da UNIFAP.

zaide soledade Zaide Soledade, que é atriz de filmes publicitários, se revelou uma dançarina e tanto no show “Encantaria”.

Inderê! Volto zunindo na sexta.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O pente niquelado

Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 05/12/10

Nos tempos áureos do Morro do Sapo, no bairro do Laguinho, quando a sede do Sete de Setembro Esporte Clube disputava com a do América Futebol Clube para ver qual era a mais social, nem tudo era só tranqüilidade. Crimes ocorriam. Eventuais, sem grandes conseqüências, e outros violentos, envolvendo jovens que se perderam na cachaça. Alguns deles eram jogadores e freqüentadores desses clubes, que cumpriram suas penas no chamado "cajual", do Beirol.
Do pátio de casa acompanhei o movimento dos adultos, principalmente nas festas juninas realizadas no entorno da sede do Sete, com aquele arraial tão característico, onde o pau-de-sebo, o quebra-pote e a pescaria faziam a alegria da molecada. Vi, ali, "moças-donzelas" lindas que desfilavam nos concursos de "miss caipira" e que se tornariam moças casadoiras e objetos de desejo dos rapazes solteiros que já tinham uma "boa colocação" no Governo do Território.
Num desses domingos de festa eu soube da história do Rubens que virara desafeto de um sujeito do Igarapé das Mulheres por causa de uma jovem miss.
Por essa época a Rua São José era empiçarrada e cheio de capim alto nas suas margens, propícia para atos obscuros. Então, certo de que o Rubens viria para a festa, seu desafeto escondeu-se num capinzal da esquina com a Terceira Avenida do Laguinho, hoje General Osório, aonde iria surpreendê-lo. E assim foi: num átimo saltou sobre o Rubens e aplicou-lhe um golpe nas costas com um brilhante pente niquelado que parecia um canivete "Corneta", muito usado pelos brigões da época. Rubens caiu no chão, levantou-se em seguida, cambaleando e pedindo socorro aos passantes, dizendo que fora esfaqueado pelo fulano, para em seguida desmaiar. Formou-se aquele deus-nos-acuda, pensamentos de vingança, chama-a-polícia-e-o-delegado-Olavo, vai-de-bicicleta-chamar-a-ambulância-que-o-Jagunço-vem-com-beira, etc. E eis que o nosso herói, ainda atordoado pelo golpe covarde acordou sem nenhum sangue esvaindo, um arranhãozinho de nada na costa e um enorme susto, que lhe marcaria a vida como a facada que não houve.
Na central de polícia tiveram que soltar o agressor, que se derretia de rir, no dia seguinte, já que não houve vítima. Mas o pente niquelado ficou retido por muito tempo como uma possível arma branca.
Enquanto o Sete de Setembro disputava o campeonato da segunda divisão no campo do América Futebol Clube (hoje Praça Chico Noé), o presidente Otacílio do Carmo, com suas eternas roupas de linho branco dançava por horas seguidas sobre o assoalho encerado do clube com as moças de saias plissadas. Era um verdadeiro pé-de-valsa, imbatível na dança de boleros e merengues. Quando todos dançavam a molecada mais taludinha ia para embaixo do assoalho realizar suas primeiras experiências sexuais, olhando a paisagem pelas frestas.
Muitas histórias aconteceram ali naquela sede. Coisas que marcaram as testemunhas ainda crianças de uma cidade em evolução, nos meados da década de 1960. É inesquecível, para mim, o movimento de uma briga que durou mais de uma hora entre dois jovens e fortes atletas Ela ocorreu após uma partida de futebol entre o Sete de Setembro e o Tijuca Futebol Clube, do Igarapé das Mulheres. Fora a conseqüência do resultado de uma partida entre os rivais Saci, atacante do Sete, e Macaco, do Tijuca, que explodiu na frente da sede do Sete até os dois cansarem e alguém considerar a briga empate. A história ficou famosa, pois nem a polícia se meteu.
Às vezes fico pensando nessas coisas incríveis do meu tempo de moleque. Incríveis mesmo, como o rosto brilhoso de suor do Otacílio, alcunhado de "Urubu Balado" por causa do seu jeito malandro de andar e de segurar a mulher para dançar; esta história da facada que não houve e da vítima desmaiada; da briga que não acabava e os oponentes já desprovidos de energia, combalidos mas sorridentes e felizes com o resultado.
Do Sete só ficou mesmo a lembrança das cores e das coisas deslizando sobre o asfalto da Rua São José.

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Publicada no jornal “A Gazeta” de 03.12.10

A LUZ FEZ A CURVA

O produtor e diretor cinematográfico paraense Moisés Magalhães, que tem um currículo invejável de produções de cinema na Amazônia, inclusive com premiação pela série “Lendas Amazônicas”, que fez para o Canal GNT, estreado por Dira Paz e Cacá de Carvalho, encontra-se em Macapá.

Agora Moisés foi convidado pelo Canal inglês Discovery para realizar o documentário de longa metragem em 16 mm, “1919 – 0 ano que a luz fez a curva”. Trata-se da história da comprovação da Lei da relatividade de Albert Einstein, através curvatura que a luz proporciona no eclipse solar. Será filmado no Brasil (Sobral, no Ceará) Greenwich, Inglaterra e Ilha de príncipe, na África.

LUTA CONTRA O CÂNCER

O encerramento da Semana Estadual da Luta Contra o Câncer na quadra da Igreja Jesus de Nazaré contou com a presença de vários músicos que abrilhantaram a festa. Entre eles Nivito, Grupo Pilão, Zé Miguel, Juliele, Natal Villar e Ozéas Júnior.

A iniciativa foi do IJOMA, que através de inúmeros voluntário vem promovendo a luta contra esse mal que afeta quase mil amapaenses só de Macapá, sem contar os doentes do interior. Está de parabéns a equipe do Padre Paulo, que, juntamente com a professora Raquel Capiberibe, Carla Nobre e Benedito Alcântara, vêm fazendo com muita competência esse ato humanitário, agindo onde o Estado não atua.

MOSTRA FOTOGRÁFICA

Será realizada amanhã, às 19h00, na Fortaleza de São José de Macapá, a 1ª Mostra do Núcleo de Fotografia Contemporânea – NUFOC/UNIFAP. É o primeiro resultado das pesquisas, trabalhos e discussões feitas pelo Núcleo, que é um grupo de pesquisa certificado pela Universidade federal com o apoio do CNPq.

Durante o evento haverá uma mesa-redonda com pessoas do grupo, formado por professores, acadêmicos e membros da comunidade. A Mostra também conta com o apoio institucional da F.S.J.M., P´ro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e do curso de Artes Visuais da UNIFAP.

DILEAN

Dilean Monper, cantor e compositor amapaense, conhecido dos festivais que participa em Macapá, se encontra atualmente em Brasília, onde vai tentar a carreira artística.

Ele informa pelo Facebook tocou no palco do tradicional Clube do Choro, dando uma “canja” junto com famosos músicos Gilson Peranzetta e Mauro Senise. Tocou “A flor e o beija-flor”, de sua autoria.

Hoje ele participa do eliminatória do Festival Tom Jobim, do SESC do Distrito Federal, com a música “Mau contato”. A coluna lhe deseja boa sorte e que venha com um troféu.

PASTORINHAS DE MAZAGÃO VELHO

Rica em tradições e festas populares, a comunidade de Mazagão Velho apresenta no dia 17 de dezembro no Teatro das Bacabeiras o cordão natalino das pastorinhas.

A mazaganense Nell Pureza informa que os atores – todos de Mazagão Velho – já ensaiaram suas personagens e estão prontos para mostrar o espetáculo em 33 atos ao povo de Macapá.

PASTORINHAS 2

O cordão, segundo Nell, é similar às representações das peças pastoris, lapinhas e presépios vivos, introduzidos no Brasil pelos jesuítas no século XVI, que durante a catequização dos índios montavam peças teatrais de representação do nascimento de Jesus.

A peça foi trazida para Mazagão Velho pelas então jovens moradoras Ana Ayres Lopes e Dica Flexa, que assistiram aos ensaios de um grupo de alunas do colégio Santo Antonio, em Belém, em 1909. Depois a reproduziram no mesmo ano na vila, com suas canções e diálogos. O cordão tem forma de um auto de natal e vai, então fazer 101 anos, com destaque para suas personagens casal galego, Saloia e a Borboleta.

CANTATA DE NATAL

O Coral do SEBRAE se apresenta na Cantata de Natal no dia 19 de dezembro, às 19h00, no Teatro das Bacabeiras, a convite do Conselho de Pauta daquela casa de espetáculos.

Formado por colaboradores da instituição, o coral foi criado em 2007 com o objetivo de estimular novos talentos musicais e para promover a melhoria da qualidade de vida dos profissionais que atuam no órgão. A regência será de Willianms Legues Sol. Vale conferir.

SAMBAS & TAMBORES

Dia 02 de dezembro se comemora o Dia do Samba. Aqui no Amapá foi instituído em 2009 pela Assembleia Legislativa através da Lei 0143.

Desde ontem se ouvem os tamborins tocando em vários pontos da cidade por grupos de sambistas como o Perfil do Samba, que há sete anos se dedica à ampliação desse ritmo tão nosso. Hoje, amanhã e depois a cidade dança com os sambistas em uma programação que vai da rua aos bares. Das rádios aas agremiações carnavalescas. Em nome do Francisco Lino a coluna parabeniza todos os sambistas.

ZUNIDOR

Imperdível o esperado show “Encantaria” do Grupo Pilão no dia 07, terça-feira, véspera do feriado de N.S. da Conceição. Vai ser no Centro de Cultura Negra, no Laguinho. Afinal são 35 anos de música.

Dia 19 de dezembro a direção do Teatro das Bacabeiras faz o lançamento da Orquestra Sinfônica do Teatro.

O dia do Laudo Suiço não é mais comemorado no Amapá. Passa em branco a data que outrora falava da gratidão de um povo ao grande barão do Rio Branco, que ganhou a “Questão do Amapá” em Berna, no dia 1º de dezembro de 1900.

Recebi, com prazer, o bonito Relatório de Gestão do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac Amapá (“Além do Horizonte”), referente à gestão 2004-2010, encaminhado pelo presidente do Conselho Regional Ladislao Monte e pela Diretora do Sesc/AP, Heloíva Távora.

Segundo o arquiteto Daniel Souza o produto turístico mais conhecido do Amapá fora daqui é a pororoca e não a Fortaleza de São José ou o Marco Zero, ou mesmo a floresta que temos. A droga é falta da infra-estrutura para se chegar lá onde ela ocorre, em Cutias do Araguari.

Inderê! Volto zunindo na sexta.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O RASGADOR DE LETRAS

letras-book Por RUBEN BEMERGUY (rubenbemerguy@terra.com.br)

Sou o único destinatário das coisas que escrevo e também das que não escrevo. As que escrevo, não leio. As que não escrevo, dedico tempo juntando letras imaginárias aqui e acolá, até ter ideia clara das cores predominantes em cada uma delas. Depois as rasgo. Elas gotejam, como padecessem de desmedida dor moral. Sinto que elas – as letras – não perdoam minha inclemência, mas é assim que me omito de mim e sofro um pouco menos exatamente por não me conhecer, gravado ou não em papel.

Ignoro-me não por pesar, mas por amor. Meu grau de proximidade comigo, um certo sentimento de tolerância mesmo, está na precisa distância que de mim estabeleço. Não sei de meus olhos ou do revestimento de minha pele. Acuso apenas a noção de minhas unhas. Delas, não posso prescindir. Não só por ser rasgador de letras, mas também pela necessidade de laminar frequentemente grande porção da vida.

Assim, dela, - da vida -, obstinadamente, dilacero de um tudo. De mim, sobra pouco. Esse resto trago empilhado na zona mais afiada das unhas, como se prestes a feri-lo ao mais tímido indício de remorso de ainda conservar algo de mim.

Nessa escuridão permanece o que de tenra idade ainda tenho: uma ginjeira uma rabiola, um bem-te-vi, a primeira sessão de domingo no cine Macapá, um pedaço de menta, uma revista do Tio Patinhas e outra do Mandrake, um conga azul e um vulcabrás preto, um gol perdido, uma monareta, o Seu Banha e um avião cruzeiro do sul, um pouco de extrato de alfazema, dois vinis: um Long Play e um Compact disc, um rabino distante e uma prece, alguns quebrantos, meio retrato onde não mais me pareço e um segredo. Isso é tudo que ainda me acompanha.

Compareço ao meu encontro a cada segundo. Arrumo e desarrumo na prateleira do vento isso tudo e depois, freneticamente, torno ao arquivo morto. Em seguida, volto ao ponto de partida. Sou assim.

Só não toco no segredo. Tenho medo. Ele, a ninguém deve ser dito. Muito menos a mim. Fico a imaginar se o descubro descalço e se seus pés decidem percorrer meu tronco em tênue intensidade?. Se o descubro sem túnica e se seu corpo é bordado e se me põe em cerco militar e se minha infantaria a ele adere e se ele me escraviza?. Se o descubro a articular outros segredos em meus ouvidos pastos?. Se o descubro Cacique e se ele em círculos me canta e se seu arco arremessa uma flecha e se a flecha me vaza e se, por um lapso, eu gozar?. Não. Nesse segredo eu não toco. Tenho medo.

O medo sincero é a mais gentil e sublime virtude de qualquer rasgador de letras. Mas não basta ter medo. É preciso também falar baixo. Bem baixinho, pra não excitar o segredo. Em mim, ele – o segredo - dorme, mas tem sono leve e isso é um risco permanente. Minha melhor porção o embala e o vigia, sem tréguas.

Sob o ângulo da vida, pareço louco. Ela – a vida – teima em nunca resignar-se a arquitetura dos que laceram letras. Dai, me quer em holocausto. Contra mim, imputa falsamente versos que nunca fiz, músicas que jamais ouvi, danças que nunca passei, beijos que não guardei.

Eu, na quietude da mais serena convicção, nada faço. Se o segredo dorme, me basta. À vida, apenas digo: não me doce, nem me salgue. Me alme.

Imagem disponível em: www.uhmporaki.blogspot.com

Governo, empresas e ONGs querem transformar Marajó em reserva global

ilha-do-marajo Por Daniela Chiaretti

O arquipélago do Marajó tem área maior que Santa Catarina ou o Rio de Janeiro e paisagens belíssimas de rio e floresta.  Por ali passam 25% da água doce do planeta e a região produz metade do açaí do mundo, que já foi vendido a R$ 18 o litro em Belém e enriquece empresas dentro e fora do país.

Mas algo deu errado no estuário do Amazonas.  Mais de 70% dos quase 500 mil marajoaras vivem na faixa da pobreza e 80% não têm água encanada.  A economia está em colapso, 80% da população adulta é analfabeta e as unidades de conservação não protegem as águas fluviais.  Agora há um esforço de governo, ONGs e empresas para reverter o quadro e fazer com que o arquipélago ganhe o selo de reserva mundial da biosfera, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

A ideia é dar visibilidade à região - que tem na ilha de Marajó sua estrela mais famosa - e perspectiva de um futuro sustentável ao arquipélago e seus moradores.  Existem mais de 560 reservas da biosfera no mundo - a ilha de Lanzarote, onde viveu o escritor José Saramago, é um destes lugares.

O Brasil tem seis reservas do gênero - a Mata Atlântica foi a primeira.  É uma maneira de proteger, promover o turismo sustentável, conservar e dar perspectiva econômica aos habitantes, acredita João Meirelles, um dos fundadores da SOS Mata Atlântica e hoje diretor-geral do Instituto Peabiru, que trabalha como facilitador entre os marajoaras e os interessados em implementar o programa Viva Marajó.

Marajó, famosa no passado pelos búfalos que herdou de um acidente com um barco que vinha da Guiana Francesa, perdeu metade do seu rebanho.  Há alguns anos, o Ibama fechou todas as serrarias de lá, todas ilegais, inclusive grupos americanos e japoneses, mas 5 mil pessoas ficaram sem trabalho.

A região tem 16 municípios, área maior que oito Estados brasileiros e riquezas únicas no planeta: é o estuário do Amazonas e do Tocantins, o que significa que por ali passa ¼ de toda a água doce superficial do mundo.  Tem alta biodiversidade (é a única região do mundo onde convivem o peixe-boi marinho e o amazônico, por exemplo), um dos patrimônios arqueológicos mais importantes do país, ruínas do período colonial, forte identidade cultural, belas paisagens.  Mas vive uma realidade social crítica.

Marajó importa, por exemplo, mais da metade da mandioca que consome.  Cerâmicas marajoaras são contrabandeadas sem nenhuma fiscalização.  O IDH é muito baixo e a insegurança fundiária, alta.  Quase 80% da população não tem acesso a água limpa, e metade não tem energia elétrica.  O rebanho bovino caiu pela metade, o turismo não tem expressão econômica e as unidades de conservação são frágeis.  Não há nenhuma área de preservação permanente entre elas.

"O Marajó ficou esquecido do poder público, é uma região abandonada", diz Meirelles, que está conduzindo uma enquete com a população para rastrear suas dificuldades e desejos, financiada pelo Fundo Vale.  Ele cita alguns números: Marajó responde por pífios 2,7% da economia do Pará, tem um PIB de R$ 950 milhões.  "É menos do que o empresário Eike Batista pagou de imposto no ano passado", disse Meirelles, durante seminário sobre os desafios para o desenvolvimento da Amazônia na próxima década, promovido pelo Fórum Amazônia Sustentável.  A renda média diária é de R$ 5, um terço da renda média do paraense.  Por sua vez, a renda média diária do paraense é menos da metade da média do brasileiro.

A candidatura ao Programa Homem e Biosfera da Unesco, para transformar a região em reserva da Biosfera Amazônia-Marajó, é uma iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e tem apoio do ministério.  Uma das tarefas, agora, é fazer com que 5% da área da região seja de preservação permanente, um requisito do programa da Unesco.  "Temos que pensar a Amazônia em termos de identidade", diz Meirelles.  "E trazer urgentemente a agenda social para o Marajó, além da ambiental.  Aqui se vive uma situação social crítica."

Uma das vertentes importantes, acredita, é o açaí.  "A região do estuário do Amazonas é o maior produtor do mundo de açaí, Marajó responde pela metade disso, mas não se beneficia", diz Meirelles.  Segundo ele, há 80 empresas no Pará que beneficiam o açaí, três delas grandes.  "O açaí poderia acumular mais renda, virar um modelo mais democrático de distribuição de benefícios."  Outro ponto a ser explorado é o ecoturismo e o turismo cultural.  O arquipélago tem sítios arqueológicos únicos que não estão protegidos.

A jornalista viajou a Belém a convite do Fórum Amazônia Sustentável

Fonte: Valor Econômico

Link: http://www.valoronline.com.br/

Imagem disponível em: www.paratur.com.br

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

HISTÓRIAS DE MIGRANTES

portinari_retirantes Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 29/11/10

Sempre respeitei muito os migrantes que vão para determinado lugar em busca de oportunidade que a sua terra nunca lhes deu. Hoje, normalmente as pessoas se mudam com o propósito de vencerem na vida em novas fronteiras, em locais que possam lhes oferecer empregos com bons salários e qualidade de vida.

Até hoje as imagens das telas da série “Os Retirantes” de Portinari mexem comigo de forma indescritível, pois a paisagem do sol inclemente nos rostos desfigurados das personagens faz clamar o pedido de ajuda contra o flagelo da fome e da sede, numa caminhada interminável em busca da sobrevivência. Já devo ter lido umas três vezes o clássico “Vidas Secas” de Graciliano Ramos e junto a ele acompanhado o sofrimento de todos aqueles nordestinos que fogem da seca do sertão, inclusive o da cadela “Baleia”.

Muito de perto também vejo o preconceito de gente recém-estabelecida em Macapá contra os que aqui chegam em busca de dias melhores para o sustento de suas famílias. Embora a cidade e o Estado não atraiam ainda grandes investidores nacionais e internacionais para implementar outras atividades econômicas, sabe-se que o fluxo migratório para cá é um dos maiores do Brasil. E todos os dias centenas de pessoas aportam em Santana e na capital para participarem de concursos públicos, e outras oportunidades de emprego que são oferecidos. Mas o preconceito não é só dos que já enriqueceram e se fixaram. Os chamados autóctones também lamentam a presença desses milhares de trabalhadores e suas famílias que aqui vêm concorrer com eles e seus filhos, no que fazem ser uma disputa discriminatória e injusta com esses brasileiros que também vivem sob o sol. A maioria dos migrantes são paraenses oriundos das ilhas circunvizinhas e em segundo lugar maranhenses, depois piauienses e cearenses. Todos estão respaldados pelo direito constitucional de ir e vir.

Quando da transformação do Amapá em Território, Macapá tinha menos de dois mil moradores e uma miséria que dava dó. No dizer de Álvaro da Cunha os habitantes tinham um ceticismo crônico e desanimador para com as autoridades e entravavam qualquer cooperação. Observavam o governador com ares de suspeita e temor. Interrogavam com medo: - O que esse capitão vai “fazê?” E procuravam antecipar qual seria a primeira atitude do governo “contra eles”. Só depois de muito trabalho começou, então, o desenvolvimento do Território, com a participação dos filhos dos moradores locais. Em pouco tempo o universo escolar de 7 escolas e 392 alunos de 1944 passou a 9.012 alunos e 105 escolas primárias, sendo 92 delas na área rural. E mais 615 alunos em outros cursos. Janary tinha como base de seu governo o trinômio “Sanear, educar e povoar”, objetos tangíveis que promoveram a colonização episódica do Território. Uma colônia agrícola modelar fixou 100 famílias de agricultores nordestinos e 30 famílias de japoneses. E deveria receber em, 1954, a primeira “leva” de agricultores italianos. Segundo o autor acima citado “Em Mazagão realiza-se uma experiência revolucionária de agricultura socializada, com o trabalho de 200 famílias de agricultores nordestinos, a maior parte delas procedente do chamado polígono das secas do nordeste brasileiro”. (Relações Públicas Governamentais no Amapá. I.O., Macapá,1954)

Coloco aqui estes dados por achar que a educação foi e continua sendo a fonte principal do pensamento para que haja melhores perspectivas de vida para todos. No meio disso dizer também que foram os migrantes que construíram esta terra, vindo de todos os estados deste país e que aqui deram o suor do seu trabalho para que tivéssemos o estado que temos hoje.

Imagem disponível em www.proa.org

Carteira de Estudante – Tadeu Pelaes

Tadeu Pelaes_cart estudante Prometo e cumpro! Eis ai a Carteira de Estudante do Tadeu Pelaes no Colégio Amapaense.

sábado, 27 de novembro de 2010

ITINERÂNCIAS & ENCONTROADAS - zoth

zoth Alcy Filho, o Zoth, foi prestigiar o show de Osmar Jr. no Ceará da Cuíca.

ITINERÂNCIAS & ENCONTROADAS

mancha negra Charles Pereira, o Mancha, já prepara seu bloco “Mancha Negra” para o carnaval, mas vai desfilar no Piratinhas para homenagear o Bar do Abreu.

África Minha

fernando_macunaíma

Gravei vinheta para divulgação do enredo “Laguinho África minha: cantos e revoadas de dois poetas geniais” que Boêmios do laguinho vai apresentar no carnaval 2011. Na foto com Macunaíma, intérprete da Escola.

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

 CONCERTO NO LARGO

Ana Martel e Erivaldo Fraga Termina hoje no Largo dos Inocentes (atrás da Igreja velha de São José) a programação da Semana do Músico que a Confraria Tucuju vem realizando em parceria com o Centro de Formação Musical Valquíria Lima. O encerramento será feito com um grande concerto.

Na ocasião o maestro Erivaldo Fraga, o regente Antonio Carlos e o trompetista Marcos Gonçalves, do Rio de janeiro, apresentarão o resultado das oficinas e mini-cursos ministrados na Semana. A cantora Ana Martel vai encerrar a programação com o seu belo show “Sou Ana”. Imperdível.

UM GRANDE SONHO EM CENA

A FIEAP e o SESI promovem a XIV edição da Mostra de Dança com o espetáculo “Para viver um grande sonho” no dia 30, às 20h00, no Teatro das Bacabeiras, projeto esse que tem por objetivo dar um retorno a sociedade dos conhecimentos adquiridos pelas alunas ao longo de 2010.

120 alunas iniciantes e iniciados vão se apresentar no espetáculo, que também “é uma declaração de amor à arte e à dança e retrata a busca de realização de um sonho de criança, exaltando a determinação, a dedicação, a fé, a paciência e a ética”. Ingressos e informações: 3084-8944.

GARAGEM UNIVERSITÁRIA

Hoje tem a terceira e última edição do ano do projeto Garagem Universitária no hall do anfiteatro da UNIFAP. Haverá a participação das bandas autorais de rock Godzilla, Seed Falls, Nova Ordem, Inadimplentes, LBR e Gás 11. Começa a partir das 18h30.

O coordenador Paulo Zab informou que haverá mais um workshop de guitarra para a garotada. Disse ainda que o projeto cresceu bastante, havendo necessidade de deixar de fora algumas bandas devido a demanda. Os shows do Garagem são direcionados para o público universitária na faixa etária de 16 a 30. Muita movimentação no campus Marco Zero.

SUMAÚMA DE CONTOS

Será lançada hoje à noite no Teatro das Bacabeiras a antologia de contos do projeto “Sumaúma – Poetas, Contistas e Cronistas do Meio do Mundo”, uma iniciativa de um grupo de escritores amapaenses que reúne 17 contistas em 29 textos ficcionais.

A obra é composta por escritores da lavra de Paulo Tarso Barros, Alcy Araújo, Manoel Bispo, Ângela Nunes, Sânzia Brito, Osvaldo Simões Filho, César Bernardo, Mauro Guilherme, Carla Nobre, Gilberto Pinheiro, Ricardo Pontes, Joseli Dias, Jonas Teles, João Barbosa, José Maria, José Pastana e Fernando Canto.

A coletânea é parte do projeto que pretende realizar mais dois livros: um de crônicas e mais outro de poesias de autores locais, objetivando disseminar a produção literária amapaense até então velada por falta de recursos financeiros que proporcionassem a publicação.

ESTAÇÃO CIENTÍFICA

Atenção pesquisadores: Os editores da revista Estação Científica comunicam que o prazo para submissão de artigos científicos para o primeiro número encontra-se aberto até dia 10 de dezembro.

A revista vai publicar artigos inéditos em várias áreas do conhecimento, artigos de revisão de literatura, ensaios, entrevistas, experimentação, grupos de estudo e de pesquisa, pontos de vista, relatos de experiência/caso, relatos de práticas pedagógicas e resenhas.

Os artigos devem ter entre 10 e 20 páginas, observar os critérios de publicação e deverão ser submetidos pelo site http://periodicos.unifa.br/index.php/estacao ou por meio do portal de periódicos da UNIFAP: http://periodicos.unifap.br .

MÚSICOS

Músicos do Amapá Os músicos amapaenses comemoraram no dia 22 a passagem do seu dia com grande programação realizada na sede dos subtenentes e sargentos, na rodovia JK, pela Associação dos Músicos e Compositores do Amapá – AMCAP.

Dia consagrado à Santa Cecília, padroeira dos músicos, também é comemorado pelo município, através de Lei Municipal do vereador Marcelo Dias.

A coluna registra a data e parabeniza tod@s @s coleg@s que contribuem e/ou já contribuíram para o desenvolvimento dessa arte em nosso Estado.

JUÍZES ESCRITORES

rui guilherme Saiu o resultado do Concurso de Contos dos Magistrados, promovido pela AMAAP. Ganharam respectivamente os drs. Rui Guilherme, Alaíde e César Augusto. O concurso, de alto nível literário, foi coordenado pelo dr.Mazurek e julgado pelo Paulo Tarso Barros, Mauro Guilherme e este colunista. Depois daremos mais detalhes.

ZUNIDOR

Nos dias 4 e 5 de dezembro a AMCAP realiza a gravação do 2º DVD dos cantores amapaense no TB. A entrada é um brinquedo para o Natal das crianças pobres.

semana_consciência Encerra hoje a programação da Semana de Consciência Negra, promovida pela União dos Negros do Amapá – UNA, no Centro de Cultura Negra, no Laguinho. A programação da abertura, dia 20 foi comovente. Muita religiosidade e apresentações musicais marcaram o evento, com grupos de cantores e músicos trajados ricamente com roupas coloridas

pilão O show do Pilão foi irretocável. Amanhã o grupo vai tocar na Paróquia Jesus de Nazaré em show beneficente na luta contra o câncer. No dia 07 faz o “Encantaria”, na UNA, comemorando os 35 anos de existência e atividades.

Tinha muito perna-de-pau jogando bola na festa dos músicos. Todos queriam ser goleiros, mas só dava para escalar dois por jogo.

Hoje faz 35 anos que a Polícia Militar do Amapá foi criada através da Lei no. 6.270, que depois foi regulamentada pelo Decreto no. 79.108, de 11 de janeiro de 1977.

A Revista Desenbahia está fazendo chamada para artigos até o dia 30 de novembro. Informações: revista@desenbahia.br.gov.br .

Osmar Jr. lança CD e DVD “Bar do Abreu” hoje à noite no Ceará da Cuíca. Mesas a 80 pilas com direito aos dois produtos.

Acessem o Blog “Canto da Amazônia” para ver a carteira de estudante do Tadeu Pelaes, do C.A.

Será no dia 17 de dezembro a confraternização natalina dos servidores da UNIFAP, às 08h00 no hall da reitoria. Detalhes do evento provocaram veementes protestos da amiga Elayne Batista: - Não aguento mais só cofee break ligth, disse ela, - Eu quero engordar, gente!

Inderê! Volto zunindo na sexta.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SHOW “CANTIGA DE AMIGOS” COM SILVIO CARNEIRO E YAN FERNANDO NO SESC CENTRO

Cartaz cantiga Silvio Carneiro e Yan Fernando encontram-se no Sesc Centro na próxima terça-feira, 30 de novembro, no show Cantiga de Amigos onde interpretam canções consagradas no disco Cantoria 1, gravado em 1984 na Bahia. O show faz parte do Projeto Botequim e traz para o palco músicas de Elomar, Geraldo Azevedo, Xangai e Vital Farias que retratam a vida sertaneja cantada por autênticos nordestinos que traduzem o sertão brasileiro como poucos no show que deu origem ao disco. O sucesso do primeiro lançamento os levou de volta aos palcos para gravar o Cantoria 2, em 1988.

Os músicos- Os dois artistas comungam da mesma paixão por músicas brasileiras e a diferença de idade não impediu as afinidades.

silvio carneiro Silvio Carneiro tem 33 anos, nasceu na Paraíba é jornalista e chegou no Amapá em 2005. Tem a música como companhia desde a infância, cresceu ouvindo de clássicos eruditos a populares e aprendeu violão com amigos. Fã de Raul Seixas deixou que o rock entrasse em seu repertório na sua passagem pelo movimento estudantil. Integrou bandas de rock ainda no nordeste, mas a tendência pelo estilo progressista de Raul e Zé Ramalho levou Silvio para as rodadas de violão entre amigos acadêmicos onde fazia imitações de seus ídolos. Além de excelente intérprete, Silvio compõe e depois de alguns anos dedicados ao jornalismo, retornou em 2010 à música com o show “Raul Seixas-21 Anos Sem Luar”. Logo após apresentou no Sesc o “Nordeste Independente” e no Complexo Araxá, “As Aventuras do Maluco Beleza no Reino de Avohai”.

yan-fernando[2]Yan Fernando é um jovem amapaense de 19 anos que descobriu muito cedo a música. Assim como Silvio, Yan cresceu escutando músicas de artistas consagrados e se aventurou primeiro na percussão em festas particulares e ampliou esse conhecimento nas baterias de diversas escolas de samba no Amapá. Yan tenta unir o talento nato ao conhecimento acadêmico. Aos 8 anos entrou na Escola de Música Walkíria Lima mas o tempo dispensado com teorias não estava nos planos do garoto que já queria tocar instrumento. Desistiu, mas ao completar 15 anos retornou à Escola de Música onde decidiu se aperfeiçoar de fato em música estudando violão erudito. Aluno de Beto Oscar, Fabinho Costa e André Pantoja, Yan atuou como tenor na Orquestra Oscar Santos durante dois anos e participou de vários recitais da escola de música. Suas influências musicais vão de Villa Lobos à Paulinho Nogueira, Elomar, Chico Buaque, Belchior, Turíbio Santos e muitos outros. Em 2010 foi convidado por jovens artistas amapaenses para participação em shows, como a exemplo de Rebeca Braga e o próprio Silvio Carneiro.

O Show- Em Cantiga de Amigos a dupla vai interpretar músicas como Sete Cantigas Para Voar, Kukukaya, Ai Que Saudade D’ocê, ABC do Preguiçoso, Saga da Amazônia, Moça Bonita, Arrumação e outras que não fazem parte do repertório do disco, como as de autoria de Renato Teixeira, Almir Sater e Paulinho Pedra Azul. “Podemos definir este show como um resgate da música brasileiríssima de raiz”, fala Silvio.

SERVIÇO:

Data: 30 de novembro / Local: Sesc Centro / Hora: 22:00 / Entrada franca

Grupo Pilão apresenta o Show Musical “ENCANTARIA”

Por Sonia Canto

para blog_ O Grupo Pilão sobe ao palco no dia 07/12/10, no Centro de Cultura Negra, a partir das 23:00 para apresentar o show musical “ENCANTARIA”, que comemora seus trinta e cinco anos de atividade musical ininterrupta.

Formado por Eduardo Canto, Orivaldo Azevedo, Leonardo Trindade, Juvenal Canto, Bi Trindade e Fernando Canto, o Grupo Pilão se apresenta com a direção musical do Maestro Manoel Cordeiro e uma banda base formada pelos músicos Alan Gomes (contrabaixo), Fabinho (guitarra), Paulinho Queiroga (bateria) e Bibi (sopros).

Encantar significa exercer suposta influência mágica; seduzir; cativar; fascinar; agradar extremamente; provocar irresistível admiração. Para os entendidos em magia, Encantaria é produto da fusão dos cultos amerabas e cristãos e dos elementos da Natureza: Ar, Fogo, Terra e Água.

É com esta proposta de encanto e magia que o show “Encantaria”, será apresentado com um repertório mesclado de canções que já fazem parte do cancioneiro popular, e inéditas que vem sendo ensaiadas há dois meses.

As músicas inéditas que serão apresentadas ao público refletem o trabalho de pesquisa do grupo desde o lançamento de seu último trabalho, o CD Trevelê (1996), e trazem ritmos diversificados: batuque, guarânia, samba, guitarrada, boi bumbá, marabaixo, cacicó, samba-choro e xote.

Desde 1975, quando surgiu no III Festival Amapaense da Canção – FAC, usando o pilão como instrumento musical na música “Geofobia”, de Fernando Canto e Jorge Monteiro, o Grupo Pilão iniciou um percurso de valorização e divulgação da música local que influenciou definitivamente a criação musical do Estado. Nesse período realizou inúmeros shows e gravou três discos e representou o Amapá no Brasil e no exterior.

Tendo sobrevivido por mais de três décadas lutando bravamente em prol da nossa música, sua base de componentes continua a mesma juntamente com as idéias de valorização de nossas coisas, através da pesquisa e da preservação dos valores mais autênticos da cultura amapaense.

A produção executiva do Show “Encantaria” é de Sonia Canto Produções e a direção artística é assinada por Tomé Azevedo.

Serviço:

Local: CENTRO DE CULTURA NEGRA

DATA: 07/12/10 HORA: 23:00H

MESA: 50,00

Informações: 8138-9690/9149-9536

Osmar Jr. e Renivaldo Costa no Ceará da Cuíca

osmar_ O cantor e compositor Osmar Jr. volta aos palcos nesta sexta-feira, 26, no Ceará da Cuíca com o show “Osmar Junior ao vivo”. O espetáculo faz parte de uma série de apresentações que o artista pretende realizar até o final do ano, para lançar seu mais novo trabalho: um box com CD e DVD intitulado “Osmar Jr. no Bar do Abreu”.

O disco é uma coletânea com dez músicas onde ele apresenta novas canções e regrava antigos sucessos. Já o DVD reproduz o show que originou o compacto e traz entrevistas e making off. O CD foi gravado ao vivo no próprio Bar do Abreu no dia 7 de julho de 2008, durante um show que contou a participação dos músicos Cleverson Baía, Valério de Lucca, Beto oscar e Ceará da Cuíca. No estúdio Tarumã, onde o disco foi aperfeiçoado, houve ainda a participação dos baixistas Taronga, Alan Gomes e Odair.

De acordo com Osmar Jr. o disco é um tributo ao mais tradicional ponto de encontro da boemia amapaense. O local já foi classificado pelo saudoso jornalista Hélio Pennafort como “o espaço mais democrático do Amapá”. “Sou frequentador do Bar do Abreu há mais de 20 anos e vinha pensando neste projeto há bastante tempo”, confessa o poetinha.

Para a produção do CD, Osmar Jr. contou com o apoio de José Ronaldo Abreu, proprietário do bar, além do patrocínio de João Milhomem, José Carlos Tavares, André Barreto e Alejandro Cadena.

Dentre as faixas do disco esta a inédita “O abreu abriu o bar” (Osmar Jr.) além de regravações de Fernando Canto (“Pedra negra”, que venceu festivais no final dos anos 70 e foi censurada), Zito Borborena (“Ilha do Marajó”) e sucessos conhecidos como “Pedra do Rio” e “Kizomba”.

O lançamento do Box com CD e DVD será no Ceará da Cuíca, a partir das 22h, na Avenida Piaui, entre Jovino Dinoá e Leopoldo Machado. A mesa custa 80 reais e dá direito ao produto.

renivaldoNo mesmo local, será vendido o livro “Papo de boteco – contos e crônicas escritos no Bar do Abreu”, que a exemplo do mais recente trabalho de Osmar Jr também homenageia o Bar do Abreu. Com fotos dos personagens, a obra é uma coletânea de textos publicados na imprensa amapaense que contam histórias e estórias de “abreulistas”, desde os que já se foram, como os jornalistas Hélio Penafort, Alcy Araújo e Jorge Ernani, o escritor Carlos Cordeiro, o poeta Isnard Lima; e de quem ainda freqüenta o bar, bebedores ou não, como Bira, Fernando Canto, Emanoel Reis, Paulinho Lopez, os proprietários e até o autor.

Em 104 páginas, Renivaldo conta os “causos” divididos em 44 textos que deixam o leitor com impressão de que estão realmente no balcão do bar, escutando os ruídos típicos de copos e garrafas, ao som de música variada, convivendo com os personagens em diferentes níveis de embriaguês ou sobriedade, e participando das histórias reais porém com os exageros próprios dos que freqüentam balcões de bar.

A obra também está disponível na Banca do Dorimar, Banca do Ceará, Norte das Águas, Consultório do Dr. Jorge Alfeu e, claro, no Bar do Abreu.

Gravação do DVD da AMCAP

Participe

cartaz

O maior rio do planeta

Por Ray Cunha

rio amazonas O rio Amazonas, que nasce no rio Apurimac, na parte ocidental da cordilheira dos Andes, no sul do Peru, na América do Sul, e deságua no oceano Atlântico, é o maior rio do mundo, 140 quilômetros mais longo do que o africano Nilo - que nasce no rio Kagera, próximo à fronteira entre o Burundi e Ruanda, na África, e deságua no mar Mediterrâneo -, tido como o mais comprido do planeta durante muito tempo. A comprovação foi feita por uma das mais sérias instituições científicas do Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utilizou dados obtidos em expedição à nascente do Amazonas e imagens de satélite. Segundo o Atlas Geográfico Mundial, a extensão do Nilo é de 6.695 quilômetros e a do Amazonas, de 6.515 quilômetros. Os livros de geografia precisam ser reeditados. Agora, o rio Amazonas mede 6.992,06 quilômetros e o Nilo, 6.852,15 quilômetros.

A equipe que chegou a essa conclusão, divulgada em julho de 2008, foi chefiada pelo geólogo Paulo Roberto Martini, 60 anos, da Divisão de Sensoriamento Remoto do Inpe. Ele comentou que as medições anteriores foram feitas sem o uso de metodologias científicas: “Esse resultado mostra que, às vezes, as verdades mais bem estabelecidas têm de ser revistas porque podem simplesmente não ser verdade. Pelo menos desta vez não temos acho. Temos metodologia científica e, por essa leitura, por essa interpretação, você pode colocar nos livros que o Amazonas é maior do que o Nilo”.

Em junho de 2007, uma expedição, que incluía representantes do Inpe, do Instituto Geográfico Militar do Peru, da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já havia determinado a nascente do rio Amazonas. Desde o início dos anos 1990, cientistas do Inpe se debruçam sobre o gigante, por meio de sensoriamento remoto e geoprocessamento, tecnologias utilizadas no Programa Espacial Brasileiro. Foram usadas imagens dos satélites norte-americanos Landsat, distribuídas pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. Os pesquisadores marcaram o traçado dos dois rios e com ajuda de um programa de computador calcularam a extensão deles da nascente à foz.

Em maio de 2008, o vice-presidente da Sociedade Geográfica de Lima, professor Zaniel Novoa, após 12 anos de investigação, confirmava a versão do explorador polonês Jacek Palkiewicz, que, em 1996, localizou a nascente do Amazonas e afirmou que o rio sul-americano era mesmo o maior do mundo. Até a segunda metade do século XX, os geógrafos apontavam o Nilo como o maior. Desde que o Amazonas foi batizado, em 1500, foram identificadas nascentes em vários pontos do Peru, contudo a nascente verdadeira se encontra a 5.179 metros de altitude, próximo do monte nevado Quehuisha, na região sul de Arequipa, no Peru.

O Amazonas foi chamado pelo navegador espanhol Vicente Yañez Pizón, em 1500, de Mar Doce; o também espanhol Francisco Orellana mudou-o para Amazonas, em 1542. O colosso marrom, que no estado do Amazonas recebe o nome de Solimões e nos estados do Pará e Amapá, de Amazonas, é a espinha dorsal da maior bacia hidrográfica do mundo, formada por 7 mil afluentes, abrangendo uma área, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), de 6,110 milhões de quilômetros quadrados, no norte da América do Sul, banhando Peru (17%), Equador (2,2%), Bolívia (11%), Brasil (63%), Colômbia (5,8%), Venezuela (0,7%) e Guiana (0,2%). Só a bacia do rio Negro, afluente da margem esquerda do Amazonas, contém mais água doce do que a Europa.

Da nascente até 1.900 quilômetros, o Amazonas desce 5.440 metros; desse ponto até o Atlântico, a queda é de apenas 60 metros. Suas águas correm a uma velocidade média de 2,5 quilômetros por hora, chegando a 8 quilômetros, em Óbidos, cidade paraense a mil quilômetros do mar e ponto da garganta mais estreita do Amazonas, com 1,8 quilômetro de largura e 50 metros de profundidade.

Fora do estuário, a parte mais larga situa-se próxima à boca do rio Xingu, à margem direita, no Pará, com 20 quilômetros de largura, mas nas grandes cheias chega a mais de 50 quilômetros de largo, quando as águas sobem ao nível de até 16 metros. O Amazonas é navegável por navios de alto-mar da embocadura à cidade de Iquitos, no Peru, ao longo de 3.700 quilômetros. Seu talvegue, nesse curso, é sempre superior a 20 metros, e chega a meio quilômetro de profundidade próximo à foz. A bacia amazônica conta com 25 mil quilômetros de rios navegáveis.

A vazão média do rio-mar é de pelo menos 200 mil metros cúbicos de água por segundo, o suficiente para encher 8,6 baías da Guanabara em um dia. No Atlântico, despeja, em média, 400 mil metros cúbicos de água por segundo; chega, portanto, a despejar 600 mil metros cúbicos de água por segundo no mar. Num único dia, o Amazonas deságua no Atlântico mais do que a vazão de um ano do rio Tamisa, na Inglaterra. O colosso contém mais água do que os rios Nilo, na África; Mississipi, nos Estados Unidos; e Yangtzé, na China, juntos.

O Amazonas despeja também no mar 3 milhões de toneladas de sedimento por dia, 1,095 bilhão de toneladas por ano. O resultado disso é que a costa do Amapá está crescendo. A boca do rio, se escancarando do arquipélago do Marajó, no Pará, até a costa do Amapá, mede 240 quilômetros, e sua água túrgida de húmus penetra 320 quilômetros no mar, atingindo o Caribe nas cheias e fertilizando o Atlântico com 20% da água doce do planeta. O húmus despejado pelo gigante no Atlântico torna a costa do Amapá uma explosão de vida marinha, o ponto mais rico da Amazônia Azul, no Brasil mais mal-guardado pela Marinha de Guerra e menos estudado pela academia.

“O que me intriga, não apenas no conteúdo da educação fundamental brasileira, mas também na base de informações científicas e acadêmicas no Brasil, é a pobreza de informações ambientais e biológicas sobre essa região, batizada de Mar Dulce pelo navegador espanhol Vicente Yañez Pinzón, em 1500, mesmo ano em que Cabral achava o Brasil” – comenta o oceanógrafo Frederico Brandini.

Ele lembra que, no Amapá, as autoridades estão pouco preocupadas com o estudo da Amazônia Atlântica, e as costas do Amapá e do Pará são um inacreditável banco de vidas marinhas, coalhado de piratas, que vão lá pegar, de arrastão, pescados, lagostas, camarão e outros frutos do mar. Pescadores paraenses já capturaram na altura da Vila de Sucuriju, no município de Amapá, marlim azul de meia tonelada. Nem Ernest Hemingway conseguia espadarte desse porte no Gulf Strean.

Foto: Sônia Canto

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O VELHO BARÃO

Publicado no jornal “A Gazeta” de domingo, 21/11/10.

grupo barão do rio brancoA emoção de entrar no prédio da escola Barão do Rio Branco depois de alguns anos me acendeu a memória e me revirou os sentidos.

191120105508 Ao chegar lá para dar depoimento, como ex-aluno, a um grupo de universitários do IESAP que fazia um trabalho sobre a pedagogia ali empregada, pude contemplar o busto de cimento do patrono da escola, José Paranhos da Silva, em um pedestal no início da escada à direita. Ele parecia sofrer com os olhos apertados mirando a outrora pacata Avenida FAB e a praça que leva seu nome em homenagem a grande vitória na questão do Contestado, a 1º de dezembro de 1900, o famoso Laudo Suiço.

191120105509O busto mostrava as cicatrizes do tempo, visíveis pelas emendas e consertos causados por acidentes, afinal milhares de crianças e adolescentes desceram e subiram as escadas com suas algazarras bem peculiares da idade. A seu lado o busto de Cabralzinho marcava presença como o elemento que determinou, com sua proeza, o início e o fim de um processo que há séculos se arrastava entre o Brasil e a França. Francisco Xavier da Veiga Cabral com seus vastos bigodes e cabelos partidos ao meio rugia em silêncio sua dor da incompreensão. Estava cego, pois algum estudante lhe pichou o olho direito. Contudo, continuavam ali, os dois, lado a lado, como guardiões daquele primeiro templo educacional, que ainda hoje carrega a fama de ser o mais importante educandário do Estado, desde os tempos de Território Federal.

foto fernando_grupo escolar Nessa hora o tempo se confunde e a gente se povoa de lembranças: vê o corre-corre da hora do recreio, o riso, as bochechas vermelhas e o suor na ponta do nariz; fecha os olhos para não sentir o olhar austero da professora Cecília Pinto de Azevedo Costa repreendendo quem deixou de fazer o dever de casa e aplicando palmadas com a régua de acapu na mão do aluno “relapso”; relaxa ao ouvir a voz amiga da professora Graziela dos Reis quando algum de nós “foi chamado à Diretoria”, e se satisfaz quando lembra que entendeu facilmente a operação matemática e as regras gramaticais tão bem explicadas pela mestra Cacilda Barreto.

Depois palpitam outras memórias, resíduos embandeirados de uma época. Moleques saem em bandos pelas ruas, descendo a São José num tempo que não havia ônibus nem trânsito perigoso, espirrando lama um no outro na rua de piçarra, mexendo com o vigia da Escola Industrial, declamando versos de sacanagem para ele: “Deu meio-dia/ Panela no fogo/ Barriga vazia/ ... E saem em desabalada carreira para chegar rápido em casa e pegar o “boião”. Ora, o leite “peidão” da Aliança Para o Progresso que o Tio Sam mandava para o governo brasileiro não dava “nem pro chibé”, não tinha assim tanta “sustança”. Ah, sim, o uniforme sujo de lama, o ralho da mãe e a seriedade imperativa da hora sagrada do almoço...

Um dia depois de ter assistido a um filme de Tarzan, o Rei das Selvas, decidi ser como ele e pus-me a pular do muro ao galho da mangueira da frente da escola. Caí e fraturei o braço. De quebra ainda menti ao contar a versão de que caíra no pedestal da bandeira. Dei preocupação aos pais e professores, mas fui cuidado e enfaixado em gesso pelo eficiente enfermeiro japonês Harada, meu vizinho do Morro do Sapo, lá no bairro do Laguinho. Tempos depois levei uma surra do velho Antonio, meu pai, ao contar a verdade me vangloriando do feito infantil, mas estúpido.

Assisti muitas películas no cine Territorial que ficava contíguo à escola e não esqueço jamais o cheiro dos frutos da enorme mutambeira ao lado do prédio, pois foi sob sua sombra, quando fazia a quinta série e me preparava para a Admissão ao Ginásio, que o amor passou pela primeira vez na minha frente. Aqueles lábios arroxeados, o sorriso lindo e o andar rebolante da morena me fizeram sonhar uma eternidade num segundo. Por isso até hoje acho que o amor tem cheiro de óleo de mutamba.

Quando saí pelo portão, olhei para trás e lembrei que o único pé de pau-brasil que havia na cidade era o da frente do antigo Grupo Escolar. Era ali que história do Brasil se materializava para nós. Foi ali nesse lugar que me iluminaram de saberes e de certeza que os sonhos se realizam. Obrigado, velho Barão.

Fotos do acervo de Fernando Canto. A foto do prédio do Grupo Escolar Barão do Rio Branco é de 1965.

domingo, 21 de novembro de 2010

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Paulicada no jornal “A Gazeta” de 19/11/10

SANTANDER

121120105424O Grupo Santander inaugurou na semana passada, dia 12, a agência do campus Marco Zero do Equador da UNIFAP, com a presença de seu representante Marcelo Vulcano, que também veio à região Amazônica divulgar o programa de Apoio ao Ensino Superior. O programa do banco já investiu R$ 1,8 bilhão, com a concessão de mais de 70 mil bolsas de estudos, nos países que atua desde 1996.

No dia 30 de novembro o reitor José Carlos Tavares estará em Belém para participar, junto a outras universidades amazônicas, da assinatura de convênio com o banco, para o Programa Santander Universidade de Mobilidade Nacional, que oferece bolsas de estudo para alunos de graduação realizarem intercâmbio cultural em universidades do Norte a Sul do Brasil.

GRUPO PILÃO NA EXPOFEIRA

O Grupo musical Pilão, que este ano completou 35 anos de atividades, faz show hoje à noite no parque de exposições da Fazendinha. Amanhã toca durante as comemorações da Semana da Consciência Negra, no Laguinho.

Com a direção musical do maestro Manoel Cordeiro e a produção de Sonia Canto Produções, o conhecido grupo vai fazer o show “Encantaria” no dia 07 de dezembro (véspera do feriado de Nossa Senhora da Conceição), se preparando para a edição de novo CD e DVD.

LÍNGUA PORTUGUESA OU BRASILEIRA?

De 23 a 25 de novembro, no campus Marco Zero, ocorrerá o IV Seminário de Letras, uma realização da turma do curso de Letras 2008, com a participação de outras cinco Instituições de Ensino Superior que têm o mesmo curso.

O tema do encontro será a velha pergunta que até hoje se discute e ainda não se chegou a uma conclusão: “Língua Portuguesa ou Brasileira? Discutindo a Identidade Lingüística do Brasil”.

As informações podem ser obtidas no endereço: www.ivseminariodeletras.webnode.com .

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

missa quilombos 2009 (2)Hoje, como parte da programação da Semana da Consciência Negra, a Seafro realiza na escola José Bonifácio, do Curiaú, o “Seminário da Diversidade”, e discute aspectos da Lei 139, que obriga as comunidades a implantarem a cultura africana em seus currículos escolares.

Amanhã, junto com a Fundação Palmares e COMIS-PMM, entrega na Ressaca da Pedreira a certificação das terras de remanescentes de quilombos. À tarde faz a 8ª Caminhada Zumbi dos Palmares e à noite, no Centro de Cultura Negra, reza na Missa dos Quilombos com o Padre Paulo Roberto, Pai Salvino e outros representantes das religiões de matrizes africanas. Depois todos dançam com os grupos folclóricos. (Foto: Marileia Maciel)

CONCURSO DA REVISTA LITERÁRIA

Até o dia 30 de novembro estarão abertas as inscrições ao I Concurso de Poesias Revista Literária – Edição 2010, que poderão ser feitas apenas por meio dos Correios.

A promoção é do Portal Revista Literária, do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal e da Scortecci Editora, para autores brasileiros maiores de 16 anos, residentes no Brasil. O tema é livre e a inscrição gratuita.

O prêmio será a edição de um livro com os 50 trabalhos selecionados, que divulgará os novos talentos da poesia brasileira. Informações: faleconosco@revistaliteraria.com.br .

AUMENTO POPULACIONAL

ibge

Os dados preliminares do censo 2000 x 2010 para o Amapá indicam que o Estado teve uma variação no período de 35,96%. Hoje somos 648.553 habitantes e a capital já possui 387.539, com um aumento de 36,79%.

Pedra Branca do Amapari foi o município que teve o maior aumento populacional: 149,54%, seguido de Pracuúba (55,73%),Tartarugalzinho (54,88%) e Oiapoque, com 54,75% (Fonte: IBGE).

PET PARA INDÍGENAS

joão batista_unifap

Foi aprovado o Programa de Educação Tutorial – PET - do curso de Educação Indígena, no qual vai se trabalhar a gestação de Núcleos Museológicos Indígenas em algumas aldeias do Estado.

O edital do PET está no site da UNIFAP e tem como proposta fortalecer a identidade cultural das aldeias indígenas por meio desses Núcleos, os quais atuarão na formação de profissionais para militarem nessa área do conhecimento. O programa é coordenado pelo prof. dr. João Batista Gomes de Oliveira.

ANTECIPAÇÃO DE LANÇAMENTO

Foi antecipado para hoje o lançamento do samba-enredo para o carnaval de 2011 dos Piratas Estilizados. Estava tudo certo para ocorrer amanhã, no Bar do Abreu, mas a diretoria da escola resolveu que esta é melhor data, pois recebe o cantor Paulinho Pontes, que levará o samba na Ivaldo veras. Paulinho é do grupo de intérpretes da Beija Flor de Nilópolis e de outras escolas do grupo de acesso do carnaval do Rio.

Na ocasião a famosa bateria nota 10 dos Estilizados estará presente para homenagear o Bar, que é o enredo do carnaval 2011. Depois o pagode vai rolar.

ZUNIDOR

O escritor José Saramago (“Ensaio Sobre a Cegueira”) completaria 88 anos no dia 16 passado.

Entreouvido no Calçadão do Valdir: Pedro: - Mas o Zé Ramos é uma constante vítima de arma branca. Joaquim: - Como já, então? Pedro: - É que a loura que ele anda vive dando facada nele.

O colegiado do curso de Artes Visuais promove de 30 de novembro a 03 de dezembro a Semana de Cultura e Arte da UNIFAP, coordenada pelos professores João Batista e Cristiana Nogueira. No projeto serão apresentados trabalhos/exposições artísticos/estéticos de alunos das turmas 2009 e 2010. Será na Galeria de Arte, Pavilhão L.

Já dizia o Ivan Preto no balcão do Abreu: - Bacana é o gato que não toma banho e só anda limpo.

fernando castro amoras

Fernando Castro Amoras, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UNIFAP informa que o Livro Resumo do Congresso de Iniciação Científica, que já está nas mãos dos estudantes em versão CD-ROM, deverá sair impresso em 2011.

Inderê! Volto zunindo na sexta.