sexta-feira, 27 de maio de 2011

É BIG! É BIG! Orivaldo Azevedo

orivaldo e reginaParabéns ao percussionista Orivaldo Azevedo e meu companheiro do Grupo Pilão, que faz aniversário hoje. Sucesso!

Na foto, Orivaldo e sua esposa Regina.

É BIG! É BIG! Finéias Nelluty

fineias nelluty Parabéns ao cantor, compositor e instrumentista Fineias, lider do Grupo Amazon Music, que faz aniversário hoje. Muito sucesso!

Fineias recebe os amigos hoje a noite no Biroska.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

COLUNA CANTO DA AMAZÔNIA

Foto pilão e senzalas

DVD DOS “MINHOCAS”

grupo pilão nivitoguedes

Encontra-se em fase de finalização o segundo DVD produzido pela Associação dos Músicos e Compositores do Amapá – AMCAP, gravado no ano passado no Teatro das Bacabeiras, com a participação de 23 expressivos grupos e artistas da terra.

Segundo o compositor Cléverson Baía, ex-diretor da entidade, que começou o processo de gravação, o trabalho está com 75% das imagens e áudio já editados.

O projeto pretende ultrapassar a vendagem do primeiro DVD, que até hoje é bastante procurado por turistas, em que pese as duas reedições. As imagens dão uma mostra real das tendências regionais e vertentes rítmicas de nossa música, com um rico aproveitamento do folclore local. Agora é esperar pra assistir.

AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DE CULTURA

popóConselho Estadual de Cultura, que tem na presidência o “feroz” ( - Ei, apenas modo de falar.) João Porfírio Freitas Cardoso, o Popó, está realizando audiências públicas em todos os municípios do Estado.

O objetivo do projeto é implantar os sistemas municipal e estadual de cultura, ação esta que se constitui do fundo de cultura, secretarias de cultura, um conselho municipal de cultura e um banco de dados culturais sobre o município. Há, também, os mini-sistemas, que se preocupam outras linhas de ação como a questão do patrimônio, museus, folclore, etc.

AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DE CULTURA II

O CONSEC informa que quem não tiver o seu sistema implantado não receberá mais incentivos nem convênios do Ministério da Cultura. Entretanto, reconhece que nem todos os municípios têm secretaria ou coordenadoria. A maioria está sempre ligada às secretarias de turismo e esporte e lazer, o que dificulta a implantação do sistema.

Sensível às peculiaridades da administração cultural, Popó reclama que o CONSEC está funcionando com o dinheiro do bolso dos conselheiros, pois não vê suas reivindicações atendidas em quase nada pela SECULT, tais como pessoal, diárias e recursos materiais. Mesmo assim o CONSEC já realizou audiências públicas em Laranjal do Jari, Macapá, Vitória do Jari, Ferreira Gomes e Porto grande. No dia 28, sábado será a vez de Mazagão.

CAMPEONATO AMAPAENSE

campeonato amapaense

tadeu pelaes_fcanto_pingarilho_jney_bira Tadeu Pelaes, Fernando, Pingarilho, J Ney, Bira

Domingo foi a abertura do campeonato amapaense de futebol no sexagenário estádio municipal Glicério de Souza Marques. Uma tarde chuvosa abrigou milhares de torcedores do São José e do Trem Desportivo Clube, um clássico estadual.

Presentes na arquibancada velhos amigos que não se viam há muito tempo, torcendo pelos seus clubes que empataram de 1 X 1. Parecia um encontro alegre do dia de eleição ou do Círio. Ou melhor, uma festa de lembranças entre velhos atletas, torcedores e radialistas que passaram a contar causos do antigo futebol amapaense. Um carnaval, mesmo.

OPORTUNIDADE PARA UNIVERSITÁRIOS

Universitários com domínio de digitação (rapidez), domínio da língua portuguesa (bom texto e pronúncia) e disponibilidade para trabalhar no horário comercial, poderão enviar e-mail para: seleção.amapa@idort.com para se submeterem à seleção de trabalho para junho de 2011 (com carteira assinada, auxílio alimentação, auxílio transporte e certificado de participação).

O trabalho vai ser colaborar no recadastramento dos servidores públicos da Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça Estadual.

ENTREVISTA AO LEITOR

Foto do Helio pennafort

ricardo smith_heliopennafort_fernandocanto

Ricardo Smith, Helio Pennafort e eu.

É sempre saboroso reler as histórias narradas pelo jornalista Hélio Pennafort nos vários livros que publicou em vida. Por estes dias manuseei o “Entrevista ao Leitor”, publicado pelo Departamento de Imprensa Oficial em 1982, e nele reencontrei o velho amigo na sua franca diversão de contar suas histórias. O prefácio fui eu que fiz, a pedido dele, claro.

Os textos do livro são documentos importantes para a história do rádio e da imprensa amapaense. Hélio dá o seu testemunho sobre diversas facetas do jornalismo do seu tempo, principalmente sobre a Rádio Educadora São José e o jornal “A Voz Católica”, ambos extintos. Ele fala sobre assuntos diversos da cultura, e da vida interiorana amapaense. Alguém precisa resgatar o rico material coletado por ele para que a memória amapaense não sofra mais uma derrota.

HÉLIO PENNAFORT E O TÉCNICO J. NEY

2011-05-22_17-02-53_924 Hélio informa que “havia uma cavalheira rixa entre a Rádio Difusora e a Rádio Educadora, mas chegou um tempo em que a disputa pela audiência era muito grande e os esculachos recíprocos”. O gelo foi quebrado, segundo o autor, por iniciativa do Carlos Pontes, diretor da RDM, que promoveu uma partida de futebol entre as emissoras. O estádio estava cheio de gente.

Ele conta que pouco antes da partida foi para perto do time da RE, no gramado, para escutar a preleção do “improvisado técnico” J. Ney. Ele diz que ”foi difícil conter o riso quando o J. Ney, muito compenetrado, explorava os brios dos locutores-atletas e disse a eles: - Olha, gente, nós temos que ganhar de qualquer maneira. Fiquem certos de uma coisa, uma derrota nossa vai influir na audiência da Rádio”.

ZUNIDOR

Olha o Marabaixo aí, gente! É neste Domingo do Mastro na casa da Tia Biló (Inicia no sábado - 28 - com a “cortação” do mastro no Curiáu), a partir das 10h00.

Vem aí a 1ª Semana de Ciências Farmacêuticas, com o tema: Farmacêutico, um olhar multiprofissional. De 30 de maio a 03 de junho na UNIFAP. Inf: www.semanafarmaceuticounifap.blogspt.com

Dia 27 de maio ocorre o Seminário de TCC no auditório da reitoria da UNIFAP realizado pela Coordenação de Ciências Sociais, com palestra sobre “trabalhos acadêmicos”. Palestrante: Prof. Dr. Raullyan Borja Lima e Silva. Mesa redonda “Do áudio visual à pesquisa de campo”, com os professores Msc. Maria do Socorro Oliveira, Luciano Magnus e Roberta Sheibe; mesa redonda “Formas escritas de produção científica”, com os prof. dr. José Maria da Silva, Adalberto Carvalho Oliveira e Richard Douglas Leão

Dia 08 de junho haverá mais um “Master Class”, curso de guitarra com o guitarrista Frank Solari, no Centro de Convenções João Batista Azevedo Picanço, na FAB. Promoção de C. Baía, da “Guitarras do Meio do Mundo”.

Vai até dia 28 o IV Evinter, do IESAP, com palestras, apresentações de trabalhos científicos dos acadêmicos do IESAP e um Sarau Literário, no Museu Sacaca. Inf: 3222 – 6400 e 3222-66 05.

O cartunista (e um dos melhores ilustradores que conheço na região) Paulo Emanuel, encaminha a revista de charges, humor e futebol paraense. Um barato! Vale a pena ler.

O Rio de Janeiro recebe o pessoal para o 1º Congresso Nacional da Anel (Associação Nacional dos Estudantes). Inf: @anelivre / facebook.com / anelanline.org

ricardo pontes O escritor Ricardo Pontes me disse que lança em agosto o seu primeiro romance denominado “O Mistério de Safira”, que se passa no rio Araguari, no Amapá. A capa é do artista Plástico Dekko.

De 03 a 05 de outubro a Universidade Federal de Uberlândia realiza o Fórum Internacional sobre Práticas Docentes. Tema: Inclusão Social/ Tecnologias de Informação e Comunicação. Inf: www.forumdocente;prograd.ufu.br

n s santana Os obidenses radicados na capital começam a fazer a peregrinação de sua padroeira Nossa Senhora de Santana, em Macapá. A festa em Óbidos-PA é dia 25 de julho.

Até 31 de agosto estão abertas as inscrições pra o Prêmio Jovem Cientista, com o tema “Cidades Sustentáveis”. Inf: www.jovemcientista.cnpq.br .

olivarcunha Olivar Cunha está quase chegando em Macapá para visitar a família e amigos. Uma exposição de seus novos trabalhos não está descartada.

De 08 a 11 de agosto haverá a VII Semana da Física da UFSCar. Tema: “Átomos: a natureza ama esconder-se” (Heráclito). Inf: www.daf.df.ufscar.br/sefis .

bolachinha Vai um Inderê para o meu amigo Bolachinha pelo seu show “Bolachinha Canta Roberto Carlos”, realizado no Ceará da Cuíca, sexta-feira passada. Só sucesso!

Inderê! Volto zunindo na semana que vem.

CRÔNICAS DO CALDO FINO

caldofino Com autorização, reproduzo aqui estas crônicas do livro “Caldo Fino – crônicas sobre o cotidiano do Amapá”, organizado pelas professoras Cláudia Maria Arantes Assis e Roberta Sheibe (Editora Virtual Books, Pará de Minas, MG, 2011). O livro traz textos de alunos e ex-alunos do curso de Comunicação Social da Faculdade Seama. Segundo as organizadoras “São historietas que, em sua maioria, resultam em crônicas de linguagem e formatos livres, repletos de coloquialidade e genialidade”.

“A crônica nada mais é do que um grande e fino caldo de tacacá (aqui no Amapá bom não é o caldo grosso, e sim o fino), que faz grandes misturas com ingredientes e resulta num sabor exótico. É o caldo do tucupi (molho de cor amarela extraído da raiz da mandioca) com jambu, goma, chicória e camarão. Tudo junto e misturado. Para completar é só jogar uma pimenta de cheiro”

[...] “Sinta-se convidado a tomar o caldo fino de nossas histórias. Adicione pimenta à vontade. Boa leitura.”

PORRE

Carla Helena

Na noite passada fui convidada para uma reunião com as “meninas”. Eu disse a meu “namarido” que estaria de volta à meia-noite. Mas as horas passaram rapidamente e a cerveja estava rolando solta.

Por volta das três da manhã, feito um gambá, fui para casa. Mal entrei e fechei a porta, o cuco da parede da sala disparou e “cantou” três vezes. Rapidamente, e percebendo que meu marido poderia acordar, eu fiz “cu-co” mais nove vezes...

Fiquei realmente orgulhosa de mim mesma por ter tido uma ideia tão brilhante e rápida (mesmo de porre) para evitar um possível conflito com ele.

Na manhã seguinte, meu “namarido” me perguntou a que horas eu havia chegado e eu respondi a ele:

À meia-noite!

Ele não pareceu nem um pouquinho desconfiado.

Ufa! Daquela eu tinha escapado! Então, ele disse: Nós precisamos de um novo cuco. Quando eu perguntei: por quê? Ele respondeu:

- Bom, de madrugada nosso relógio fez “cu-co” três vezes, depois não sei por que, soltou um “caraaaaallllhhooooo!”. Fez “cu-co” mais quatro vezes e espirrou. Fez mais três vezes, riu e fez mais duas vezes. Daí tropeçou no gato, derrubou a mesinha da sala, peidou, vomitou no tapete e voltou pra casinha dele...

O DEMOCRÁTICO

Clay Sam

Pense num lugar onde flamenguista senta no lado do vascaíno e ainda divide o mesmo tira-gosto. Oposição e situação sentam no mesmo balcão e ainda dividem opinião. Em suma, seria mais ou menos você ver o Bush tomando chopp com Fidel Castro e fumando um bom charuto cubano. Pois é, este lugar existe e está bem aqui no Amapá.

O Bar do Abreu ao longo de mais de três décadas tem sido palco de inúmeras cenas que são impossíveis de serem vistas em qualquer lugar deste planeta.

As histórias e papos que ocorrem por lá, é claro, são impublicáveis, só você indo até lá pra ter uma ideia do que se trata.

O ambiente funciona como uma espécie de ponto de encontro de intelectuais, jornalistas, políticos, artistas... Anônimos ou famosos têm o mesmo tratamento e desfrutam do mesmo atendimento. Há uma constante que quando alguém quer ficar sabendo de tudo o que está acontecendo na cidade, as últimas informações de um determinado caso, quem saiu com quem, o bar é o lugar ideal.

No Abreu são comuns as pequenas reuniões de jornalistas discutindo pautas ou analisando fatos que marcaram a semana. Outro ponto de destaque do bar são as partidas de futebol transmitidas pela TV. Há dezenas de monitores que retransmitem campeonatos de todos os estados e divisões. Chega a ser engraçado uma grande torcida fazendo o maior barulho e ao seu lado um único torcedor de um time de sua região. Mas esta é a tradição local. O bar é um espaço literalmente democrático em que prevalece o bom humor em todos os aspectos, e as diferenças são deixadas para trás após um gole e outro. O Abreu, ao longo de todo esse tempo, tem mostrado como se faz um espaço democrático.

PAVÃO E O MARABAIXO

pavão Agora em maio faz dois anos que o Mestre Pavão nos deixou. Reproduzo esta crônica que escrevi sobre ele, com uma grande saudade no coração.

O ÚLTIMO VOO DO PAVÃO

Fernando Canto

Na segunda-feira, 11 de maio, o mestre Pavão bateu suas belas asas para nunca mais.

O homem do Marabaixo partiu para encontrar-se com seus ancestrais, os mesmos que lhe ensinaram a tocar tão bem a caixa, o tambor que anunciava bons augúrios nas tardes do Laguinho. Com ele Pavão comunicava a seus pares, os agentes populares do sagrado, que a festa do Divino e da Santíssima Trindade já tinha início. E todo um ritual deveria ser obedecido, desde o Domingo da Aleluia, passando pelos preparativos da seleção dos mastros nas matas do Curiaú, até a sua derrubada e escolha dos próximos festeiros no Domingo do Senhor. Com ele se foi um arcabouço cultural de grande valia para a memória do nosso patrimônio imaterial. Foi-se também a sabedoria dos que fazem acontecer as manifestações mais legítimas do povo. E restou apenas o espanto dos que ficaram. Doente, não mais participava ativamente dos eventos do Marabaixo como nos velhos tempos, mas sempre dava um jeito de ir em sua cadeira de rodas aos mais importantes, para ouvir o rufar das caixas e ver as saias da negras velhas rodarem sob o ritmo intenso oriundo de além-mar.

Pavão levava muito a sério o que fazia no Marabaixo. Até brigava por ele. Seu amor pelo folclore certamente foi herdado do avô Julião Ramos, o grande líder negro, que na época da implantação do Território Federal do Amapá disseminou o ritmo e a dança para todo o Brasil. No domingo, véspera da sua morte, sua filha Ana perguntou-lhe se ia ao Marabaixo do Dia das Mães na casa da Naíra – uma das festeiras deste ano no bairro do Laguinho. Ele disse que não ia porque estava indisposto, mas mandou todo o pessoal de sua casa para lá, pedindo que não deixassem a ”cultura morrer”. Mal sabiam todos de sua casa que a cultura do Marabaixo, nele impregnada, estava morrendo um pouquinho com ele.

Justo que consideramos a memória como o deciframento do que somos à luz do que não somos mais, a morte é o abismo que tudo leva e engole inclusive o segredo da identidade, aquilo que nos pertence social e culturalmente. Posto isto, quantas conversas não foram abruptamente cortadas numa gravação para um trabalho de conclusão de curso dessas tantas faculdades da capital? Assim sendo, o que restou de seus depoimentos, desse depósito memorial tão importante para que se analise o Marabaixo? Ora, sabe lá quantos pesquisadores egoístas guardam suas fitas encarunchadas e vídeos empoeirados que nunca vão se abrir para ninguém?

Mestre Pavão a todos respondia com a maior paciência, paciência esta que aprendeu a ter com a doença intratável que lhe fez perder uma perna. Mestre Pavão dava a todos o seu conhecimento vívido e vivido intensamente em setenta e dois anos de repetição ritualística que a sua memória avivava e exprimia no vai-e-vem dos olhos.

Aqui peço licença poética ao escritor moçambicano Mia Couto que escreveu o “Último Voo do Flamingo”, para parafraseá-lo, dizendo que o nosso pavão alçou seu último voo na tarde amena de maio. Um voo curto,é certo, porque pavões não voam quase nada, mas são aves do paraíso por excelência. Sua luxuriante plumagem em profusão de dourados, verdes e azuis à luz do sol reflete uma miríade de cores, onde o vermelho e o branco parecem estar presentes como se preparando para um desfile da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, a escola do coração do mestre. Convém lembrar aqui que o simbolismo do pavão carrega as qualidades de incorruptibilidade, imortalidade, beleza e glória, que por sua vez se baseia em outro aspecto além destes: a ave é predadora natural da serpente, e em certas partes do mundo, mesmo seu aspecto maravilhoso é creditado ao fato da ave transmutar espontaneamente os venenos que absorve do réptil. Este simbolismo de triunfo sobre a morte e capacidade de regeneração, liga ainda o animal ao elemento fogo.

Fogo, sim, do Marabaixo quente, do “Caldeirão do Pavão” com seu caldo revitalizador do carnaval que tanto o mestre amava e por isso se enfeitava nos áureos tempos dos desfiles da FAB. Vai em paz, Pavão, tua plumagem tem cem olhos para vigiar o que deixaste entre nós.

O ABC CORRIDO DE J. ARTHUR BOGÉA

bogea A série Xumucuí – Literatura é uma criação de José Arthur Bogéa, paraense, ex-professor da Universidade Federal do Espírito Santo e professor visitante da Rijksuniversiteit te Utrecht (Holanda), jornalista, ator, crítico literário. Um criador. Comprometido com a cultura de sua terra, entusiasta da boa literatura produzida na região amazônica, sua intenção não é fazer do ABC uma biografia, mas com base na semiótica e na narrativa, remeter o leitor ao texto do Autor na sua inteireza. É provocar o leitor, deixá-lo ávido, ansioso por conhecer a obra referenciada (BOGÉA, J. Arthur. ABC Corrido, Editora Universitária da UFPA, Belém, 1993.

Verbete: RAPSÓDIA DA CHUVA (Páginas 42-4) – Segundo Lexikon , a chuva “É universalmente o símbolo das influências celestes recebidas pela terra, um símbolo da fertilidade e muitas vezes o agente fecundador do solo (As gotas de chuva equivalem ao esperma dos deuses); nesse sentido, é também um símbolo plástico das influências psíquicas e espirituais dos deuses sobre a terra” (1992: 56).

Os escritores mais representativos da Literatura paraense sempre cultuaram o fenômeno, embora o que se segue seja apenas uma amostra de uma pesquisa iniciada.

Inglês de Souza (1853 -1918) em O Missionário cita a “borrasca” (1987: 160), mesmo termo usado por Raimundo Moraes (1872 – 1941) em Igaraúnas (1938: 32);

Marques de Carvalho (1866 – 1910), em Hortência, considerado por Eidorfe Moreira o primeiro romance urbano, registra “tempestade” (19: 60);

Alberto Rangel (1871 – 1945) no Inferno Verde prefere “dilúvio amazônico” ( 1904: 32); Oswaldo Orico (1900 - ) em Marabaxo, associa “assai” + “sesta + “chuva” (1960: 32);

Cândido Marinho da Rocha (1907 – 1985) em Terra Molhada, aproxima-se do exagero de Rangel: “inverno inclemente das Ilhas do Norte (1958: 13);

Dalcídio Jurandir (1909 -1979) em Chove nos Campos de Cachoeira, relembra as grandes enchentes, quando “as montarias andavam pelos campos” (1941 – 17);

Nélio Reis em Os Rios Correm para o Mar relaciona “março + “chuva” (1941: 195);

Ildefonso Guimarães (1919) no conto Linha do Horizonte, une “dança” + “chuva” na tragédia da Negra Belarmina (1990: 108);

Benedicto Monteiro (1924) em Verde Vagomundo: “chuva” + “enchente” (1972: 147), como Dalcídio;

Haroldo Maranhão (1927) em Cabelos no Coração, “chuva” + “viagem” (1987: 124); Sant’Ana Pereira (1936) em Invenção de Onira, que tem como fator histórico a Cabanagem, tema a que Bruno de Menezes dedicou o soneto Revivendo os Cabanos, junta “vento” + “chuva” (1988: 157);

Agildo Monteiro (1938) em A Promessa: “chuvas” + “mangas” (1992: 37).

Os ficcionistas da nova geração não fogem ao tema:

Salomão Laredo (1949), em Marailhas, rememora o “tomar banho de chuva” (1991: 9);

Vicente Cecim em Viagem a Andara situa o tempo num “após a chuva” (s.d.: 178); Ronaldo Bandeira, Mais Infinito, Menos Infinito (1985: 19) coloca bem próximas “chuva” + “tristeza” (1985:19);

Orlando Carneiro (1943), Paraguases, “chuva” + “viagem”;

e Fernando Canto (1954), no conto O Homem Impassível, “chuva + “lua” (1990: 32).

BM (Bruno de Menezes) incursiona por várias dessas referências, a palavra isoladamente, chuva (s) (p. 13, 14, 18, 21 e 29) com adjetivo sempre posposto: grossa (p.13) e pesadas (p 34).

A palavra chuva evolui para chuvada (p. 17) – chuvarada (p. 14) – chuveirão (p. 18) e aparecem ainda aguaceiro (p. 14) e enxurrada (p. 19). O verbo chover aparece apenas uma vez (p. 29). O ponto de contato com Rangel está ligado ao verbo seguido do adjetivo diluvial (p. 29); o inverno de Rocha (p. 53); e com Reis, esclarece que as chuvas de março fazem florescer a lavoura. As águas deste mês são famosas na Literatura Brasileira através dos poemas de Cláudio Manuel da Costa – Vila Rica, Olavo Bilac – O Caçador de Esmeraldas e a composição de Tom Jobim.

Bruno de Menezes acrescenta que as chuvas de dezembro é que marcam o início do plantio (p. 33); ao duplo de Pereira acrescenta “noite” (p. 17); entra em (dês)armonia com Canto (Fernando) (p.29) mas com A. Monteiro junta duas coisas bem paraenses. À viagem de Maranhão e Carneiro acrescenta erotismo: “Na volta de uma dessas viagens, quando o caminhão tomou carreira, desabou repentina chuvarada, causando pânico entre os viajantes. (...) insensível ao clamor desesperado, o condutor do carro, talvez porque as mulheres, com roupas encharcadas, oferecessem aos olhos gulosos o espetáculo dos seis núbeis, apontando na chita dos vestidos, ou emuchercidos, de tanto haverem aleitado, não atende, nem pena, gozando a sua tara”. (p. 14).

segunda-feira, 23 de maio de 2011

COISAS DO BRASIL

Juraci Siqueira http://blogdobotojuraci.blogspot.com

juraci_siqueira
A crônica abaixo faz parte do segundo capítulo do livro de Juraci Siqueira chamado “Equatorianas” – histórias passadas em Macapá, onde o autor viveu de 1965 a 1976. Em Macapá ele concluiu os estudos de 2º Grau, serviu ao Exército, exerceu a profissão de açougueiro, casou e ensaiou os primeiros passos no mundo das letras. Juraci é formado em Filosofia pela UFPA, é poeta, trovador e cronista, premiado em diversos concursos literários (mais de 200 em todo o Brasil).

O ROUBO DA BUNDA

À época eu trabalhava no açougue do João do Roque que também era dono de um matadouro localizado às proximidades da Fortaleza de São José, tempo em que a orla da cidade era povoada por palafitas que iam da fortaleza a baixada do Elesbão.

Era nesse aglomerado de barracas construídas na praia que se destacava o matadouro aonde o gado, chegado de canoa, era desembarcado com a maré alta e mantido em currais de madeira até o momento do abate.

Certa noite ouviu-se fortes mugidos vindos das bandas do curral, fato que ninguém deu muitas importância, já que era comum uma rês cair e ser pisoteada pelas outras na disputa pelo espaço. Mas como os gemidos continuaram noite a dentro o vigia resolveu verificar o que estava acontecendo. Pegou a lanterna e dirigiu-se para o local de onde vinham os mugidos. O que viu foi simplesmente chocante: um novilho sobre uma poça de sangue debatia-se sem a metade da “bunda”, retirada à faca, provavelmente por um canoeiro, dos muitos que encostavam no trapiche do matadouro para embarque e desembarque de mercadoria. (Antonio Juraci Siqueira, Acontecências – crônicas da vida simples. Edições Papachibé, Belém, 2010).

MAIS DUAS CRÔNICAS DO BOTO JURACI SIQUEIRA

O BÊBADO E A CADELINHA

Isnard Em memória do poeta Isnard Lima, personagem desta crônica

1974. Não lembro nem dia nem mês. Talvez setembro, talvez outubro, mas, seguramente, uma segunda-feira – sempre tão iguais em seus bocejos, ressacas, vestidos de orgia...

Cheguei ao local de trabalho ainda no lusco-fusco. Sentei-me no patamar da escada que levava ao sobrado onde residia meu patrão e fiquei esperando o Sol, ébrio de luz, pincelando o horizonte com um róseo-alaranjado, inibindo, pouco a pouco, o esplendor da Estrela D’alva. Ao meu lado uma cadelinha que perdera uma perna sob as rodas de um caminhão, aguardava a hora de entrar na casa fazendo festa ao primeiro que lhe surgisse à frente. Subitamente minha atenção voltou-se para uma silhueta humana que caminhava em nossa direção ao longo da Rua Jovino Dinoá. Parecia um bêbado, suspeita confirmada quando a distância entre nós diminuiu. Ao passar por nós, a cadelinha foi ao seu encontro sacudindo festivamente a cauda. Sem esboçar um só gesto de espanto ou agravo, ficou ali, parado, contemplando-a. Abaixou-se, afagou-lhe a cabeça e dirigiu-lhe a palavra. Levantou-se. De súbito seus olhos desceram até o defeito físico do animal. Voltou à posição anterior, tomou a cadelinha nos braços e baixou a cabeça...

Os primeiros raios do sol daquela segunda-feira equatorial alumiaram, no rosto daquele anjo, duas pérolas cristalinas que rolaram até o chão, misturando-se ao resto de orvalho que a noite derramara no asfalto.

Levantou-se em silêncio e retomou a caminhada. Se a cadelinha entendeu alguma coisa, não sei. Sei apenas que passou a segui-la, passo a passo, até sumirem na esquina próxima.

O ENFORCADO

doca da fortaleza_j sales Antiga Doca da Fortaleza em tela de J. Sales (Acervo pessoal)

Eu trabalhava numa padaria próxima de casa onde meus irmãos e outros garotos da vizinhança pegavam pão para vender mediante comissão. Na época havia um grande movimento de embarcações na Doca da Fortaleza, formada pela foz de um igarapé, na época ainda não era canalizado. Havia grande disputa entre os meninos vendedores para pegar os pães da primeira fornada, lá pelas cinco da manhã, pois quem chegasse primeiro até os canoeiros tinha venda garantida. Geralmente disputavam a primazia na base da porrinha ou do par-ou-ímpar. Jorge, meu irmão caçula, o Cebinho, neste dia tirou a sorte grande e saiu na frente com seu saco de pães às costas. Minutos depois estava de volta com todos os pães e, fazendo jus ao apelido, pálido que só uma vela. Indagado pelo porquê da desistência, falou que estava com dor de dente e que iria esperar o próximo garoto para saírem juntos. Em verdade o que o Cebinho queria não era companhia, era uma testemunha que, pela ordem de saída, recaiu no Rubinho. Às proximidades do Mercado Municipal, bate no ombro do colega e aponta para um poste de iluminação pública. Foi uma carreira só! Os dois chegaram apavorados na padaria afirmando que havia um homem enforcado pendurado num poste. Alvoroço geral! Todos correm para ver o defunto e voltam de lá morrendo de rir: o morto em questão era um baita Judas de Sábado de Aleluia que alguém, deixara à noite em cumprimento à tradição popular.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

É BIG! É BIG! Geórgia Marques

GeorgiaMarques Ontem, também aniversariou minha amiga Geórgia, artista plástica que produziu a capa do meu livro Adoradores do Sol. Muitas felicidades e muito sucesso!

É BIG! É BIG! Carin

Carin

Ontem, 18/05, foi aniversário de Carin, esposa do meu irmão Eduardo Canto, mãe do meu afilhado Iago e “boadrasta” de Dudu e Isadora. Muitas felicidades!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Coluna Canto da Amazônia

CONGRESSO DE JORNALISMO DA UNIFAP

O curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amapá vai realizar o seu primeiro congresso nos dias 27,28 e 30 de maio, que ocorrerá no anfiteatro e contará com a presença da pós-doutora em comunicação Joana Puntel e do coordenador do Projeto Foca do jornal O Estado de São Paulo Francisco Ornellas.

Haverá mesas redondas com o senador Randolfe Rodrigues, os jornalistas Alcinéa Cavalcante e Chico Terra, sociólogo Luciano Magnus, professora Daise Wagner, sindicalista Wolney Oliveira e a secretária de estado de Comunicação Jacinta Carvalho. As inscrições poderão ser feitas de 09 a 26 de maio, com taxas de R$ 20,00 para acadêmicos da UNIFAP e de R$ 40,00 para interessados da comunidade externa. Informações: www.congressosjunifap.blogspot.com .

TRAIRAGEM

img017 O presidente da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, advogado Vicente Cruz perdeu por 6 X 4 a eleição para presidente da Liga das Escolas de Samba, após grande expectativa gerada em torno do evento.

Das cinco escolas que apoiavam Vicente, o que lhe daria a vitória porque dando empate o mais velho dos candidatos ganharia, uma preferiu a chapa contrária, a do atual presidente.

Após a eleição veio da descoberta de um fato nem tanto inusitado, por se tratar de quem foi o judas da parada. O silvério dos reis tucuju é useiro e vezeiro de se aproveitar das chances para benefício pessoal, ao invés de pensar na escola de samba que representa. Dizem que o cachorrão lambão ganhou um cargo no governo só para não perder o costume de roer o osso dos políticos.

COOPERAÇÃO

convenio secult_unifap Em concorrida cerimônia o reitor da UNIFAP José Carlos Tavares e o secretário estadual de Cultura Zé Miguel, assinaram convênio de cooperação técnica na área. Deverá haver um estreitamento nas relações museológicas, visto que a IFES prepara a instalação de um futuro museu (com laboratório de Arqueologia) e o campus ser praticamente um cemitério indígena, dado as descobertas arqueológicas em vários locais.

Zé Miguel falou que o convênio é de grande importância neste momento, apesar de ter encontrado todos os órgãos culturais do estado sucateados e funcionando precariamente. O reitor se disse feliz por compartilhar essa cooperação, enfocando que muitas vezes as ações culturais se limitavam pela vaidade pessoal que se instalava, mas que a simplicidade de Zé Miguel hoje quebra esse estereótipo. Disse ainda que a Universidade deve ser um centro de cultura do estado e que agora pode-se realizar oficinas de folclore, cursos de arte e uma série ilimitada de ações que venham beneficiar os diversos segmentos culturais. Tavares falou também que o evento é o primeiro passo para a cooperação técnica/científica, pois as instituições só têm a ganhar com isso.

ARTISTAS INDIGNADOS

wagner_josaphat

Os artistas plásticos amapaenses então indignados com a situação da Escola de Artes Cândido Portinari. Fizeram uma manifestação em 08 de maio, dia do artista plástico, com desenhos e grafites nas paredes da escola, além de tirarem toneladas de lixo do prédio até então abandonado para que se fosse feita uma possível reforma.

Os artistas acham que estão querendo mesmo é demolir o prédio, que já tem mais de trinta anos de construção, para construir estacionamento ou outro lugar para a secretaria de Receita Estadual e acham que as razões dessa possível demolição não procedem. Dizem que há solução para consertar o problema de infiltração e que vão lutar até o fim para não perderem o espaço que formou expressivos pintores e escultores amapaenses.

ARTISTAS INDIGNADOS 2

candido portinari_escola Mesmo organizados na AMAPLAST sentem-se meio sem apoio da sociedade, que não liga para a preservação do patrimônio, que pela idade tem a tradição pedagógica de ensinar a arte do seu idealizador, o pintor R. Peixe, recentemente homenageado pela Assembleia Legislativa com o nome da Escola Sambódromo de Artes Populares.

Mas, de acordo com as informações de um empresário ligado ao governo do Estado, existe um belo projeto para transformar o local em uma grande galeria de arte que será usufruída por todos aqueles que querem expor seus trabalhos. O ensino das artes seria ministrado nos altos da escola de Música Valkíria Lima. Será que os artistas – professores e alunos – vão gostar dessa solução?

ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL

A UNIFAP, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pró-Graduação vai realizar o curso de especialização em Saúde Mental em convênio com a Secretaria estadual de Saúde. Será aberto para profissionais da área de saúde que exercem enfermagem, odontologia, medicina, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, educação física, serviço social, nutrição e outras profissões de nível superior.

Serão ofertadas 45 vagas e o curso terá uma carga horária de 640 horas/aula, tendo seu início previsto para 13 de junho no campus marco Zero, na Rodovia JK.

CONGRESSO INTERNACIONAL DA UNAMAZ

reitor tavares O reitor José Carlos Tavares, que é vice-presidente da UNAMAZ (União das Universidades dos Países Amazônicos) esteve em Quebec e Montreal, no Canadá, na qualidade de presidente, para uma reunião com a Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional, informou que vai realizar em Macapá o Congresso Internacional da UNAMAZ, com a participação dos oito países que a compõe: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Colômbia.

O tema do congresso será a Mobilidade Acadêmica entre os países, voltado para a questão social e cultura e educação ambiental. Haverá um simpósio específico sobre educação ambiental organizado pela Universidade de Quebec-Montreal. Da reunião com a Agência Canadense foi pactuado um doutorado Internacional que terá a temática ambiental amazônica, com ampla possibilidade de a sede ser instalada na UNIFAP.

MESTRAS FRESCAS

 defesa As mestrandas Maria do Carmo Lobato da Silva e Rosinete dos Santos Rodrigues do Programa de Pós-Graduação/Mestrado em Desenvolvimento Regional fizeram suas defesas de dissertação nos dias 16 e 17 de maio. Ambas as produções foram orientadas pela Prof.ª Dr.ª Marinalva Silva Oliveira.

defesa1Maria do Carmo Lobato da Silva apresentou o trabalho “As políticas públicas para inclusão escolar e o papel dos professores na construção de conhecimentos pelas crianças com Síndrome de Down” no auditório da reitoria. Sua banca examinadora foi formada pelas professoras doutoras Marinalva Silva Oliveira, da UNIFAP (Presidente), Windyz Ferreira Brazão , da UFPB (Avaliadora Externa) e Norma Iracema de Barros Ferreira - UNIFAP (Avaliadora Interna).

A mestranda Rosinete dos Santos Rodrigues defendeu o trabalho denominado “A inclusão da criança com Síndrome de Down: um estudo crítico-colaborativo junto aos professores da classe regular” e teve sua banca composta pelas mesmas examinadoras no auditório do CONSU. As duas novas mestras agora partem para o doutorado, devido a relevância da pesquisa na área. Parabéns às duas colegas de turma.

PRÉMIO CAMÕES ATRIBUÍDO AO PORTUGUÊS MANUEL ANTÓNIO PINA

Camões Manuel António Pina premiado com o mais importante galardão da língua portuguesa atribuído ao conjunto da obra.

Lisboa - Manuel António Pina é o 10º português a ser galardoado com o Prémio Camões naquela que foi a 23ª edição do Prémio. Antes dele, António Lobo Antunes foi o último português a receber o prémio, em 2007.

O júri foi constituído por personalidades portuguesas, brasileiras, angolanas e são-tomenses e o valor pecuniário do prémio ascendeu a 100 mil euros.

Entre as obras mais importantes de Manuel Pina Moura é de referir “Os Papeis de K.”, “Os Livros”, “Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança”, publicados em Portugal pela Assírio & Alvim. Na literatura infantil “O Têpluquê”, a fábula “Perguntem aos Vossos Gatos e aos Vossos Cães…” e o “Pequeno Livro de Desmatemática” são obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura.

Manuel António Pina já tinha sido distinguido no passado pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), com o Grande Prémio da Poesia e a sua obra encontra-se traduzida em várias línguas europeias.

Na última edição, o poeta, crítico de arte e ensaísta brasileiro Ferreira Gullar foi o grande vencedor.

O Prémio Camões foi instituído em 1988 pelos governos de Portugal e do Brasil com o objectivo de distinguir a contribuição para o enriquecimento da língua portuguesa e do seu património cultural (Fonte: Portugal Digital).

ZUNIDOR

Depois de um quase dois meses e meio a coluna “Canto da Amazônia”, que eu publicava em jornais de Macapá volta a circular novamente no blog. Tive que “dar um tempo” (Só para não deixar de citar o velho e usado clichê) até recomeçar a me organizar depois de um período de tempo usado para outros fins: trabalho e estudos.

ze miguel

O secretário Estadual de Cultura, Zé Miguel, me falou que está trabalhando os projetos da feira cultural dos municípios, que pretende iniciar nas sedes municipais e terminar num grande evento em Macapá em agosto.

marabaixo_murta Tem um motorista bom de Marabaixo na reitoria. Ele sabe muitos “ladrões”. Vejam este refrão: Mamãe, cadê o pandeiro/ o pandeiro o rato roeu/ Valei-me Nossa senhora/ O pandeiro não era meu.

Recomeça daqui a duas semanas o ciclo do Marabaixo (que antes a gente chamava “quadra do Marabaixo”), no Laguinho e na Favela.

 

Paulino Ramos_
Foto de Fernando Canto

A história do Paulino Ramos se repete: tem um assessor da Secult que é seguido por um sub-assessor para que assine o ponto. E o cara se nega a assinar e ainda esculhamba com o pobre sub, pois acha que começou a “persiguixão”. O vadio é um espalha-bolinho conhecido pelas confusões que cria com todo mundo.

osmar jr

Osmar Júnior se prepara para lançar o kit (CD, DVD e livro) do projeto Piratuba, a cantoria do lago.

Olha aí, suman@, essa desculpa de esfomeado. Dizem que a nossa Diquinha não tinha um pau pra dar num gato, estava com uma fome daquelas. Por volta de uma da tarde sentiu o cheiro de peixe frito vindo do quintal do vizinho e não contou parada. Debruçou na cerca e largou o papo furado: - Ei, mano, me dá um pouquinho desse teu peixe, tá? É só pra aproveitar esta minha pimenta malagueta...

heraldo almeida_artistas amapaenses Bacana é ouvir de quatro às seis na Rádio Diário FM o programa Movimento em Ação. Heraldo Almeida é um comunicador de mão cheia. Inda mais coadjuvado pelo Cláudio Rogério, dos Boêmios. O programa parece flor do campo: tá assim de cantores e abelhas rodeando o estúdio, buscando mel. Isso é que é bacana, divulgar e valorizar nossa bela música tucuju.

O site Amapá Cultural vem realizando um trabalho cobertura, mapeamento, divulgação de eventos, de editais, concursos e catálogo de artistas amapaenses. Ver www.amapacultural.com 

Está no ar em caráter experimental a Rádio Universitária FM 96,9. Só toca música boa.

padre aldenor Falar nisso está ocorrendo para toda a comunidade universitária o curso Linguagens Radiofônicas, para alunos, professores e servidores técnico-administradores que queiram se habilitar a apresentar projetos de programa radiofônico para a RU. Professor Aldenor Benjamim ministrou a primeira parte do curso.

bi trindade_manoel bispo

Bi Trindade continua gravando com o poeta Manoel Bispo e vem aí o novo CD da dupla.

 

tadeu pelaes fernando bedran tica lemos

Vai um Inderê para o Tadeu Pelaes, Fernando Bedran e Tica Lemos. Um pra cada.

Inderê. Volto zunindo na semana que vem.

Hoje é dia de Bruno

Bruno MontAlverne Não sei mais quantos anos faz o meu filho caçula Bruno. Acho que convivemos uns 150 anos ou mais.

De tanto a gente se encontrar na porta, na cozinha e na escada de casa, às vezes a gente nem se fala, mas se abraça, se sorri, se esculhamba (claro que com jeito respeitoso, afinal “ralhar” com o “babolha” é mexer com ninho de caba, é um exercício de pisar em brasa acesa: só ele quer ser, só ele quer ter razão… :)).

Trabalhador, às vezes desempregado pela desemoção da Pedra, só seus amigos e parentes sabem que ele é uma mina de virtudes em qualquer Serra desses Amaparis e Araguaris.

Por isso em seu aniversário quero lhe dar os parabéns e desejar pleno êxito em suas escolhas, assim como boa saúde, vida longa e um bom emprego (bom salário) para que ele possa comprar o material que lustra seu sorriso sempre alegre e espitiruoso.

Felicidades, meu filho.

AÇAÍ VIROU ALIMENTO DE LUXO NO PARÁ

acai “Foi ao Pará parou. Tomou açaí ficou”. Esta letra de música retrata como o fruto é um dos pontos fortes não só da culinária paraense como faz parte da cultura do povo amazônico a ponto de fazer com que quem venha ao Estado se apaixone quando tome o açaí nosso de cada dia. Além de saboroso é rico em ferro e pode até substituir uma refeição.

Só que um detalhe está fazendo com que o açaí se torne cada vez mais distante da mesa do paraense: o preço. Desde que começou a entressafra, em novembro do ano passado, o litro já atingiu um reajuste de 50%, segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em feiras, pontos comerciais e supermercados de Belém.

A entressafra teoricamente teria terminado no começo de abril passado, porém, as chuvas intensas que começaram a cair em maio fizeram com que a safra ainda não voltasse ao normal. O resultado disso é o litro do açaí grosso sendo praticado em alguns supermercados por até R$ 26. Já em alguns pontos de bairros mais centrais como o Umarizal o preço está em torno de R$ 18.

O período não está nada favorável para o consumo de grande parte da população, mas para quem é “viciado” em açaí e não consegue abrir mão dele em sua dieta, tem que driblar o aumento, como é o caso do estudante David Moraes, de 23 anos.

“Eu estou aproveitando que o preço está alto para diminuir o meu consumo, já que tenho tendência para engordar. Estou tomando somente nas segundas, quartas e sábados. Dessa forma economizo e não engordo, mas se pudesse tomaria todo dia e com farinha. Agora eu gasto por semana de R$ 25 a R$ 30, dependendo de onde eu compre”. No Jurunas, onde o estudante mora, o preço do açaí médio custa em torno de R$ 10 e o grosso R$ 14.

A aposentada de 70 anos, Maria Diva Souza, também passou a racionar o consumo do açaí desde que o preço foi para as alturas. “Eu tomava todo dia sozinha um litro do médio com bastante açúcar logo depois do almoço, mas agora parei. Tenho comprado muito pouco. Está muito caro, não tem como ficar gastando R$ 10 todo dia. Esse é o preço que agora é vendido aqui pela Marambaia”.

Segundo Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese, não só o fator sazonal tem contribuído para a alta do açaí. “A falta de uma política pública do governo estadual faz com que ele se preocupe muito mais com a exportação do que com o consumo interno. O Pará produz 90% do que é consumido no país. O açaí faz parte de nossa cultura e tem que ser encarado como tal. Ele já foi alimento do pobre, mas hoje somente os ricos têm condições de consumi-lo com frequência”.

Segundo o Dieese, no começo do plano real, em 1994, o açaí era vendido em Belém por R$ 1,85 o litro do médio. De lá para cá o crescimento foi de 600%. “Mesmo quando a entressafra terminar, vai demorar para voltar a ser vendido o açaí a um preço acessível a todos”.

Fonte: Diário do Pará Link: http://www.diariodopara.com.br )

Imagem disponível em: www.clau-denes.blogspot.com

terça-feira, 17 de maio de 2011

Inscrições ao Concurso de Contos Josué Guimarães vão até 1 de junho

clip_image001[4]As inscrições para a décima segunda edição do Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães começaram dia 31 de janeiro e vão até 1 de junho. As premiações são de R$ 5 mil e R$ 3 mil, para o primeiro e segundo colocados, respectivamente. Foto: Passo Fundo

Na edição anterior, em 2009, o concurso registrou 1.827 trabalhos inscritos, com participação de escritores de 20 estados brasileiros. Os contos poderão ainda ser publicados em uma coletânea. Instalado em 1988, o Concurso Nacional de Contos Josué Guimarães homenageia o jornalista e escritor sul-rio-grandense que apoiou a criação e expansão das Jornadas Literárias de Passo Fundo, que se realizam a cada dois anos, desde 1981. Em 2011, ano em que serão celebrados os 30 anos das Jornadas Literárias e os 90 anos do autor, acontecerá a décima segunda edição do concurso.

INSCRIÇÕES - O concurso destina-se a contistas, com obras publicadas ou não, que apresentem textos inéditos. Cada participante deverá apresentar três contos. As inscrições podem ser feitas por meio da entrega de originais no local de inscrição. Não serão aceitas inscrições por e-mail. As cópias dos três contos devem ser remetidas ao endereço:

Universidade de Passo Fundo

14ª Jornada Nacional de Literatura

Centro Administrativo, Campus I, BR-285 - KM 171

Bairro São José - CEP 99001-970 - Passo Fundo/RS

Fone/Fax: (55-54) 3316-8368

Informações sobre o concurso podem ser obtidas pelo site:www.jornadadeliteratura.upf.br - e-mail: jornada@upf.br  telefone: (55-54) 3316-8368.

APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS - Os originais deverão ser apresentados em 4 vias, em formato A4, digitados numa só face, em espaço 2, fonte Times Roman, tamanho 12, e identificados apenas com o pseudônimo do autor. As 4 vias deverão ser reunidas em um único envelope, no qual deverão constar o título do concurso e o pseudônimo do autor. Nesse mesmo envelope, deverá ser colocado outro envelope, contendo a identificação do autor, seu endereço completo, breve currículo e a indicação dos títulos dos contos.

JULGAMENTO - Os trabalhos serão julgados por uma comissão indicada pelas instituições promotoras, e o nome dos vencedores será divulgado na abertura da XIV Jornada Nacional de Literatura, em 22 de agosto, no Circo da Cultura de Passo Fundo. Não caberá recurso às decisões da Comissão Julgadora.

PREMIAÇÃO - Os vencedores serão conhecidos na abertura da XIV Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, dia 22 de agosto. Os dois melhores contistas receberão prêmios no valor de:

Primeiro lugar: R$ 5 mil e Troféu Vasco Prado

Segundo lugar: R$ 3 mil e Troféu Vasco Prado

Alguns trabalhos poderão ser destacados com menção honrosa, a critério da Comissão Julgadora. Os contos premiados poderão ser editados em antologia organizada pelo Instituto Estadual do Livro, a ser publicada em coedição com a Fundação Universidade de Passo Fundo e Prefeitura Municipal de Passo Fundo.

OUTRAS DISPOSIÇÕES - Casos não previstos por este regulamento serão resolvidos pela Comissão Julgadora. A inscrição implicará, por parte do concorrente, a aceitação dos termos do presente regulamento, bem como a cessão, sem ônus, dos direitos autorais dos trabalhos inscritos, para eventual publicação, até 5 anos após o encerramento do concurso.

Fonte: PublishNews

MEC lava as mãos no caso dos livros com erros

clip_image001CÁSSIO BRUNO

Para O Globo

O Ministério da Educação (MEC) informou que não se envolverá na polêmica sobre o livro com erros gramaticais distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do próprio MEC, a 485 mil estudantes jovens e adultos. “Não somos o Ministério da Verdade. O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo. Já pensou se tivéssemos que dizer o que é certo ou errado? Aí, sim, o ministro seria um tirano”, afirmou ontem (15 de maio) um auxiliar do ministro Fernando Haddad, pedindo para não ser identificado.

Escritores e educadores criticaram ontem (15 de maio) a decisão de distribuir o livro, tomada pelos responsáveis pelo Programa Nacional do Livro Didático. Para Mírian Paura, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uerj, as obras distribuídas pelo MEC deveriam conter a norma culta: “Não tem que se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra linguagem, a popular, não erudita, como se fosse um dialeto. Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito”.

Por uma vida pior

images (1) DORA KRAMER

Ironias à parte, o assunto é da maior seriedade. Graves e inacreditáveis tanto a tese defendida pela professora quanto a posição do ministério em prol da incultura que apenas dificulta o acesso a uma vida melhor

O Ministério da Educação decidiu não tomar conhecimento da adoção em escolas públicas do livro Por uma Vida Melhor, que "ensina" a língua portuguesa com erros de português. Avalizou, quando autorizou a compra e a distribuição, e depois corroborou seu apoio àquela ode ao desacerto ao resolver que a questão não lhe diz respeito.

Fica, portanto, estabelecido que o ministério encarregado dos assuntos educacionais no Brasil, além de desmoralizar os mecanismos de avaliação de desempenho escolar, não vê problemas em transmitir aos alunos o conceito de que as regras gramaticais são irrelevantes.

Pelo raciocínio, concordância é uma questão de escolha. Dizer "nós pega o peixe" ou "nós pegamos o peixe" dá no mesmo. "Os menino" ou "o menino", na avaliação do MEC, são duas formas "adequadas" de expressão, conforme o conceito adotado pela autora, Heloísa Ramos, note-se, professora.

A opção pelo correto passa a ser considerada explicitação de "preconceito linguístico".

De onde, "nós vai ao mercado todos os dias" pode ser um exemplo de construção gramatical plenamente aceitável em salas de aula e fora delas. "As notícia" também "poderá" ser "apresentada" todas as noites nos jornais de televisão sem que os apresentadores sejam importunados por isso.

Ironias à parte, o assunto é da maior seriedade. Graves e inacreditáveis tanto a tese defendida pela professora quanto a posição do ministério em prol da incultura que apenas dificulta o acesso a uma vida melhor.

Aceitar como correta a argumentação de que a linguagem oral se sobrepõe ao idioma escrito em quaisquer circunstâncias e que não existe mais o "certo" nem o "errado", mas sim o "adequado" e o "inadequado" em face das deficiências educacionais, equivale a aceitar a revogação de todas as regras.

Não apenas do português, mas de todos os outros itens que compõem o currículo escolar. Com precisão, a escritora Ana Maria Machado exemplifica: "Seria como aceitar que dois mais dois são cinco".

Ou consentir na adaptação da história e da geografia ao estágio do conhecimento de cada um.

Tal deformação tem origem na plena aceitação do uso impróprio do idioma por parte do ex-presidente Lula, cujos erros de português se tornaram inimputáveis, por supostamente simbolizarem a mobilidade social brasileira.

Corrigi-los ou cobrar o uso correto da língua pelo primeiro mandatário da nação viraram ato de preconceito.

Eis o resultado da celebração da ignorância, que, junto com a banalização do malfeito, vai se confirmando como uma das piores heranças do modo PT de governar.

Haddad comanda o Ministério da Boçalidade Arrogante e da Delinqüência Intelectual

fernando_haddad REINALDO AZEVEDO

Blog no UOL

Abro a porta do quarto do hotel, e lá está o jornal O Globo, num simpático suporte de couro, pendurado no trinco. Manchete: “MEC não vai recolher livro que aceita erro de português”. Pego o jornal, deixo-o sobre a cama e resolvo lavar o rosto, livrando-me dos humores do sono. Quero ler direito esse negócio, bem desperto.

Fico sabendo que foram comprados e distribuídos quase 500 mil volumes da obra Por Uma Vida Melhor, que, à diferença do que o nome sugere, não é um livro de auto-ajuda desses autores “cut-cut” que andam por aí, espalhando a sua “pedagorréia do amor”. Não! Trata-se de um livro de língua portuguesa, de autoria de uma professora chamada Heloísa Ramos. A professora Heloísa acredita ser “importante que o falante de português domine as duas variantes e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala”. Uma das variantes é o erro. Como cada um erra a seu modo, sem obedecer a um método, então tudo é permitido. Para esta senhora, há situações, então, em que o erro é preferível ao acerto. Com 500 mil volumes vendidos, ela está com a vida ganha.

Já expus aqui a teoria que subjaz a essa estupidez. No Globo, um representante do MEC diz que a pasta não recolherá os livros porque não é “o Ministério da Verdade”. De fato! Trata-se do Ministério da Boçalidade e da Delinqüência Intelectual. O talzinho que falou faz uma alusão ao livro 1984, de George Orwell, sugerindo que os críticos daquele lixo encadernado seriam pessoas autoritárias, defensoras de um regime totalitário.

Estúpida hipocrisia a dele!

O MEC, ele sim, remete a um regime discricionário nessa história toda. Para começo de conversa, uma equipe faz uma pré-seleção dos livros compráveis. Resta evidente que Por Uma Vida Melhor não passou pelo crivo em razão de seu amor pela Inculta & Bela — ou, fazendo piada, pela “inculta”, sim; pela “bela”, jamais! O critério foi unicamente ideológico, uma vez que a abordagem que justifica que aquela estupidez seja oferecida aos alunos nasce da suposição de que a língua espelha a luta de classes, de modo que se trataria, então, de respeitar “a expressão do oprimido”. Essa visão vagabunda do processo educacional ignora, ou finge ignorar, que a vida selecionará esses jovens brasileiros em futuro relativamente breve. Quem tiver mais domínio da norma culta leva vantagem. O livro da dona Heloísa incentiva a formação de ignorantes orgulhosos de sua condição. Quem conseguir se tornar presidente da República, bem… Quem não conseguir vai catar lata!

O dito-cujo quer brincar de 1984? Então vamos lá, valentão! O que se está ensinando aos alunos, nesse caso, é a “novilíngua”, em que “liberdade é escravidão, ignorância é força”.

Os livro mais interessante estão emprestado

burro1 AUGUSTO NUNES

Direto ao Ponto/UOL

A menção a leituras informa que a frase reproduzida no título do post não foi pinçada de alguma discurseira de Lula. Mas os autores do livro didático Por uma vida melhor, chancelado pelo MEC, decerto se inspiraram na oratória indigente do Exterminador do Plural para a escolha de exemplos que ajudem a ensinar aos alunos do curso fundamental que o “s” no fim das palavras é tão dispensável quanto um apêndice supurado. O certo é falar errado, sustenta o papelório inverossímil.

A lição que convida ao extermínio da sinuosa consoante é um dos muitos momentos cafajestes dessa abjeta louvação da “norma popular da língua portuguesa”. Não é preciso aplicar a norma culta a concordâncias, aprendem os estudantes, porque “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Assim, continuam os exemplos, merece nota 10 quem achar que “nós pega o peixe”. E só podem espantar-se com um medonho “Os menino pega o peixe” os elitistas incorrigíveis.

“Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas”, lamenta um trecho da obra. Por isso, o estudante que fala errado com bastante fluência “corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”. A isso foram reduzidos pelo Brasil de Lula e Dilma os professores que efetivamente educam: não passam de “preconceituosos linguísticos”.

“Não queremos ensinar errado, mas deixar claro que cada linguagem é adequada para uma situação”, alega Heloísa Ramos, uma das autoras da afronta. Em nota oficial, o MEC assumiu sem rubores a condição de cúmplice. “O papel da escola”, avisam os acólitos de Fernando Haddad, “não é só o de ensinar a forma culta da língua, mas também o de combater o preconceito contra os alunos que falam linguagem popular”.

A professora Heloísa sentiu-se ofendida com a perplexidade provocada pelo assassinato a sangue frio da gramática, da ortografia e da lucidez.  “Não há irresponsabilidade de nossa parte”, garantiu. Há muito mais que isso. Há um crime hediondo contra a educação que merece tal nome, consumado com requintes de cinismo e arrogância. O Brasil vem afundando há oito anos num oceano de estupidez. Mas é a primeira vez que o governo se atreve a usar uma obra supostamente didática para difundi-la.

Poucas manifestações de elitismo são tão perversas quanto conceder aos brasileiros desvalidos o direito de nada aprender até a morte, advertiu o post reproduzido na seção Vale Reprise. As lições de idiotia endossadas pelo MEC prorrogaram o prazo de validade do título: a celebração da ignorância é um insulto aos pobres que estudam.

A Era da Mediocridade já foi longe demais.

sábado, 14 de maio de 2011

EU SOU ASSIM

Não me recrimine
Pelo meu cabelo de pret@
O rosto de índi@
Os olhos de branc@

Eu sou assim...
Um@ cabocl@ bonit@
Da beira do Rio Maior
Cliente das batucadas
Amig@ de um Ser de Luz

Eu sou assim...
Como a lua grande
Que gasta seu brilho imenso
Todos os meses
Sobre o equador,
No meio do mundo

Sou verde, sou terra, sadona
Eu pertenço às estrelas, suman@

(Texto de Fernando Canto)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

É BIG! É BIG! Mariléia Maciel

Mariléia Maciel Parabéns e muitas felicidades à jornalista Mariléia Maciel que aniversaria hoje (11/05). Sucesso, sempre.

terça-feira, 10 de maio de 2011

AMAZÔNIA CANTAROLA NOVAMENTE OU A VOLTA DO QUE NÃO FOI.

Depois de um mês e mais alguma coisa o Canto da Amazônia volta ao mundo virtual para falar sobre as coisas deste vasto mundo aquático que é a região amazônica. Chove para caramba nestes tempos. Obrigado a todos pela compreensão das razões da lacuna do blog. Abraço especial a todos os nossos seguidores e amigos (Fernando e Sônia Canto)

COISAS DO BRASIL

Esta coluna objetiva postar frequentemente aspectos diferenciados da cultura política e cultural do nosso país. Discursos esdrúxulos ou imagens que de algum modo sirvam para analisar a diversidade da criatividade nacional em vários campos. Aceitamos sugestões e comentários.

semacm O MANUAL DE ACM

Hugo Studart é hoje um dos personagens mais citados de Brasília: com paciência de chinês recolheu 15 pensamentos do (ex) senador Antônio Carlos Magalhães, que considera o “Maquiavel do Terreiro”. Transformado em mandamento, esse texto do jornalista foi bastante acessado no final dos anos 90. Não dá pra não lembrar. Para quem ainda não conhece, reproduzimos na íntegra (Revista Brasília, 28 de novembro a 04 de dezembro de 1999, pág. 18)

I – Não confie em alguém cuja mulher não gosta de você

II – O poder é uma maneira de transformar uma ideia em realidade. Mas é só para quem tem apetite: quem não tem pode usufruir das mais diferentes oportunidades de mando que não vai conseguir mandar.

III – A arte da política consiste em saber dar a cada um o que ele espera de você. Alguns querem proteção, um emprego, por exemplo. Outros querem dinheiro. Há um terceiro tipo que busca o poder, o prestígio, até mesmo um simples carinho. Se você confundir as demandas, oferecer dinheiro a quem quer carinho, ou poder a quem quer emprego, arrumará um inimigo.

IV – Fale bem dos amigos todos os dias: fale mal dos inimigos duas vezes por dia.

V – É legítimo bater sempre nos adversários para que não venham a crescer e maltratar seus aliados. Nunca reclame dos golpes recebidos: prepare o troco. Vale a máxima: vingança é um prato que se come frio.

VI – As grandes virtudes de um homem são a gratidão e a generosidade. A gratidão o leva a devolver em igual moeda tudo aquilo que recebe. A generosidade o obriga a devolver em dobro.

VII – Quando entrar em uma casa, preste atenção nas crianças, pois nada é mais sincero que o olhar delas. Se uma criança o encarar torto, é porque naquele local você não é benquisto.

VIII – Só se deve brigar para cima, sobretudo em defesa dos mais fracos, pois todos passam a respeitá-lo mesmo que você não tenha razão. Brigar para baixo não traz vantagem alguma, ninguém toma conhecimento e ainda o chama de covarde.

IX – Salvo em assuntos pessoais, procure sempre escalar amigos para responder às críticas dos inimigos. O aliado sairá engrandecido, e o adversário, diminuído.

X – Se, apesar dos seus defeitos, você quer que alguém seja seu amigo, não pode exigir que seu amigo seja perfeito.

XI – Só guarde reclamação de inimigo. De amigo, bote tudo para fora, resolva na hora. Se o amigo lhe pedir perdão, perdoa. Fale o que está engasgado e, se for o caso, exija alguma compensação. Mas, depois, esqueça o assunto.

XII – Fale sempre a verdade quando alguém lhe pedir algo. Explique o que vai tentar fazer, quando e como. Caso não possa atender ao pedido, diga logo que não pode, mas explique o motivo. As pessoas esperam que você se importe. Tente, ainda que não consiga.

XIII – Não se esqueça jamais do amigo que deixou o poder, até porque o fraco de hoje pode ser o forte de amanhã. Ninguém é tão forte que não possa perder, nem é tão fraco que não possa vencer.

XIV – Jamais permita que se fale mal de um amigo perto de você. Reaja imediatamente se isso acontecer.

XV – É melhor sofrer no poder do que longe dele.

VELHA ENTREVISTA

fernando A postagem desta velha entrevista concedida ao jornalista Renivaldo Costa em “O Liberal Amapá” há 12 anos é uma espécie de prestação de conta a mim mesmo pelos projetos (pessoais ou coletivos) que tentei realizar e ainda não consegui. Mas paralelamente a eles executei outros, que se apresentaram em minha frente e que instintivamente segui. Não deixei de lado nenhum dos projetos literários e musicais citados, e os retomarei logo, logo. Assim que der.

Dos que executei na época alguns foram de inequívoca importância para a cultura amapaense como a Marabaixeta, por exemplo, que surgiu em um momento crucial, quando o Marabaixo parecia agônico devido a vários fatores, entre os quais a falta de sensibilidade para investir na cultura popular. Desse processo surgiu quase uma dezena de grupos folclóricos que vieram fortalecer a nossa maior expressão cultural e consequentemente a identidade do nosso povo.

ENTREVISTA COM FERNANDO CANTO – JORNAL O LIBERAL DE 07 DE JULHO DE 1999

“A CULTURA EM SEU DEVIDO CANTO”

Fernando Pimentel Canto é uma das figuras mais importantes da cultura amapaense contemporânea. Sociólogo, poeta, contista, Fernando é também boêmio e idealizador da Marabaixeta, o Marabaixo fora de época, que anima as tardes do Laguinho. Nesta entrevista, o poeta fala de seus projetos, religiosidade, Grupo Pilão e da cultura amapaense.

Pergunta - As pessoas contestam muito essa história de que a arte é algo de sangue. No entanto, sua família é um exemplo disso, além de você, Eduardo, Juvenal, conheci em Belém um primo seu (Ronaldo) que também escreve. Como você analisa essa questão?

Fernando Canto – Arte é um produto social. Estar no meio artístico incentiva e motiva as pessoas a navegar por esses meandros difíceis, mas prazerosos. Tudo é trabalho e dedicação. Ninguém espere que os genes sejam a varinha de condão que vai fazer o cara ser artista sem esforço, num passe de mágica, só porque o pai toca e a mãe dança. Para ser artista o cara tem mais é que ralar. É verdade que na minha família tem várias pessoas que se dedicaram a algum ramo da arte. Meu pai e seus irmãos tiveram um conjunto de pau e corda lá no interior do Pará. Minha mãe, que era professora, escrevia versos. Tenho irmãos e primos que tocam, escrevem e compõem.

Pergunta - O Bálsamo é uma expressão máxima em se tratando de Realismo Fantástico. Como surgiu a inspiração para o conto e porque não transformá-lo em romance?

Fernando Canto – Não tenho dúvida que “O Bálsamo” é um dos meus mais importantes textos, tanto que virou performance teatral, história em quadrinhos e foi até roteirizado para o cinema pelo pessoal do CRAVA – Coletivo de Realizadores Audiovisuais da Amazônia, em Belém. Para o escritor, cada linguagem artística referente a seu texto é uma revelação do potencial nele contido, haja vista os elementos simbólicos existentes em seu bojo e pelo que carrega de diferente, lógico, ilógico, real, irreal e até mesmo de fantástico.

”O Bálsamo” surgiu desse encantamento amazônico quer perpassa cotidianamente entre nós e que nem sempre percebemos. Na Amazônia o suprarreal acontece e “mundia” como o olhar do boto. Resta capturar esse olhar e fazer a leitura do estranhamento. Foi o que fiz. “O Bálsamo” sobreviverá como conto. Não tenho planos para transformá-lo em romance.

Pergunta – A propósito, você é o quê: ateu, cristão ou agnóstico?

Fernando Canto – Embora respeite as opções religiosas das pessoas e tenha recebido desde a infância os ensinamentos do cristianismo, não sou praticante de nenhuma religião. Estudei várias delas e até participei de rituais com objetivos antropológicos. Agora, numa ordem mais ampla, creio que creio, pois sou vigorosamente impelido a entrar num círculo como um ponteiro de segundo que tem que estar dentro do relógio. Tenho que fazer sentido desse pensamento e me envolver como parte de um movimento arrasador num universo onde o tempo e o espaço sejam uma coisa só. Daí penso crer na imortalidade da alma que, como no tempo mítico de nossos ancestrais, sempre retorna. Bela, no espiral de um tempo novo. Nesse ponto sou agnóstico. Porém, nem ímpio nem ateu nem cruel. Às vezes creio e crio dentro do mito, por estar enlevado de essência amazônica. E de atávicos conhecimentos indígenas, estes que engendram a imaginação no ato de criar. Todo amazônida que se preza começa a crer a partir do poder das plantas e das águas. Quem não tem um pé de comigo-ninguém-pode em sua casa? Um tajá? Uma espada-de-são-jorge? Um vidro de água-benta? Não gosto da hipocrisia acadêmica. Fui professor de Antropologia Cultural na UFPA, e tanto lá como em muitos lugares em que vivi, percebi que o que dizem a esse respeito, com a fundamentação teórico-científica “é só da boca pra fora”. Religiosidade, para mim, é algo muito tácito, muito pele. Tem que se sentir e provocar o consentimento.

Pergunta – Muitos artistas comentam que algumas facções da arte não têm merecido o apoio devido pelo governo do Estado. Você concorda?

Fernando Canto – O Governo existe para agir e apoiar os anseios da sociedade, baseando-se em diretrizes e políticas públicas que tenham a participação ativa do povo. Se não há política para a área cultural, abre-se um enorme abismo entre o povo e o governo. Nenhuma sociedade pode ser sustentável se a ponte entre ela e os gestores é um fio de algodão encerado e puído, prestes a romper. A cultura é o grande calo melhor governo que o Amapá já teve até agora. Pena que alguns gestores da área não tenham entendido o que é Desenvolvimento Sustentável, e por isso, como se dizia antigamente, vão perder o trem da história. A cultura é um dos pilares do D.S., posto que congrega as características da nossa identidade e idealiza o que pretendemos enquanto povo.

Pergunta – O segundo manifesto do “Mister A” cita você que engrandece a nossa literatura. Como você recebe o elogio e o que acha do primeiro manifesto?

Fernando Canto – Não li o segundo manifesto. Acho que. Mesmo com pseudônimo – o que não é lá muito confiável – o primeiro texto remete ao debate. A cultura amapaense sofre a falta de ânimo. É apática, precisa se fortalecer. E nada como o conflito para provocar mudança.

Pergunta – E projetos? Quais os que você está encampando atualmente?

Fernando Canto – Estou terminando, junto com um grupo de colegas, uma monografia sobre a questão cultural em Mazagão Velho, que consideramos o berço de nossas tradições. É o trabalho final do curso de Especialização em Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental, realizado pelo GEA/IEPA/CEFORH e UFPA/NAEA. Após isso pretendo terminar meu romance “Noite das Nove Luzes” e reiniciar um outro, que é sobre a vida dos principais construtores da Fortaleza de São José de Macapá no século XVIII. Comecei esse trabalho em Belém, em 1995, quando pesquisei todas as correspondências dos comandantes do forte e de outros com a capital da Província, existentes nos códices do Arquivo Público do Pará, no período de 1762 a 1782, desde antes da construção até após a inauguração. Esse período de 20 anos traz revelações impressionantes. É só aguardar. Mas projeto é o que não falta. Já iniciei um novo livro de contos sobre expressões populares estapafúrdias, que trazem sempre algo de fantástico. Também tem um que é sobre a transformação de alguns “ladrões” de Marabaixo em prosa. Só que eles serão a base ficcional da escrita. Há outros, mas preciso terminar estes.

Pergunta – Pra encerrar. E o Grupo Pilão?

Fernando Canto - O Grupo Pilão já prepara o seu quarto CD, que, aliás, é mais um trabalho de pesquisa que fazemos há vinte e quatro anos. É um projeto cultural especial que será lançado como produto local das comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil. O Pilão também vem aí com toda a força, devolvendo ao povo o que é do povo. Sem nenhuma demagogia, vai como sempre, apoiar a realização da Marabaixeta, das tardes de domingo no bairro do Laguinho. Além disso, vai realizar shows até o final do ano.

CANÇÃO DO FILHO AGRADECIDO

Saúde Canto Minha mãe está ali, do outro lado da rua ao lado de minha irmã, me olhando. Mas eu não posso atravessar porque muitos veículos passam constantemente em alta velocidade. A alegria de reencontrá-las é grande e o coração palpita na possibilidade de abraçá-las, afinal faz tempo que eu não as vejo. Elas estão lá e esboçam sorrisos de ternura, como que convidando para uma conversa longa ao redor da mesa onde um café fumegante feito em casa, saindo do coador, explode em seu odor característico. Os carros não param. Não há semáforos nesse cruzamento. Elas percebem meu desespero e espalmam as mãos pedindo calma, porque é perigosa a travessia e eu devo esperar o movimento dos veículos para poder passar. Fico agoniado e não tiro os olhos delas. Mas os carros dão lugar à manadas de animais em estouro, e quando a poeira passa, um trem se segue em seu lugar. É grande o movimento. E agora uma chuva fina molha os caminhões em comboio veloz no meio da rua, ensopando o som de suas buzinas barulhentas. Do outro lado da rua duas figuras diáfanas desaparecem progressivamente, indiferentes ao meu chamado, enquanto os obstáculos móveis pouco a pouco somem da minha vista.

Então eu acordo com os batimentos cardíacos fora do normal e uma imensa saudade rompe abruptamente os globos dos meus olhos embotados, formando milhares de gotículas cristalizadas no chão. É um dia de sol e chuva, mas de luz intensa varando os vapores no céu azul equatorial.

Sobra um espanto materializado na parede do quarto. Fecham-se as cortinas...

Restou-me a sensação do nada, um vazio cheio de alguma coisa, o sentido da ausência, não da falta, pois “não há falta na ausência”, diria Drummond inventando exclamações alegres por aí. Ficou ainda a lembrança das criaturas que desafiaram a vida e puseram filhos no mundo, predispostas que estavam a romper círculos enfadonhos e mesmices tentaculares que enredam a normalidade do ciclo vital.

E no interlúdio do sonho e da memória, do nascimento e da morte, do dia e da noite, uma canção renova-se mergulhada na saudade da planta e da flor. Uma canção encarna a melodia magnificamente soprada pelas ruas, onde só a escuta quem tem o ouvido treinado para ouvir sob o barulho dos carros da cidade. Dentro dessa canção se pronuncia o amor, palavra-escritura indecifrável para alguns ou guardada nos bolsos de outros. É uma canção que se inscreve em mosaicos, que venta e fustiga esconderijos de metal e é tecida com agulhas de ouro. Quem assobiá-la será feliz e descansará em macias almofadas de seda do oriente, recheadas de penas de ganso.

Por garantir essa promessa é que me alardeio proprietário de palavras inventadas, de músicas compostas em nome do amor e da memória. Eu narro essa façanha improvisada de fazer-me condutor do lume da saudade, a fim de vê-lo sempre aceso dentro do coração.

Inominada rutilância és tu, Mãe. Anjo astral, iluminadora. Grato eu sou pela concessão da espada nesta onírica epopéia inacabada em que me encontro e venço diariamente. Agradecido fico pelo indisfarçado crescimento das abelhas que colhem o pólen das hortênsias, dos jasmins e das papoulas que ainda florescem em teu jardim. Aqui teu filho lavra a terra, planta e separa o trigo onde lhe salpicam o joio. Aqui teu filho ainda pule a pedra bruta posta ao meio do caminho. Aqui ele canta a canção que lhe ensinaste para limpar os obstáculos e carregar os fardos inevitáveis que surgem nas ruas por onde passa.

Inefável rutilância tu és, Mãe. Fulcro lírico, bálsamo dos dias funestos, porto necessário ao barco sem destino. Grato eu sou pelos rios que atravesso nas pontes que me ensinaste a desenhar e transpor. Agradecido fico pelas metáforas da vida que Deus mandou-me e que eu, por ti, pude interpretar. (Fernando Canto)