sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DIA DA ÁRVORE

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Texto de Thiago Afonso
    O Dia Mundial da Árvore festeja-se em 21 de Março. A comemoração oficial do Dia da Árvore teve lugar pela primeira vez no estado norte-americano do Nebraska, em 1872. Nos EUA, é comemorado no dia 23 de Setembro, junto do aniversário de Julius Sterling Morton, morador da Nebraska, que incentivou a plantação de árvores naquele estado. O Brasil carrega fortes laços com a cultura indígena que deu origem a este país, um deles é o respeito pelas árvores como representantes maiores da imensa riqueza natural que o Brasil possui. Confirmando o carinho e respeito pela natureza, no Brasil formalizou-se então o dia 21 de Setembro como o Dia da Árvore. De acordo com o Decreto Federal nº 55.795 de 24 de fevereiro de 1965, foi instituída em todo o território nacional, a Festa Anual das Árvores, em substituição ao chamado Dia da Árvore. Conforme previsto no Art 3º, a Festa Anual das Árvores, em razão das diferentes características fisiográfico-climáticas do Brasil, seria comemorada durante a última semana do mês de Março no Amapá, entretanto por força do costume e desconhecimento, muitas pessoas não observam este decreto e ainda comemoram na data tradicional de 21 de setembro.

Em diversas sociedades iniciáticas, as árvores são a expressão do Cosmos visível e do próprio homem no caminho para a perfeição. As plantas sempre estiveram simbolicamente relacionadas à percepção do nosso próprio mistério, pois ao recordar o mistério da terra e do seu lugar leva-nos ao interior do nosso destino.

Nos templos budistas a árvore evoca Buda, que debaixo dela meditou durante cinco anos. São numerosas as árvores simbólicas: da Vida, do Jardim do Éden, do Cosmos, do Conhecimento, da Tradição Judaica, do Tempo Alquímico, e do culto da árvore em si, que foi iniciado pelos maçons em festas profanas a partir do século XIX.

Toda a vida depende das plantas, pois de forma direta ou indireta, é ao reino vegetal que a humanidade vai buscar oxigênio, combustíveis, medicamentos, produtos alimentares e outros nutrientes, vestuário, materiais de construção e solução de outras necessidades. Desde o paleolítico médio que os seres humanos procuram nas plantas o seu valor material e os significados religiosos, estéticos, políticos e morais. A universalidade do simbolismo da árvore testemunha o laço primordial entre a árvore e o homem. Nos vikings havia a árvore do Mundo, YGGDRASIL, que ligava o céu à terra. O Deus Hindu BRAHMA nasceu a partir do umbigo de VIXNU que tinha o lótus da criação. É igualmente a flor de lótus que se encontra na religião egípcia, como participante da criação do mundo. A flor nasce do lodo (Caos). Do seu cálice nasce um jovem de grande beleza (Ordem). No Xintoísmo - a deusa SEGEN-SEMA é um ramo da árvore sagrada - Sakiki. Para os japoneses há outras plantas simbólicas. Os jardins de bonsais com as árvores em miniatura significam a força do Homem sobre a natureza. Nas aldeias japonesas dois ramos de árvores cortados simbolizam o Yin e o Yang, contrários e complementares indissociáveis. Na Grécia antiga havia o culto dos cereais, da vinha e das árvores frutíferas. Para simbolizar a imortalidade da alma, colocavam nas mãos dos mortos ramos de alecrim. A tília era o local de esconderijo das fadas e o seu agradável cheiro, quando coberta de folhas e flores, era associado ao Amor. O Olimpo tinha um bosque de oliveiras e aos heróis era colocada uma coroa de folhas de louro na cabeça. Como a árvore, o cosmos é a própria expressão da vida. Nela, a natureza se regenera permanentemente. Os campos de energia infinita que presidem ao nosso destino são como a seiva da árvore, sendo o cosmos o princípio do crescimento que é a origem de todas as coisas. A árvore nunca pára de crescer, estendendo-se em todas as dimensões, horizontais e verticais. Este mistério liga o que está em cima ao que está em baixo, o visível e o invisível, o céu e a terra. A árvore sefirótica do judaísmo representa a descida das energias superiores ao mundo material e a sua posterior ascensão, tal como a seiva da árvore, a nossa própria ressurreição. Para os árabes, os jardins com muita água eram o símbolo terreno do paraíso cheio de pomares luxuriantes.

Portanto, conclui-se que o mundo antigo valorizou de modo analógico as plantas de acordo com o conhecimento empírico da natureza transformando-as em símbolos, os quais também não devemos deixar de recordar neste dia dedicado à Árvore.

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