quinta-feira, 26 de abril de 2012

Zunidor - JOSÉ RAIMUNDO CANTO

O acadêmico José Raimundo Farias Canto toma posse hoje (quinta-feira), dia 26 de abril, como novo presidente da Academia Artística e Literária de Óbidos - AALO. A cerimônia ocorreu às 18h00 no auditório do Tribunal Regional do trabalho, na Praça Brasil, em Belém do Pará. José Raimundo que também é advogado e professor universitário vai realizar uma série de atividades culturais no mês de julho, na Cidade-Presépio, localizada no baixo-Amazonas. Óbidos é a cidade natal dos escritores Inglês de Souza e José Veríssimo, fundadores da Academia Brasileira de Letras, juntamente com Machado de Assis.


INDERÊ! Volto zunindo qualquer dia desses.

Zunidor - REMINISCÊNCIAS


Zé Ramos, grande artista do bairro do Laguinho, confessou finalmente no balcão do Abreu que quando jovem chegou a secar e a fumar vassourinha (uma planta do mato, rasteira) , pois haviam lhe dito que dava “barato”. Curioso que só ele, Zé Ramos preparou o “tcharo” e deu uns bons tragos. O efeito veio em forma de uma diarreia que não tinha mais tamanho...

Zunidor - RALFE BRAGA


 Amapá presente na 1ª Bienal Brasil do Livro e da Literatura com a arte de Ralfe Braga.

São obras que fazem parte Coleção Cartão BRB e que estão sendo distribuídas, em cópias, para quem visitar a Bienal.
Aí está uma bela oportunidade para quem estiver em Brasília e poder
conferir esta ação no evento cultural que está sendo considerado como o
mais importante da década na capital. Vale a pena ir lá conferir o
sucesso deste artista que divulga o bom nome do Amapá.

Zunidor - REMINISCÊNCIAS 2




Olha aí essas pequenas no Chile. Sônia Canto, com o Aconcágua (?) no fundo e Alcilene Cavalcante.

Zunidor - MARABAIXETA


Eu e D. Geralda
Roberto Freire e Ildegardo Alencar

Roberto Freire e Carlinho

Tempo bom da Marabaixeta (Marabaixo fora de época no Laguinho), que tirou o folclore da condição que estava (meio pra baixo devido a inúmeros fatores e causas). Na foto de Juvenal Canto eu apareço com a Dona Geralda dos Prazeres, na Marabaixeta de setembro de 1998, na casa dela. Nesse mesmo ano, na campanha do Ildegardo Alencar para o senado, a Marabaixeta recebeu a visita do senador Roberto Freire (PPS-PE), que provou a gengibirra até demais e acabou ficando igual ao Zé Ramos quando fumou vassourinha.

Zunidor - REMINISCÊNCIAS 3


Um encontro de amigos em 2000. Eu, Sônia, Gabolice, Marola, Eduardo, Vicente Arly, Major, Azolfo, Bibas e Torres, numa tarde de sábado em casa.

Zunidor - MARABAIXO DOS BONS


Saudade dos Grandes do Marabaixo.

Dona Venina, Felícia Joaquim Ramos e Chiquinha do Bolão. 

Dona Venina, Siula, Maria Tavares e eu.

Zunidor - SUSSUARANA


O grande e inesquecível construtor de caixas do Marabaixo, de macacos do Batuque e  até de tamborins de couro de cobra usados no carnaval, Sussuarana, em sua oficina no bairro do Laguinho.

Zunidor - PAVÃO e DONA BILÓ


Meu amigo Pavão, que alçou seu voo para o infinito, na foto com a sua tia Benedita Guilherma Ramos, única filha do Patriarca do Marabaixo, Julião Ramos.

Zunidor - MAZAGÃO


Olha aí a alegria da criançada no Marabaixo de rua da Festa do Divino Espírito santo, em Mazagão Velho.

Zunidor - CHAGUINHA


A foto é por ocasião da festa dos 90 anos o Chaguinha, o velho comunista que combateu a ditadura militar e foi preso diversas vezes. Durante a “Operação Engasga-engasga”, quando foram lhe prender em casa, acharam um poster sob o colchão de sua cama. Perguntaram quem era a figura barbuda. Ele disse que era do “seu santo protetor”, o São Francisco das “CHEgas”. Pela sua luta não merece ficar no esquecimento.

Zunidor - BRUNO


Olha aí o Bruno Mont’Alverne. Já ensaiava trabalhar em uma empresa aérea.

Zunidor - BENEDITO MONTEIRO


Um congresso inesquecível por vários motivos. Um deles foi quando conheci o grande escritor paraense Benedito Monteiro, em Brasília. O autor de “Verde Vagomundo”, “ O Minossauro” e “O Carro dos Milagres” era Chimango, natural de Alenquer.

Zunidor - OSÉAS

Exímio cozinheiro, o engenheiro Oséas, do CREA não se esquece dos amigos quando prepara um delicioso Camarão pitú ao tucupi. Querem o repeteco.

Zunidor - RAIMUNDINHA

Raimundinha, ex-UNA, sempre enfeita as ruas do meu Laguinho querido com suas roupas coloridas aos domingos. É uma preparação para o pagode que ela e seus irmãos promovem nesses dias em frente à sede dos Boêmios.

Zunidor - DONA EUDA


Frequentadores do bar da Dona Euda são unânimes no elogio aos tira-gostos preparados por ela aos sábados. Na foto. Edmilson, Anísio, Fernando Bedran Dona Euda e Pedro.

Zunidor - ROBERTA


A professora Roberta Sheibe, coordenadora do curso de jornalismo da UNIFAP prepara para esta semana o 2º Congresso de Jornalismo da Instituição. A gaúcha é gremista saudável. 

Zunidor - OSMAR E ZÉ MIGUEL


Osmar Júnior foi nomeado diretor de um departamento da Fundação Municipal de Cultura. Zé Miguel voltou de Palmas – TO, otimista com os rumos da cultura amapaense. Na pauta grandes projetos e muitos recursos federais porque o Amapá, enfim entrou no circuito. Zé foi leito vice-presidente Norte do Forum de Secretários de Cultura.

Zunidor - CABELOS


Sônia Canto e seus cabelos ondulados, antes do advento da chapinha, no jardim de casa.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ÍNDIOS DO TUMUCUMAQUE DENUNCIAM GARIMPO CLANDESTINO E TRÁFICO DE ANIMAIS


Eles habitam extensa área preservada no Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque, são povos milenares os Apalai, Wayana, Tiryió, Waiãpi, Katxuyana. Para eles, os limites entre os estados do Pará e do Amapá não passam de mera formalidade, tanto que os órgãos governamentais que os atendem - ou assim deveriam proceder, respeitam a ausência dessas fronteiras em sua jurisdição. Lideranças e caciques das etnias do Parque reuniram-se, no último sábado, com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) para denunciar garimpo clandestino e tráfico de animais.
Além dessas ameaças constantes à segurança das aldeias, os índios relataram o estado de abandono no qual se encontram. Não há assistência em saúde, a educação é precária, a sobrevivência cada dia mais difícil e a cultura, bem, essa é a parte que mais dói nos velhos caciques. Atraídos pelo estilo de vida dos não índios, que inclui brega, cachaça e comida industrializada, os jovens das aldeias estão cada dia mais distantes de suas raízes, sua língua e seus costumes.
Cansados de ouvir promessas, os caciques foram enfáticos com sua pauta de reivindicações mediada pelas entidades que os representam como APIWA, APITU e CCPIAW. Querem centro hospitalar, escolas estruturadas, casa de amparo aos jovens que estudam na capital, capacitação em artesanato e fiscalização constante para combater o avanço dos garimpeiros e traficantes de animais em suas terras. Só não querem mais promessas mirabolantes e vazias.
Em 2011, seu primeiro ano de mandato, o senador Randolfe destinou recursos de emenda parlamentar da ordem de R$ 320 mil para projeto de inclusão digital na aldeia Bona, uma das maiores na área do Parque. Outros R$ 300 mil foram destinados para aparelhamento da Polícia Federal no Amapá. “Vamos continuar trabalhando passo a passo”, disse Randolfe. Em seguida agendou reunião com o superintendente em exercício da Polícia Federal, Adalton Martins.
Com a presença dos representantes indígenas, a reunião ocorreu na segunda-feira (23) na sede da PF em Macapá. A principal queixa é o garimpo ilegal facilitado por pistas de pouso clandestinas. Em fevereiro de 2010 a Polícia Federal explodiu três dessas pistas no Parque durante a Operação Torre de Controle. “A área é muito extensa e de difícil acesso. Precisamos de apoio da Força Aérea Brasileira que tem aeronaves com maior autonomia de voo”, explicou o delegado Adalton.
Segundo Kutanã e Arinawaré, lideranças Apalai, os garimpeiros fazem bases fora da reserva e entram pela mata para explorar o minério dentro da área de preservação. Orientados pelo delegado, farão um ofício comunicando que o problema persiste, para que a PF possa abrir investigação. Randolfe vai organizar uma audiência pública envolvendo Polícia Federal; Instituto Chico Mendes da Biodiversidade; Aeronáutica; FUNAI e Exército Brasileiro. “Precisamos atuar articulados. As necessidades dos povos da região são diversas e sua solução depende de diversos setores”, explicou. (Fonte: Márcia Corrêa Jornalista (96)8142-6200)

Conheça Baco e Ariadne, de Ticiano


A obra escolhida hoje pelo projeto Um Pouco de Arte para sua Vida é do artista italiano Ticiano.

A obra de Ticiano, Baco e Ariadne é inspirado na história dos dois amantes, escrita por Ovídio e Catulo.  
Esta é uma das primeiras obras-primas de Ticiano e faz parte de uma série de pinturas criadas para Alfonso d'Este, duque de Ferrara. O duque encomendou a obra para enfeitar seu palácio, no norte da Itália.
A obra mostra o momento em que Baco, o deus do vinho, encontra Ariadne, filha do rei de Creta. Depois de ajudar o seu então namorado Teseu a fugir do labirinto do Minotauro, Ariadne foi exilada na ilha Naxos. É nesse momento que aparece Baco, em uma carruagem puxada por dois guepardos e sendo seguido por uma multidão multicolorida de bêbados.
Baco é representado em um semissalto , enquanto seus olhos fitam a jovem, sua futura noiva. O rosto de Ariadne exibe uma expressão que mescla medo e interesse, já que, inicialmente, a jovem se assusta com a chegada do deus. 
Embora seu rosto esteja voltado para Baco, o corpo da jovem está afastado do deus do vinho e seu braço estendido para o navio que parte e para o amante que a abandonou.

Detalhes de Baco e Ariadne se destacam:

1. O barco de Teseu:

À esquerda de Ariadne é possível ver o barco de Teseu afastando-se no horizonte. A jovem ajudou Teseu a escapar do labirinto do Minotauro dando-lhe um novelo de linha vermelha com o qual ele demarcou o caminho de volta. De acordo com alguns relatos, Teseu abandonou Ariadne em Naxos enquanto ela dormia.

2. Baco:

Baco oferece um olhar erótico em direção à Ariadne. Por ser o Deus do vinho, Baco usa uma coroa de folhas de videira. Sua postura atlética faz referência ao arremessador de discos da escultura grega. O manto rosa é usado para esconder sua nudez e refletir o cinto vermelho de Ariadne.

3. Domador de serpente:

O personagem dominando uma serpente é uma referência à estátua de Laocoonte e seus filhos. Laocoonte alertou os troianos, em vão, para que não aceitassem o cavalo de madeira oferecido pelos gregos. Mais tarde foi enforcado por serpentes marinhas enviadas pela deusa Minerva.

4. Bebê sátiro:

O bebê sátiro, metade homem e metade bode, é a única imagem que direciona seu olhar para fora da tela, "convidando" o espectador a admirar a cena. O sátiro carrega consigo uma cabeça de novilho sem o corpo, que remete ao terrível ritual báquico no qual os participantes esquartejavam um novilho e o comiam cru. (Fonte: Universia)

POEMA DO OBDIAS “AS ÁGUAS DE MARÇO


                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      Ontem 
manhãzinha dois poetas
queixo caído admiravam
o estrupício
do Mar Dulce.

Só se via
a pontinha
do esquadril
do velho carpinteiro
e uns dois ou três fiapos
do cabelo do menino.

Mal se via
a pontinha
do farol do velho forte
a flâmula bonita
no andar de cima
da Casa Nabil
e uma estrada
compriiiiiida
de humanas formiguinhas
galgando a duras penas
a Serra do Navio.

Garrei um caco de loiça
e rabisquei um bilhete
nas costas do Leão Zagury

:Que Tsunami nada
meu poeta!

É só o Amazonas
brincando de Lava-Pés...

oOo
AS ÁGUAS DE MARÇO
-Obdias Araújo
11-03-2012

BRASIL OCUPA 11º LUGAR NA LISTA DE IMPUNIDADE DE CRIMES CONTRA JORNALISTAS


Levantamento anual do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgado nesta terça-feira (17) sobre investigação de crimes contra profissionais da imprensa aponta que o Brasil subiu de 12º para 11º lugar no ranking do Comitê. De acordo com o relatório anual, cinco mortes de jornalistas que ocorreram entre 2002 e 2011 ainda não resultaram em nenhuma condenação no país.

Somam-se a estes valores o número de mortes registradas ainda no começo deste ano, o que ajudou o país a subir uma posição no ranking. Segundo relatório da Abert sobre Liberdade de Imprensa no Brasil, foram três mortes de profissionais da área em  2012: em Barra do Piraí (RJ), Ponta Porã (MS) e Simões Filho (BA). Os três crimes ainda estão sendo apurados.

O vice-presidente do Comitê Permanente de Liberdade de Expressão da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), Daniel Slaviero, destaca a gravidade da situação: “A falta de apuração dos casos e de responsabilização dos autores dos crimes gera a certeza da impunidade, o que, infelizmente, ainda é a regra na América Latina e no Brasil. Para Slaviero, os crimes colocam em risco o modelo democrático e o ambiente institucional dos países.
Conforme levantamento da CPJ, as principais causas do aumento da violência contra jornalistas no país são a corrupção política, o narcotráfico e os conflitos entre traficantes. Desde 1992, 29 profissionais foram assassinados. Dessas mortes, 21 foram causadas por ligação direta com o ofício enquanto oito não tiveram relação confirmada. O Rio de Janeiro é o estado com mais ocorrências: possui seis dos 29 casos.
Histórico - No ano passado, em relatório divulgado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), o Brasil estava em segundo lugar da lista de nove países latinoamericanos com maior número de assassinatos de jornalistas, com quatro mortes registradas. O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Robert Rivard, classificou 2011 como o ano “mais trágico das últimas décadas para a imprensa latinoamericana”. Ao todo foram 19 assassinatos no continente. (Fonte: Assessoria de Comunicação da Abert)

19ª EDIÇÃO DA AÇÃO GLOBAL‏


FIEAP, SESI e Rede Globo realizam a 19ª edição da Ação Global 2012, no bairro Cidade Nova I.

 A Federação das Indústrias do Estado do Amapá (FIEAP) realizará através do Serviço Social da Indústria (SESI-AP) e da Rede Globo, a XIX edição da AÇÃO GLOBAL 2012, uma iniciativa da indústria brasileira. O evento, que será realizado com o apoio de instituições parceiras tem como tema: Um Brasil de Cidadania.
A Ação vai acontecer no Bairro Cidade Nova I, na Escola Estadual Maria Ivone de Menezes, das 08 às 17 horas, no dia 5 de maio. Na edição 2012, o bairro anfitrião da ação será contemplado com mais de 30 serviços oferecidos. 
A meta é atender 30 mil pessoas no âmbito da ação e realizar 60 mil atendimentos. A Ação Global oferecerá serviços de saúde, educação, lazer, cultura, esporte e responsabilidade social gratuitamente. Todos os anos a população se beneficia com a realização de exames e consultas médicas, emissão de documentos e assistência jurídica, entre outros. 
Realizada desde 1995, a Ação Global já atendeu mais de 16,8 milhões de pessoas e prestou mais de 27,3 milhões de atendimentos. Por seu impacto e abrangência, a iniciativa tem funcionado como um termômetro das necessidades da população brasileira. (Fonte:Sistema Fieap)

PROFESSOR TOSTES LANÇA LIVRO



O livro "Além da Linha do Horizonte", é uma contribuição de artigos produzidos nos anos de 2009 e 2010 para os jornais locais do Estado do Amapá. Os textos têm como finalidade contribuir de forma decisiva para auxiliar a um conjunto de reflexões importantes sobre a Amazônia, o Estado do Amapá e sobre os municípios amapaenses, entre os inúmeros textos produzidos, há uma clara intenção de discutir a importância dos problemas urbanos, sociais, ambientais e políticos que permearam as últimas décadas no Amapá.
Com uma linha crítica, mas sempre construtiva, o teor destes artigos refletem mais de 20 anos de vida profissional dedicada ao desenvolvimento do Estado do Amapá, neste período, O autor trabalhou em diversas áreas como Arquiteto Urbanista, Professor da UNIFAP, Conselheiro do CREA AP, Conselheiro e Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil/Departamento Amapá e Vice Presidente Nacional para a Região Norte.
Na esfera acadêmica, na condição de Vice Reitor e muitas vezes Reitor em exercício, Tostes percebeu a necessidade de contribuir com a sociedade, estabelecer o debate amplo e claro de temas importantes para o desenvolvimento local. A perspectiva de voltar a escrever para os Jornais locais, voltou ao seu imaginário de forma intensa após a Universidade ter criado os cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo e do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional. Tais cursos contribuíram para ampliar o repertório de temas na área de Planejamento Urbano Regional e oportunizoua transversalidade com várias outras áreas de conhecimento.
As inúmeras viagens pelo Estado do Amapá contribuíram decisivamente para levar ao leitor informações diferenciadas sobre a situação de planejamento, tudo isso aliado a uma preparação acadêmica indispensável para associar uma linguagem acessível e menos erudita, o que rendeu inúmeros textos que abordam a diversidade de temas científicos, crítica, aspectos sociais, econômicos, e um pouco de humor, para não reduzir o texto em uma linguagem excessivamente formal. O resultado alcançado, agora traduzido neste livro, irá oportunizar a toda a sociedade amplas reflexões sobre temas relevantes: Aeroporto, Fronteira, Cidade de Macapá, Planejamento das cidades, Pobreza Urbana, Arquitetura e questões ambientais. O objetivo do livro é proporcionar que estes temas auxiliem a elaboração de planos, programas e projetos, assim como referência para o desenvolvimento de trabalhos na esfera técnica e acadêmica.

José Alberto Tostes
Arquiteto e Urbanista formado pela Universidade Federal do Pará, Mestre e Doutor pelo Instituto de Artes e Técnicas de Cuba, Pós Doutor em Arquitetura pela Universidade do Porto de Portugal e em Estudos Urbanos Regionais pela Universidade de Coimbra. Atualmente é professor do Mestrado em Desenvolvimento Regional na área de Planejamento Urbano Regional; Coordenador do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Urbanismo na Amazônia; Coordenador do Trabalho Científico no Curso de Arquitetura e Urbanismo; Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo nas áreas de Urbanismo, Planejamento Urbano, História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo. Autor do blog: www.josealbertostes.blogspot.com 

terça-feira, 24 de abril de 2012

FIFA DIVULGA LOCAIS DOS FAN FESTS DA COPA DE 2014



Telão de São Paulo ficará no Anhangabaú
A Fifa divulgou nesta sexta-feira os locais dos 12 Fan Fests da Copa do Mundo de 2014. Nas 12 cidades-sede do Mundial no Brasil serão instalados telões para que torcedores possam assistir aos jogos do torneio de graça.
Criados em 2006, na Copa da Alemanha, os Fan Fests são grandes sucesso de público, segundo a Fifa. O ex-jogador Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local da Copa (COL), afirmou que espera que o Brasil tenha os melhores Fan Fests de todos os tempos.
“O Fan Fest reúne pessoas de todas as classes sociais. Como brasileiros, nós sempre tivemos o hábito de torcer por nossa seleção em grandes festivais populares, em todo o país. Por isso, tenho certeza que será o melhor Fan Fest de todos os tempos”, afirmou Ronaldo, em comunicado oficial da Fifa.
Confira os locais dos telões:
1.     Belo Horizonte – Praça da Estação;

2.     Brasília – Esplanada dos Ministérios;

3.     Cuiabá – Parque de Exposições;

4.     Curitiba – Parque Barigui;

5.     Fortaleza – Praia de Iracema (Aterrão);

6.     Manaus – Memorial Encontro das Águas;

7.     Natal – Praia do Forte;

8.     Porto Alegre – Largo Glênio Peres;

9.     Recife – Marco Zero;

10.  Rio de Janeiro – Praia de Copacabana;

11.  Salvador – Jardim de Alah;

12.  São Paulo – Vale do Anhangabaú;
Fonte: Uol Esportes

terça-feira, 17 de abril de 2012

ANA e ELIS, encontro às margens do Amazonas

“Ana Martel canta Elis"! É assim que a cantora e compositora amapaense comemora seus 30 anos de carreira, em grande show no dia 11 de maio, no Macapá Hotel.
Ana Martel começou sua carreira musical no mesmo ano em que Elis Regina partiu para outra dimensão. Esse fato torna 2012 um ano especial em sua carreira: a comemoração dos seus trinta anos de carreira e a homenagem à Elis Regina.
No show, Ana Martel se une a uma plêiade de compositores que tiveram suas músicas gravadas por Elis Regina. De Adoniram Barbosa a Rita Lee, passando por Edu Lobo, Vinicius de Moraes, João Bosco e outros não menos ilustres, para mostrar ao público canções inesquecíveis. Ela apresentará também canções do seu último CD (SOU ANA).
Para emoldurar este momento de comemoração e homenagem, a direção musical terá o talento do maestro Joaquim França que estará ao piano. Joaquim é amapaense radicado em Brasília e, no início da carreira de ambos, dividiram muitos palcos na noite macapaense. Fabinho (violão e guitarra), Hian Moreira (contrabaixo), Valério de Lucca (bateria), Marcelo (flauta) e Sinei (trompete e sax) completam o conjunto de músicos que acompanharão Ana Martel.
 Nesta noite memorável, a artista também receberá uma homenagem especial de seu amigo e parceiro, o poeta e compositor Joãozinho Gomes que participará do show recitando um poema feito especialmente para este momento único. (SCanto)

Descrição: cleardotServiço:
Data: 11/05/12         Hora: 22h00
Local: Macapá Hotel (Pérgula)
Ingresso único: R$ 25,00
Vendas: Macapá Hotel (Recepção), aceita Cartão.
Sorveteria Jesus de Nazaré
Informações: 9149 9536 e 8126 5748

sábado, 14 de abril de 2012

CRÔNICAS DO BAR DO ABREU

Caricatura do artista plástico Wagner Ribeiro
           As crônicas a seguir foram escritas por jornalistas e escritores, também eméritos fregueses do Bar do Abreu. Por ordem cronológica e por idade inicio com o texto do Alcy Araújo sobre o livro do Obdias, depois com o do Hélio Pennafort e finalmente a crônica do Isnard Lima. Os textos todos fazem parte do acervo de recortes do Ronaldo Abreu que a Darlhiane digitou a meu pedido.

POESIA NECESSÁRIA (*)
Alcy Araújo
            Quando obdias Araújo lançou seu livro, “Apologia” a crítica – Macapá, Belém, Rio de Janeiro – lhe foi favorável e descobriu nele um talento nascente na poesia amazônica, universalidade pela sua visão do mundo conturbado em que abriu os olhos.
            Agora o poeta vem com um segundo livro, que intitulou de “Praça Pinga Poesia & Mágoa” e chamou de “diário íntimo de um vagabundo lírico”.
            É o homem na praça, vendo a vida passar adjacente. A praça molhada de estrelas e cachaça. A praça alcoolada de luz do luar e cheia das mágoas que andam soltas pelos bancos, alamedas e gramados.
            A praça em que ele pede perdão à amada por chorar, explicando, como um menino órfão, que “tentar te esquecer doía tanto”
            Um livro que, às vezes, é um estatuto de dor e de oferta. Dou-te meu corpo/meus versos/meus ritos/meus cantos/meus mitos/meus gritos/meus prantos.
            Um livro estremamente musical, não fosse ele flautista, capaz de entender sabiás e vozes que vem do mar e batem nas pedras da praça, quando as tardes começam a agasalhar pássaros.
            Há uma herança cósmica em seus versos e um odor de bêbado em seus caminhos demarcados por passos dos que se esquecem de ficar em casa e pendularam pensamentos estuprados por mágoas infinitas, nas alamedas do seu mundo, povoado de bancos, estátuas e coretos, que se escondem por trás de canteiros enverdecidos.
            Logo mais estará, inteiramente parido, o livro “Praça Pinga Poesia & Mágoa”, onde também desfilam os homens que bebem desencantos no Bar do Abreu, nesta onírica cidade de Macapá. M.S.C.
          Bar do Abreu, com a sua estranha procissão de proletários, conduzindo de público copos, como se fossem bandeiras. Pedro Silveira, Fernando Canto, Mariozinho, Alcy e outros que tudo sabem e nada dizem.
          Estou escrevendo esta crônica, porque a poesia e os poetas são absolutamente necessários e o Obdias merece este espaço. Ele é fruto da terra, desta terra que produz pomos de argila e onde periquitos comem mangas nas mangueiras da avenida, por onde Fernando Canto passeia sua comovente sensibilidade.

(*) Publicado no jornal Amapá Estado, edição de 09 de maio de 1987

O ABREU E AS LEMBRANÇAS DE MACAPÁ (*)
Hélio Pennafort e Fernando Canto
Hélio Pennafort

“ Quem quiser bater um papo com o Abreu tem, primeiro, que esperar terminar a missa das oito de uma igreja próxima à travessa 3 de Maio, onde mora essa figura que deixou seu nome marcado na  cabeça de uma legião de biriteiros e notívagos que frequentavam o balcão e as mesas de um dos bares mais conhecidos da nossa cidade.
Depois é esperar que ele conclua a caminhada que separa a porta da igreja à calçada da sua casa, quando queima o excesso de calorias e mantém a boa forma de várias décadas.
A prática do cooper e a reza matinal são doias hábitos que Abreu cultiva desde o seu tempo de adolescente. Assim que chegou aqui em Macapá e se estabeleceu na beira de um dos campos do Laguinho (hoje ocupado pelo prédio do Sebrae), Abreu passou a rezar na igreja Jesus de Nazaré, acompanhando as missas do padre Jorge Basile, depois voltava em passo acelerado para colocar o bar em funcionamento, destampando as primeiras garrafas por volta de oito da manhã.
A partir daí o bar nunca ficava completamente vazio. Mesmo na hora do arrefecimento etílico, sempre havia alguém por lá, às vezes só para bater um papo e apreciar o Abreu ajeitar os fragos que mais tarde viraria galetos e se destrinchariam pelas mesas em forma de tira-gosto.
O Abreu lembra desse tempo com carinho, mas sem essa de nostalgia, de montanhas de saudades. Nada disso. Recorda várias passagens engraçadas na vida do bar, como as peripécias verbais do Pedro Silveira, que se valia do vozerão de locutor afamado para animar o salão nas horas de maior movimento. E das brincadeiras que a turma fazia com os colegas, como aquela de colocar respeitáveis nomes numa lista de caloteiros que era pregada na parte mais visível da parede.
Torcedor do Paysandu, desses que pegam malária quando o time perde, Abreu aguentava com paciência a gozação dos remistas que escolhiam justo o seu bar para festejar a vitória do Leão. Faziam galhofa até com o sacrossanto hino do Papão da Curuzu .
Abreu deixou por aqui uma coleção de amigos e admiradores que poucos possuem. O Mário e a Maria - Jucá e Benigna respectivamente -, o Antonio Costa e o Carlos Bezerra, o Isnard Lima e o Jeconias, o Cláudio e o Obdias, os Cantos – Juvenal e Fernando – e mais o magote que se enfronhava nos festins báquicos de todos os dias. Sempre se lembra do comandante Barcellos, que então costumava dividir as alegrias pelas sucessivas vitórias do Fluminense. Hoje, fluminensemente falando Barcelos e Abreu não do têm que se alegrar. O time perde pra qualquer fuleiro.
De modo que foi um prazer enorme reencontrar o Orlando Abreu em plena forma e mais espirituoso do que nunca.
Levamos um papo centrado no Laguinho de um tempo recentíssimo e na versatilidade do seu bar, que de um momento para outro se tranformava em alegria e arte, palco de declamadores e cantores e espaço para autógrafos de escritores.
Tudo sob os acordes das balbúrdias que são a alma e fazem a vida de todos os recantos de biriteiros.

(*) Publicado no Caderno Nota 10, Diário do Amapá, edição de 04 de novembro de 1999.

NA COPA DO BAR DO ABREU (*)
Isnard Lima

            Entre os bares famosos de Macapá, desde o Elite Bar até o Gatto Azul, há de estar em primeiro escalão, o Bar do Abreu.
            Vamos caminhar no tempo. Era noite ainda e adentrava num bar recém-inaugurado, na fronteira do Laguinho em um antigo açougue que pertencera ao Rodrigo. Estava acompanhado do poeta Alcy Araújo, que me avisava - esse bar vai ficar na história dos boêmios da cidade, Isnard. E ficou, mesmo. Isso foi em 1982. Era verão, dia 04 de agosto. Faz 20 anos. É o mais antigo, até agora. Naturalmente não se pode afirmar quanto tempo pode durar um bar.
            Depende da época, frequentadores, da história, de uma série de fatores um tanto alcoolados, que não se fixam na pátina do tempo nem no verde-limo dos mármores.
O dono era um senhor de cabelos grisalhos – o Abreu, de Soure. O nome do bar foi idéia do jornalista Hélio Pennafor, já transitado. Nele entram e saem gerações de boêmios de todas as épocas e classes. Este que agora existe na FAB é o sexto. Passou por três bairros – Laguinho, Trem e Centro. É simples. Não lembra um Pub de Londres ou uma cantina de Nápoles, nem uma cervejaria de Berlim. É brasileiro e nele se toma cachaça, vinho, cerveja preta. Frequentam-no pessoas de todos os tipos sociais – estudantes, operários, jogadores de futebol, arrivistas, funcionários públicos, aposentados ou não, profissionais liberais e mulheres independentes.
Bar e restaurante bem simples, com comida sadia para todos os bolsos. Ambiente tranquilo, onde se paquera, namora, trata de negócios, políticas, futebol, artes, etc.
Em 1995, em dezembro, ao sair meu livro Malabar Azul do prelo do Rurap, o Abreu estava no Trem. Mas ao ambiente faltava o espírito inquieto e boêmio do Laguinho. O Abreu é cosmopolita. Abre até a madrugada, conforme o movimento. As garçonetes variam – quatro à noite, uma de dia. Prato simples – peixe, feijão com arroz, piracuru, carne grelhada, etc.
Freguesia cativa como poucas no Norte e Brasil. Há um grupo seleto e antigo de fregueses. Do compositor Fernando Canto à patota de turistas que se arrisca de vez em quando. Pessoas acima de 40 anos, tranquilas que esperam da Mira o tira-gosto do dia, enquanto chegam jornalistas, repórteres, escritores e poetas. Sempre tenho o meu pratinho feito. E meu crédito em pé. Ronaldo e Marquinho assumiram o comando, agora que o Abreu aposentou e foi descansar. Mas deverá estar presente no dia 04 de agosto, na festa maior do mais famoso dos bares desta terra dos tucujus, que bebiam bacaba. Um bar para ficar no coração de todo boêmio deste Estado equatorial. Não se sabe até quando. Talvez o poeta Isnard Lima ainda esteja por aqui quando ele um dia fechar e formos beber no Parnaso.

(*) Publicado no Diário do Amapá, edição de 22 de maio de 2002.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

RÁDIO E TV ABERTA CONTRIBUÍRAM COM 63% DO TOTAL DISTRIBUÍDO EM DIREITOS AUTORAIS

Com um montante de R$ 258,1 milhões, o rádio e a TV aberta foram os segmentos que mais contribuíram com a distribuição de direitos autorais em 2011, alcançando 63% do total repartido pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

De acordo com levantamento do órgão, foram distribuídos, no total, R$ 411,8 milhões a 92.650 artistas, um crescimento de mais de 18% em relação ao ano anterior.

Os percentuais de participação dos três segmentos que mais tiveram participação são: 36,27% (rádio),  26,42% (TV aberta) e 15,25% (show), este último reflexo do crescimento da quantidade de shows realizados no Brasil. Somados, esses setores representam quase 80% dos valores distribuídos em 2011.
Nos últimos cinco anos, a distribuição de direitos autorais cresceu 64,38%, o que significa dizer que a remuneração aos titulares aumentou mais que o dobro da inflação deste período (o índice IPCA-IBGE apurado foi de 30,15%). (Fonte: Assessoria de Comunicação da Abert)

CONCEIÇÃO MEDEIROS TOMA POSSE COMO NOVA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DE MACAPÁ

A professora Conceição Medeiros tomou posse nesta sexta-feira, às 16h, na Sala de Reuniões da Prefeitura de Macapá como a nova secretária municipal de Educação. Ela já ocupou a pasta entre 2009 e 2010 e foi responsável pelas mais significativas conquistas da atual gestão, como o programa Escola Viva e a ampliação do salário dos professores, que nos últimos quatro anos foi reajustado em mais de 100%.
 Conceição Medeiros assumiu no lugar da também professora Helena Guerra, que se desincompatibilizou do cargo, por força da lei eleitoral, para concorrer a uma vaga para a Câmara de Vereadores.
 Em seu discurso, ela prometeu dar continuidade às ações que iniciou na primeira fase do atual mandato e garantir que até o final do ano, seja ampliada a oferta de vagas e continuadas as ações do programa Escola Viva, criado em sua gestão.
 Conceição Medeiros é professora universitária e também já atuou como dirigente sindical. Tem uma reconhecida trajetória na Educação Amapaense, já tendo ocupado inúmeros cargos na Secretaria de Estado da Educação e no Conselho Estadual de Educação.
 A posse foi acompanhada por inúmeros gestores da Prefeitura de Macapá e da Universidade Federal do Amapá, onde a professora estava lotada recentemente. (Fonte: Prefeitura de Macapá/ Coordenadoria de Comunicação).

Ray Cunha autografa na Bienal Brasil do Livro em Brasília

BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA COMEÇA SÁBADO 14. RAY CUNHA AUTOGRAFA “O CASULO EXPOSTO” E “TRÓPICO ÚMIDO – TRÊS CONTOS AMAZÔNICOS” NO EVENTO

Brasília: Acrílica sobre tela, de Olivar Cunha – 2011
BRASÍLIA, 13 de abril de 2012 – Brasília completa 52 anos, dia 21 de abril, um sábado. O ponto alto da sua programação de aniversário será a primeira Bienal Brasil do Livro e da Leitura de Brasília, de amanhã, 14, a 23 de abril, das 9 às 22 horas, na Esplanada dos Ministérios, dentro de uma estrutura coberta de 14 mil metros quadrados, dividida em quatro pavilhões, com 157 expositores, sessões de autógrafos, exibição de peças e filmes, seminários, debates, palestras e shows de música popular brasileira. Entrada franca. Os promotores do evento aguardam meio milhão de visitantes.

Estarão presentes 120 editoras e autores de todos os continentes. Nomes consagrados autografarão seus trabalhos, como o Nobel nigeriano Wole Soyinka, autor de O Leão e a Joia; o norte-americano Daniel Polansky, autor da trilogia Cidade das Sombras; o britânico Richard Bourne, autor da biografia Lula do Brasil; e o argentino Mempo Giardinelli, de Luna Caliente. Haverá também debates com escritores como a norte-americana Alice Walker, de A Cor Púrpura; e o chileno Antonio Skármeta, de O Carteiro e o Poeta. Entre os autores brasileiros convidados estão Milton Hatoum, Cristovão Tezza e Marçal Aquino.

No circuito alternativo da bienal, estarei autografando dois livros: O casulo exposto (LGE Editora, Brasília, 2008, 153 páginas, R$ 28) e Trópico Úmido - Três contos amazônicos (edição do autor, Brasília, 2000, 116 páginas, R$ 20), no estande da Cope Espaço Cultural, ao lado da Biblioteca Nacional e defronte ao estande da Livraria Arco-Íris. 
Ray Cunha, defronte ao Congresso Nacional - Foto de Ed Alves - 2009

Brasília como ela é  
A Brasília que emerge das páginas do livro de contos O casulo exposto é uma alegoria à redoma legal que engessa o Patrimônio Cultural da Humanidade, a ninfa de Lúcio Costa, golpeada no ventre, as vísceras escorrendo como labaredas de roubalheira, luxúria, depravação e morte nos subterrâneos de Brasília. A fauna que transita na esfera política e chafurda nos subterrâneos da cidade-estado é heterogênea. Amazônidas que deixaram a Hileia para trás e tentam sobreviver nfotoa fogueira das vaidades da ilha da fantasia, jornalistas se equilibrando no fio da navalha, políticos daquele tipo mais vagabundo, que não pensa duas vezes antes de roubar merenda escolar, estupradores, assassinos, bandidos de todos os calibres, tipos fracassados e duplamente fracassados, misturam-se numa zona de fronteira fracamente iluminada. Contudo, a ambientação de sombra e luz tresanda também a perfume e romance.

“Ray Cunha trabalha, desde 1987, como jornalista, em Brasília, cobrindo amplamente a cidade e o Congresso Nacional. Seus romances e contos são, geralmente, ambientados na Amazônia, mas, como o escritor acaba envolvido ao meio onde vive, surgiu, assim, O casulo exposto” – diz a quarta-capa do livro, prefaciado pelo escritor Maurício Melo Júnior, apresentador do programa Leituras, da TV Senado. A capa é assinada pelo artista plástico André Cerino. 

Deu no Correio Braziliense 
LÚCIO FLÁVIO

Nascido em Macapá (AP), mas radicado em Brasília desde 1987, o jornalista e escritor Ray Cunha conhece como poucos as cicatrizes da capital brasileira. Experiência adquirida em mais de duas décadas como repórter de cidades e na cobertura intensa do Congresso Nacional. Por isso, não deixa de ser oportuno que o seu mais recente trabalho, o livro de contos O casulo exposto, chegue às livrarias justamente no momento em que o Senado passa por uma de suas piores crises.



“Embora seja todo ficção, o livro fala de um momento atual. Essa politicalha na qual estamos mergulhados vem do país inteiro, mas Brasília é a síntese", comenta o autor, que reúne 17 contos escritos desde 1989. "Nenhum dos meus trabalhos anteriores foram inspirados em ocorrências jornalísticas. Esse sim. Mas tudo o que acontece na vida de um escritor acaba entrando, de um jeito ou de outro, na ficção”, observa.

A unidade das tramas esbarra no submundo de Brasília. Ray Cunha, autor também dos romances A casa amarela e O lugar errado, explica que o título remete a utopia que se transformou na capital do país. Tal ideia está nitidamente expressa no primeiro conto do livro, por meio do encontro de dois homens, um guia e um engenheiro, num lugar onde, num futuro não muito distante, será construído o sonho de JK. “O senhor acha que vai dar certo, gente de toda parte se mudar para cá?”, pergunta o guia ao engenheiro. “Sim. Aqui, todos serão iguais”, responde.

“O desenho de Brasília também lembra o de uma borboleta. E a primeira passagem da vida de uma borboleta é o casulo. Um casulo que expõe suas vísceras que são os subterrâneos”, explica. “Uma Brasília engessada”, emenda.

A intimidade do autor com a cidade é denunciada não apenas por meio dos temas abordados - seja a política ou as mazelas da cidade -, mas também pela geografia desenhada em histórias que têm como personagens as vias da cidade como a W3 Sul e a W3 Norte ou um encontro aparentemente casual na Churrascaria Porcão. “Sou um observador privilegiado da cidade”, diz.

Ray Cunha, como ele é 

ALDEMYR FEIO, Jornalista

 Um breve bate papo com Ray Cunha, para os amigos do Jornal do Feio. Aldemyr Feio é um veterano jornalista que mora no famoso bairro belenense de Icoaraci, que batizou de Vila Sorriso, e pegou.

O que o levou a escrever O casulo exposto?
Costumo ambientar meus livros na Amazônia, especialmente Belém, minha cidade predileta. Porém vivo em Brasília, desde 1987. Do início de 1996 ao fim de 1997, voltei a morar em Belém, mas por questões profissionais retornei a Brasília. Uma estada tão longa nos leva a conhecer bem o ambiente onde vivemos; assim, é natural que comecemos a escrever algumas histórias com a geografia da cidade onde moramos. Em 2008, observei que já escrevera 17 contos ambientados em Brasília e com personagens que são, quase sempre, migrantes, que transitam nas ruas e nos meios jornalísticos e políticos da cidade-estado. Submeti os 17 contos à leitura do Maurício Melo Júnior, escritor talentoso e crítico literário bem-preparado. Ele escreveu a apresentação do livro e sugeriu que o levasse ao Antonio Carlos Navarro, diretor da LGE Editora, que resolveu editá-lo.

Maurício Melo Júnior, ao apresentar o livro, afirma que "O que interessa ao escritor são os resultados daquelas experiências, são os personagens que ficaram depois das epopeias”. Por que?
Um dos fios condutores de O casulo exposto são as personagens, em geral migrantes, às vezes frustrados ou duplamente frustrados. As epopeias a que Maurício se refere é a construção de Brasília - uma fase da cidade que já acabou. Restaram os candangos bem-sucedidos, como o empresário Paulo Octávio, dono de boa parte da cidade, e muita gente que mora em assentamentos e invasões. Migrantes continuam chegando, mas agora tudo está lotado. Os contos, portanto, não enfocam uma epopeia, mas a miudeza do dia-a-dia na capital da república.

Maurício também afirma: "Ray Cunha ainda lhes dá um tratamento recheado de um humor cáustico, em alguns momentos até cruel". O que ele quis dizer com isso?
Algumas das personagens dos contos são tragicômicas. Outras, apenas trágicas. Creio que o humor cáustico a que Maurício se refere é o que costumamos chamar de humor negro, quando situações, apesar de dramáticas, ou trágicas, contêm, mesmo assim, viés risível.

Seus romances e contos são, geralmente, ambientados na Amazônia. Qual a sensação de escrever um livro "candango", ou seja, produzido com as coisas que acontecem em Brasília?
É a mesma sensação de trocar pirão de açaí com dourada frita por pão de queijo, ou de trocar a Estação das Docas por shopping. São duas situações absolutamente diferentes. No meu caso pessoal, caio de joelhos por tudo o que diz respeito à Amazônia, mas também curto Brasília. Assim, sinto-me perfeitamente à vontade tanto na Amazônia como em Brasília.

"O casulo é uma alegoria à redoma legal que engessa o Patrimônio Cultural da Humanidade..." mas "também tresanda a perfume, romance e esperança, nas luzes da grande cidade". Dá para explicar?
O casulo do título evoca o fato de que Brasília é reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade. Em termos práticos, não se pode mudar a arquitetura original do Plano Piloto de Brasília, que compreende o projeto do urbanista Lúcio Costa, excluindo-se as cidades-satélites. Então, o Plano Piloto é protegido sob uma redoma legal, um engessamento legal. É Patrimônio Cultural da Humanidade, mas nas suas ruas e nos seus subterrâneos não há romantismo, como em toda metrópole brasileira, inchadas e perigosas. Apesar disso, há contos de puro perfume, romance e esperança. O conto que encerra o livro, A Caça - que inclusive já foi publicado pela Editora Cejup (de Belém do Pará) -, quase no fim, refere-se às luzes de Brasília e termina no quarto de um bom hotel.

Você acha que o leitor vai entender as suas colocações contidas no Casulo?
Certamente que sim. A literatura, como qualquer arte, tem algo maravilhoso. No seu caso específico, as palavras remetem o leitor a mundos que são somente dele. O escritor é um mero porteiro. Lembrei-me de um caso que ocorreu com William Faulkner. Alguém o informou que leu duas vezes um livro seu e não entendeu a história. Faulkner sugeriu que lesse mais uma vez.

Nos "casos" relatados no livro você teve alguma participação ou foram vivenciados apenas superficialmente?
O senso comum mistura atores com personagens e acredita que ficção é o que conhecemos como realidade. Se assim fosse, quantos escritores não estariam atrás das grades por assassinato? O fato é que até nas autobiografias há mais ficção do que realidade. O escritor que faz seu trabalho com seriedade não está interessado em jornalismo. Estou certo de que pelo menos 75% do que os jornais publicam originam-se de interesses dos donos, de ideologia, de conjecturas, de boatos, ou de mentiras pura e simplesmente. Também o escritor não está interessado em si mesmo, pois todos os escritores são pessoas comuns e, muitas vezes, introvertidas. Qual a participação que um escritor pode ter numa história que se passa em outro planeta? Como Antoine de Saint-Exupéry criou O Pequeno Príncipe? Esta é a diferença: as antenas especiais com que os escritores nascem, o que permitiu, por exemplo, que Ernest Hemingway criasse uma mulher abortando, em Adeus às Armas, ou que John Steinbeck desse vida a uma mulher que acaba de perder seu bebê recém-nascido e dá de mamar a um ancião que está morrendo de fome, em Vinhas da Ira.

Quem é Ray Cunha?
Nasci em Macapá, na margem direita do estuário do rio Amazonas, cortada pela Linha Imaginária do Equador, em 7 de agosto de 1954. Fui educado na Amazônia. Conheço a Hiléia razoavelmente, por longa leitura e por ter estado lá. Vivo em Brasília por uma questão de mercado de trabalho. Aqui, consigo oferecer à minha família razoável padrão de vida, sustentado pela minha profissão, jornalismo. Literatura, para mim, é minha missão pessoal. Embora morando em Brasília, a internet me permite ficar ligado o tempo todo à Amazônia. Tenho ligação íntima com Belém, um dos meus grandes amores, e, naturalmente, com Macapá. Quanto a Brasília, já somos velhos namorados. Brasília me deu duas mulheres fundamentais: minha esposa, e minha luz, Josiane, e uma flor, minha filha Iasmim.