quinta-feira, 24 de maio de 2012

ZOOTERAPIA CABOCLA


Por RaulTabajara
Manter a saúde em bom estado é tanto uma preocupação dos governos como dos indivíduos. Portanto, a situação econômica e sanitáriaadequada, ainda hoje não ofertada a todos, faz com que busquemos alternativas para alimentação e remédios.
O uso de plantas medicinais pelas populações tradicionais na confecção de remédios caseiros é uma prática que vem se mantendo por todas as gerações com o uso de partes devegetais no tratamento das doenças.  A facilidade na obtenção das plantas, o baixo custo, a eficiência na prevenção e no tratamento de doenças são fatores que contribuem para o uso freqüente das mesmas, fortalecendo e aumentando a procura por produtos fitoterápicos, que se tornou uma alternativa viável na saúde pública, proporcionando melhoria na qualidade de vida e despertando o interesse dos pesquisadores em busca da sabedoria popular e também do lucro fácil por parte da industria farmacêutica que procura o principio ativo para sintetiza-lo e usar de acordo com seus interesses.
A banha de galinha criada em quintal, banha de tartaruga, banha de sucuriju, óleo de fígado de peixe, osso ralado de poraquê, sopa de turu, fel de paca,banha do galo para batida de cobra, banha de peru, óleo do peixe boi, genitália do boto e da bota. São exemplos de matérias-primas animais que tratam ou previnem doenças e enfermidades, tanto de seres humanos quanto de animais, e são usados em medicamento elaborado a partir de partes dos corpos de animais, de produtos de seu metabolismo (secreções corporais e excrementos) ou de materiais construídos por eles, como ninhos e casulos.

A utilização medicinal de animais é um fenômeno antigo e geograficamente disseminado. Os conhecimentos e práticas são transmitidos de geração a geração, especialmente por meio da tradição oral, e estão bem integrados com outros aspectosculturais dos povos. A zooterapia popular tradicional amapaense baseia-se num sistema bastante complexo no qual estão incluídos, entre outras práticas populares de saúde, as simpatias, atos e objetos mágicos, tais como patuás, benzimentos, amuletos e talismãs. O fenômeno da zooterapia pode ser estudado através da etnozoologia, e pode ser construídos a partir do referencial dos saberes das populações cablocas, indígena e quilombola de nosso Amapá. Fica a sugestão para que os órgãos de pesquisa do Estado se voltem para essa prática e valorizem a mesma como merece, e proporcione sua utilização no sistema publico de saúde como já acontece com os fitoterápicos.  Temos de ser rápidos, pois a industria farmacêutica já se encontra por aqui patrocinando pesquisas nessa direção e colecionando amostras de partes de animais (possivelmente para patentear)  nesse nosso bom e Interlan.

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