terça-feira, 7 de agosto de 2012

LATITUDE ZERO (*)


Quando Alexandre voltou a si estava deitado no meio da Rua Cândido Mendes, de braços estendidos como Jesus Cristo na cruz, gritando: Fodam-se seus filhos da puta. Então começou a chover. O chofer do táxi não estava vendo muito bem e pagou um susto ao vislumbrar aquele vulto erguer-se do asfalto quase em cima do carro. Parou para averiguar do que se tratava. Alexandre entrou no táxi. Moacir Canto veio correndo da calçada, onde estivera vomitando e entrou no carro.
            - Bar Caboclo – Alexandre disse ao motorista.
            A chuva engrossava. Da mesa onde estavam podiam ver a chuva estalar na calçada. Bebiam em silêncio a meiota, em pequenos goles de apreciadores de bebida.
            - Vamos voltar à casa das meninas? Alexandre sugeriu. Moacir Canto levantou incontinente.
            - Desta vez quem vai comer a velha sou eu – disse
            - Está bem- Alexandre concordou, chamando o garçom e pagando a meiota.
 (Por Ray Cunha In Trópico Úmido)

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