terça-feira, 27 de novembro de 2012

POEMAS DE ELIUDE VIANA



Eliude Viana

A GULA

Boca café-com-leite
não pede pão
diz: Paixão!
Gulosa,
senta à mesa de alma
e sorve todas as doces resistências.

GRAFITEIRO

Perpetuas desenhos
dos teus dedos
no mural de carne que sou:
na quase dor...
no quase morte...
Perpetuas cicatrizes.

RECADINHO

O sol me segreda
que lá fora
tu misturas teu perfume
ao vento
de outros corpos.

CONTATO

A chave de partida
do teu carro
está ligada
às acelerações
involuntárias
do meu peito.

ROCA DE SETEMBRO

Apertei
contra meu rosto
a Flor na lua.
de canudinho
que me deste.

Das pétalas
plásticas
exalou
um forte aroma
de Rosa.

Um comentário:

  1. Elíude é realmente nossa grande voz poética, pois vive reclusa,discretamente, mas vive intensamente sua poeticidade, traduzindo em textos que surpreendem pela criatividade e imagens que ela talentosamente recria para comunicar o seu eu poético.

    ResponderExcluir

Obrigado por emitir sua opinião.