sexta-feira, 19 de abril de 2013

PARA QUE SERVE UMA RÁDIO UNIVERSITÁRIA

Talvez não fosse bem esse o termo para o título do presente artigo. Melhor seria “para quem serve uma rádio universitária”.

A ideia é esclarecer pessoas que vêem na futura emissora da UNIFAP um instrumento para a divulgação de suas ideologias políticas e/ou religiosas e que fingem não acreditar que a Universidade Brasileira é laica, assim como é o Estado, bem descrito em artigo Constitucional. Por outro lado, também existem artistas que a têm como veículo de suas criações musicais, e que acham que uma rádio universitária só deve tocar músicas produzidas no Amapá ou por amapaenses, mostrando um nativismo exacerbado, para não dizer xenofóbico. Não compreendem que o termo universidade é o mesmo que totalidade; que vem de Universo, portanto amplo e irrestrito, qualidade de universal.

Um dos objetivos das rádios universitárias públicas é ser laboratório para complementar a formação dos estudantes de comunicação e de cursos afins.

As rádios universitárias federais são determinadas a permitir e a garantir o debate de ideias heterogêneas dos mais diferentes segmentos sociais, num processo dialético e irrestrito, aquele que prima pelo conhecimento e pelas verdades dos paradigmas científicos ou de sistemas filosóficos vigentes, e sempre em choque, em evolução.

O sistema de radiodifusão brasileira categoriza as rádios universitárias, quer sejam públicas ou privadas, como educativas, porque as universidades têm competência para serviço de radiodifusão, embora a legislação não determine que papel as emissoras devam cumprir em relação as suas programações. Por isso os especialistas dizem que cada uma faz a formatação de sua programação que entende ser a melhor.

A Rádio Universitária da UNIFAP tem como consignatária a Empresa Brasileira de Comunicação S/A – EBC. Por ser pública, e ligada a uma IFES, não podemos reproduzir o que as rádios comerciais fazem, mas sim produzir novos conhecimentos e contribuir para a formação de novos profissionais de jornalismo e para que a Universidade e a sociedade sofram mudanças para melhor.

Entretanto, há experiências nacionais de que nenhuma rádio universitária se sustenta enquanto proposta teórica e educacional ou somente científica-erudita-cultural para transformar a realidade brasileira. Sua prática deverá ser conduzida para cumprir um importante papel na formação de alunos, na divulgação do conhecimento, na democratização da comunicação e da extensão universitária.

Por ser uma Rádio Universitária pública tem perspectivas laboratoriais e públicas. Por ser pública enseja que seu público são “Todos”, aqueles que estão ligados a condição da cidadania, com sua igualdade de direitos e deveres.

Daí, então, a pluralidade de sua programação e a diversidade cultural com que ela deve chegar aos diferentes públicos.

Como realidade, a Rádio Universitária da UNIFAP é um marco na comunicação do Estado porque chega antes do curso de Comunicação da instituição e por pretender, após sua liberação total pelos órgãos competentes de telecomunicações, pensar em públicos diferentes, com a nobre missão de informar, educar, entreter e estar a serviço do interesse público. Pensar, divulgar e enriquecer com isso a cultura regional e as coisas por nós produzidas, no Amapá, na Amazônia e no Brasil.

Não é meta, ainda, cobrir todo o território amapaense, até porque as rádios universitárias têm média potência, mas no futuro queremos atingir variados públicos, pois uma rádio universitária deve ser uma ferramenta contra o monopólio da informação e a serviço da sociedade.

Estamos em processo de instalação e por isso teremos um Regimento e um Conselho de Administração que regulamentarão a sua programação, pois uma Rádio Universitária que tem função social não pode ser direcionada para grupos privilegiados de ouvintes ou clubes, mas essencialmente para a sociedade, para Todos (Para melhor compreensão indico o texto de Sandra de Deus “Rádios Universitárias Públicas: compromisso com a sociedade e com a informação”. Rev. Em Questão, vol. 9, Porto Alegre, 2003).

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