sexta-feira, 21 de junho de 2013

BURACOS-NEGROS A CAMINHO: PESQUISADORES DESCOBREM 26 DELES EM GALÁXIA QUE VAI SE CHOCAR COM A NOSSA


Astrônomos nos EUA descobriram 26 possíveis buracos-negros no centro de Andrômeda, uma das galáxias mais próximas da Via-Láctea (a galáxia na qual vivemos) — o maior número já descoberto em galáxia além da nossa. A pesquisa foi feita com base em mais de 150 observações realizadas com o telescópio espacial Chandra, da Nasa, ao longo dos últimos 13 anos.

“Achamos que é só a ponta do iceberg”, diz o pesquisador Robin Barnard, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em um press release divulgado pela equipe do Chandra. “A maioria dos buracos-negros não possuem companheiros próximos e são invisíveis para nós”, explica ele.

Os buracos-negros não são “buracos” propriamente ditos. Muito menos vazios. Eles são objetos celestes, assim como as estrelas, em que a matéria está compactada de tal forma, num espaço tão pequeno (densidade infinita), que a atração gravitacional gerada por ela no seu entorno é tão forte que nem a luz consegue escapar … e tudo mais que passa por perto acaba sendo “sugado” para dentro, como água que escorre por um ralo escuro e desaparece para sempre. Estudá-los é bastante complicado, justamente porque eles não emitem luz, e toda a nossa astronomia é essencialmente baseada na observação de luz (radiação eletromagnética).

Acredita-se que os buracos-negros são comuns no universo, e eles existem em diversos tamanhos, dependendo da quantidade de matéria que existe dentro deles. No centro da nossa galáxia, por exemplo, há um buraco-negro “supermassivo”, com uma massa equivalente a 4 milhões de vezes a massa do Sol. Além de vários outros buracos-negros menores.

Segundo os resultados divulgados no novo trabalho, os buracos-negros detectados no centro de Andrômeda são pequenos (para um buraco-negro), com cerca de 5 a 10 massas solares. Eles são originalmente formados pela “implosão” gravitacional do núcleo de grandes estrelas, pelo menos três a quatro vezes maiores do que o nosso Sol, depois que suas camadas superficiais explodem em um supernova.

A detecção dos buracos-negros (que não podem ser observados diretamente) foi feita pela observação dos raios X (a especialidade do Chandra) emitidos pela matéria ao redor deles, que é aquecida ao ser “arrastada” para dentro do buraco. Os dados já estão disponíveis online e serão mais tarde publicados na revista The Astrophysical Journal.

Andrômeda e a Via-Láctea, separadas por cerca de 2,5 milhões de anos-luz, são consideradas galáxias “irmãs”, que eventualmente vão se tornar “gêmeas siamesas”. Elas estão em rota de colisão e é previsto que, daqui a 4 bilhões de anos, elas vão se chocar, fazer uma espécie de dança gravitacional ao redor uma da outra, e depois se fundir em uma única grande (e ainda mais gigantesca) galáxia espiral. Essa previsão foi feita no ano passado pela Nasa, com base em observações feitas com o telescópio espacial Hubble. (veja vídeo abaixo)

 Quem estiver vivo daqui a 4 bilhões de anos vai ver Andrômeda ficar cada vez maior no céu noturno, até colidir com a Via-Láctea, bagunçar toda a paisagem celeste, depois se afastar de novo, até se fundir de vez com a gente. (veja sequência de fotos abaixo) Incrivelmente, porém, segundo as previsões da Nasa, é provável que a Terra, o Sol e os outros planetas passarão incólumes por todo esse processo. O Sistema Solar deverá ser deslocado para uma posição mais distante do centro galáctico, porém não deverá ser desmantelado. Isso porque as distâncias entre as estrelas são enormes … tanto que, mesmo havendo milhões delas dentro de cada galáxia, a possibilidade de duas estrelas se chocarem com a fusão das galáxias é relativamente pequena.

Que sorte a nossa! Mas que pena que não estaremos mais aqui para ter certeza … Imagine só!


Mais detalhes neste link: www.nasa.gov/mission_pages/hubble/science/milky-way-collide.html

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