quarta-feira, 12 de junho de 2013

NO AR

Texto de Fernando Canto
Luz do Rio Amazonas - Foto de Juvenal Canto.
 

Ao homem é dado o fado

De sepultar segredos

De enterrar memórias

E de segregar vontades.

 
No ar em que circula o pó

Da angústia

Está toda a tragédia

E o rol das incertezas

Das ações humanas.

 
Ao homem não se nega

A face dos mortos perigosos

A dádiva de santos enlevados

Nem o dom de diluir a arte

Em volúpias e intemperanças.

 
O homem não sonega

 O sonho plantado à bruma da manhã

Hora em que dissipa o verbo

 E surge o espanto em turbilhão letal.

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